“Nos últimos anos, o fracasso do ensino médio brasileiro é um dado da realidade apontado por todos os especialistas da área. O modelo faliu, quebrou, não funciona e o ensino médio é uma etapa importante da formação dos jovens”, disse a secretária executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães Castro, durante o Encontro Internacional Educação 360, realizado no Rio de Janeiro. O evento discutiu os desafios da qualidade na educação e a reforma do ensino médio. O Ministério da Educação anunciou na quinta-feira, 22, a criação do Novo Ensino Médio.
Para a secretária, o ensino médio precisa de mudanças urgentes, entre as quais se destacam a ampliação gradual da carga horária dos estudantes e a flexibilização de parte do conteúdo. “O Novo Ensino Médio é uma maneira de encararmos a necessidade urgente de mudar o ensino médio tão conhecido por suas mazelas. É importante que os jovens tenham tempo de se aprofundar em suas áreas de conhecimento, para que eles possam ter um projeto de formação integrado”, afirmou.
Com as mudanças, os estudantes terão 1.200 horas que serão dedicadas aos conteúdos estabelecidos na Base Nacional Comum Curricular para o ensino médio, nas outras 1.200 horas eles poderão se dedicar ao aprofundamento de conhecimentos de suas áreas de interesse, como ciências humanas e ciências da natureza, além de poderem se dedicar a formação técnica e profissional. “Há uma urgência de se resolver o problema do ensino médio, faz cinco anos que a reforma está em discussão, tanto no Consed [Conselho Nacional dos Secretários de Educação] quanto no Congresso Nacional. A reforma do ensino médio está sendo discutida desde os anos 90”, ressaltou Maria Helena.
Outro importante desafio para a qualidade da educação brasileira, na visão da secretária, é a formação e valorização docente. “O MEC tem, hoje, vários programas de formação de professores fragmentados e não conectados entre si. Estamos discutindo a articulação de uma política nacional de formação inicial e continuada para os professores, que leve em conta os grandes desafios da educação básica brasileira, compatível com a Base Nacional Comum Curricular”, disse.
Maria Helena destacou que mesmo com o aumento do orçamento, os resultados do índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) mostram que o Brasil está melhorando lentamente nos anos iniciais do
ensino fundamental, mas nos anos finais do fundamental e no ensino médio as metas de qualidade não estão sendo atingidas. “O aprendizado está melhorando pouco, considerando o aumento dos investimentos em educação. A melhoria do aprendizado não acompanhou o grau de investimentos que foram feitos nos três níveis de governo, federal, estadual e municipal”, explicou a secretária.
Rumos – Em dois dias de programação gratuita (23 e 24 de setembro), o Educação 360 reúne nomes de peso da educação mundial na Escola Sesc de Ensino Médio do Rio do Janeiro. Nos encontros, sociedade e representantes das esferas pública e privada debatem os rumos da educação e conhecem casos inovadores e bem-sucedidos no Brasil e no mundo. A programação inclui palestras, mesas de debate e oficinas sobre educação, cultura, tecnologia, inovação e nutrição.
Assessoria de Comunicação Social