Capa IMAGEM: três lápis coloridos sorrindo. Atrás deles um círculo amarelo. Projeto Escola Viva Garantindo acesso e permanência de todos os alunos na escola Necessidades educacionais especiais dos alunos Sensibilização e Convivência - 3 Presidente da República Luis Inácio Lula da Silva Ministro de Estado da Educação Fernando Haddad Secretário Executivo Jairo Jorge Secretária de Educação Especial Claudia Pereira Dutra MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL Projeto Escola Viva Garantindo acesso e permanência de todos os alunos na escola Necessidades educacionais especiais dos alunos Sensibilização e Convivência - 3 Brasília 2005 FICHA TÉCNICA Departamento de Políticas de Educação Especial: Cláudia Maffini Griboski Coordenação de Articulação da Política de Inclusão: Denise de Oliveira Alves Coordenação: SORRI-BRASIL Elaboração: Maria Salete Fábio Aranha Revisão técnica: Denise de Oliveira Alves Francisca Roseneide Furtado do Monte e Denise de Oliveira Alves Atualização: Equipe técnica da SEESP Projeto gráfico, revisão e copidesque: Alexandre Ferreira 2ª edição - 2005 Tiragem: 1.200 exemplares Autorizada reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Centro de Informação e Biblioteca em Educação (CIBEC) Aranha, Maria Salete Fábio Projeto Escola Viva : garantindo o acesso e permanência de todos os alunos na escola: necessidades educacionais especiais dos alunos / Maria Salete Fábio Aranha. - Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2005. 5 v. : il. color. Publicado em 5 v.: Iniciando nossa conversa; v. 1 - Visão histórica; v.2: Deficiência no contexto escolar; v.3: Sensibilização e convivência; v. 4: Construindo a escola inclusiva. 1. Inclusão educacional. 2. Escola inclusiva. 3. Serviço educacional especializado. 4. Aluno com necessidades especiais. 5. Atendimento especializado. I(1). Brasil. Secretaria de Educação Especial. II(2). Título. CDU: 37.014.53:376 *Sumário* Novos conceitos, novas emoções - 5 Aceitação sem imposição - 5 Conversando com os alunos - 6 Conversando com os pais - 7 Atividades - 9 Conhecendo e tornando familiares os equipamentos - 11 - As “coisas que nos ajudam” - 11 Simulando as deficiências - 13 - Como é ser um deficiente visual? - 13 - Adivinhe pelo tato - 15 - Como o deficiente visual usa a bengala longa - 16 - Minhas mãos não funcionam como deveriam -18 - A paralisia cerebral pode afetar a fala - 20 - Sentada X em pé - 22 - Prancha de comunicação - 24 - Assistindo TV - Como é para uma pessoa com deficiência auditiva? - 26 - O intérprete de língua de sinais - 27 Folhetos e materiais impressos -29 Temas para redação - 29 Dramatização criativa - 32 - O acampamento - 32 - Histórias de Gabriela Costa - O que eu digo agora? - 34 Discussão em grupos - 35 - O que os alunos devem saber sobre paralisia cerebral - 35 - Questões para discussão sobre paralisia cerebral - 36 - Questões para discussão sobre deficiência auditiva - 37 - Filmes - 38 - Livros - 43 - Livro de recortes - 44 - Visitas bem-vindas - 44 - Envolvendo a comunidade - 45 *Novos Conceitos, Novas Emoções* Como você sabe, mudar nossos valores, nossas atitudes e nossos comportamentos é um processo complexo, pois envolve nossa história cognitiva e emocional, especialmente quando entramos em contato com novas informações e novos conceitos. Assim, ao abordar a questão da deficiência em relação à nossa sociedade, é muito natural que se manifestem sentimentos como medo, pena, raiva, repulsa. Tais sentimentos estão muito ligados ao desconhecimento e às idéias preconcebidas que existem com relação às pessoas com deficiência. Este manual tem por objetivo oferecer sugestões de atividades que você, professor, pode desenvolver em sala de aula, visando favorecer que os alunos envolvidos no processo de construção de um sistema educacional inclusivo possam manifestar e tratar, dignamente, seus sentimentos a esse respeito. Lembramos que é fundamental que as atividades sugeridas sejam coerentes com o nível de compreensão e de interesse de seus alunos e que possibilitem a vivência e a reflexão sobre os vários tipos de deficiência. *Aceitação sem imposição* Apesar de a inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino ser um direito garantido pela Constituição Federal, isso não é suficiente para garantir a construção e o desenvolvimento de um sistema educacional inclusivo. Para tanto, é necessário que a comunidade escolar se disponha a aceitar e a participar desse processo, que é mais complexo do que somente inserir a criança com deficiência, fisicamente, numa sala de aula comum. O movimento de transformação não pode ser imposto, mas também não pode depender exclusivamente de decisões pessoais e das reações emocionais de um ou outro profissional. Inicia-se na atuação dos dirigentes educacionais e alicerça-se nas ações dos professores que, como líderes, são agentes de essencial importância na transformação do sistema educacional. *Conversando com os alunos* Antes de se iniciar um trabalho com alunos com deficiência em classes comuns do sistema regular de ensino, é necessário que se desenvolva um trabalho de sensibilização e acolhimento para a convivência na diversidade com os demais alunos, enfatizando a importância das diferenças entre indivíduos, de maneira geral. A diversidade constitui a base do desenvolvimento das relações humanas, já que somos todos diferentes uns dos outros, o que não faz de ninguém melhor ou pior como pessoa e cidadão. Os comportamentos de rejeição e de superproteção à diferença devem ser desvelados, discutidos, compreendidos e modificados, inclusive como parte da ação educativa da escola, que é formar cidadãos ativos, conscientes, críticos e responsáveis. Como qualquer outro conteúdo pedagógico, é importante que você inicie um diálogo a partir das vivências concretas de seus alunos a respeito das pessoas com deficiência. - Você conhece alguém com deficiência? Quem é essa pessoa? - Como você se relaciona com ela? - Que tipo de sentimentos ela desperta em você? - O que acharia de ter colegas com deficiência na classe? - Acredita que seria legal, que teria o que aprender com ele ou o que lhe ensinar? *Conversando com os pais* Da mesma forma que é fundamental preparar os alunos para abrir espaço e receber seus colegas com deficiência, também é muito importante sensibilizar e envolver seus pais, para compreenderem, aceitarem e colaborarem para que essa mudança se concretize com vantagens para todos. De maneira geral, os membros da família desejam cumprir com o seu papel de educadores, no âmbito informal de ensino. Para isso, eles necessitam de informação, de orientação, de se sentirem parte do processo. A implementação de grupos de pais tem sido uma ação bastante positiva no sentido de fortalecer as relações da escola com a família, e de estimular famílias a serem participantes e cooperativas no processo de desenvolvimento de seus filhos. Para tanto, é importante que se planeje a realização de reuniões sistemáticas de grupos de pais, nas quais se possa conversar sobre o processo de ensino e aprendizagem dos alunos, abordando a questão de suas necessidades. Pais, professores e dirigentes costumam concordar, quando se queixam de que as reuniões não funcionam, apesar das razões apresentadas por cada um serem diferentes. Se formos, entretanto, analisar seu conteúdo, fica mais fácil termos a compreensão do porquê de assim se sentirem! Geralmente, os dirigentes da unidade escolar falam sobre as regras da escola, sobre o sistema de controle dos alunos, bem como se queixam aos pais quanto ao mau desempenho e/ou comportamento de seus filhos. Assim, todos são obrigados a permanecer sentados, durante horas, ouvindo repreensões vazias e indevidas, já que esse procedimento historicamente jamais produziu efeitos no processo de ensino e aprendizagem de qualquer professor e aluno! Outra atividade também bastante comum nas reuniões, é submeter os pais presentes à “broncas” da direção, dirigidas àqueles que faltaram, o que torna o momento ainda mais maçante, sem sentido e irritante. Como queremos que a família reflita, repense e se envolva com o processo de ensino e aprendizagem dessa forma? Não poderíamos aproveitar esse tempo para realizar palestras de profissionais especializados, para discutir questões relacionadas ao desenvolvimento do aluno, para dialogar a respeito das peculiaridades e necessidades das crianças, buscando, em conjunto, identificar formas de participação da família? Acreditamos que sim. Por isso, apresentaremos, a seguir, sugestões de atividades que podem favorecer tais processos. São experiências que não têm nenhum caráter prescritivo, de modelos ou receitas, mas têm o intuito de socializar atividades, que poderão ser objeto de análise, resguardadas as especificidades de cada situação. *Atividades* As atividades apresentadas foram realizadas e aprovadas por professores de classes comuns, em conjunto com professores de classes especiais. As atividades podem ser basicamente de dois tipos: 1. as simulações, que favorecem a ampliação perceptual do que é conviver com características e conseqüências de deficiências, como por exemplo: - corrida de obstáculos - alguns participantes podem simular a deficiência física, fixando revistas atrás dos joelhos (com fita crepe), ou prendendo nas costas, também com fita crepe, um ou ambos os braços. Outros ainda podem simular a deficiência visual, amarrando uma venda nos olhos e cuidando com que não passe por ela qualquer claridade; - cinema mudo - os participantes podem simular a deficiência auditiva, assistindo a trechos de filmes sem som e procurando acompanhar o que as pessoas estão falando, bem como compreender a história. Outros participantes podem também simular os problemas implícitos na comunicação não verbal entre pessoas surdas e pessoas ouvintes: procurar compreender uma mensagem transmitida exclusivamente por meio de gestos; 2. as que envolvem mais a reflexão intelectual sobre o assunto, tais como: - discussão em grupo sobre filmes, peças, desenhos, etc., que tenham como personagens, principais ou secundários, pessoas com deficiência; - redação sobre um personagem existente ou criado pelos participantes; - familiarização com alguns equipamentos usados por pessoas com deficiência por meio da introdução de alguns deles dentre outros objetos usados comumente por todos (como escova de dente, sapatos, talheres, etc.). Pode-se solicitar aos participantes que procurem identificar a função social de cada objeto; - coleta de notícia sobre o tema em jornais e revistas. Obs.: É muito importante que os participantes sejam incentivados a dizer como se sentiram durante as atividades, principalmente naquelas em que são simuladas vivências de deficiências, pois sabemos que essas podem se constituir em experiências muito enriquecedoras e marcantes para a pessoa. Compartilhar esses sentimentos com os demais tem sido sempre bastante proveitoso para todos. *Conhecendo e tornando familiares os equipamentos* *AS “COISAS QUE NOS AJUDAM”* Coloque numa caixa de papelão diversos objetos que usamos em nossas atividades e tarefas do dia-a-dia, como por exemplo, um par de escova de dentes, um par de óculos, uma chuteira, equipamentos de mergulho, uma régua, um capacete, talheres, etc. Inclua também alguns equipamentos usados por pessoas com deficiência: um aparelho auditivo, um livro em Braille, uma bengala longa, uma muleta, um aparelho ortopédico, etc. Reúna um pequeno grupo de alunos e peça a cada um deles que selecione e retire um objeto da caixa. Você pode incentivar uma discussão sobre como aqueles objetos podem ser úteis. Essa idéia é adequada principalmente para crianças pequenas, e tem por objetivo ajudá-las a perceber as limitações sob uma ótica mais positiva, por meio da familiarização com equipamentos de apoio usados por pessoas com deficiência. Quando os objetos usados pelas pessoas com deficiência são intercalados com os objetos usados pelas pessoas sem deficiência, as crianças aprendem que, da mesma forma que elas usam a escova de dentes para fazer a tarefa de realizar a higiene bucal, as pessoas com deficiência visual usam o alfabeto Braille para ler e a bengala longa para se locomover; as pessoas surdas usam o aparelho para ouvir; as pessoas com deficiência física usam muletas para se locomover, etc. Essa atividade pode ser complementada com uma outra, durante a qual as crianças escolhem um objeto usado por pessoas com deficiência e fazem um desenho de alguém que o esteja utilizando. Geralmente, quando as crianças travam um primeiro contato com uma pessoa que usa um equipamento diferente, elas se sentem tão curiosas e atraídas por esse objeto “estranho”. Proporcione uma oportunidade para que os alunos conheçam cadeiras de rodas, próteses de membros, bengalas, muletas, botas, aparelhos ortopédicos e de surdez, bengalas para cegos, livros em Braille, regletes (objetos para escreverem Braille.) Você pode pedir emprestados esses equipamentos a entidades e instituições de sua cidade e aos educadores especiais, os quais poderão ajudar você a conhecer mais sobre seu uso, assim como lhe dar noções da língua de sinais, etc. O contato inicial das crianças com os equipamentos é interessante, pois ele permite que elas façam perguntas, que os toquem e que descubram o que são e para que servem, sem constranger ou prejudicar o usuário. Quando, posteriormente, pessoas com deficiência visitarem a escola, as crianças já estarão familiarizadas com os equipamentos e prestarão mais atenção à pessoa do que aos objetos que ela usa. *Simulando as deficiências* Promova atividades de simulação, durante as quais, os alunos poderão vivenciar uma deficiência. Essas experiências permitem que eles percebam as dificuldades das pessoas com deficiência e como elas eventualmente podem se sentir. *COMO É SER UM DEFICIENTE VISUAL?* Objetivo - Ajudar as crianças a perceberem como é “precisar de ajuda” e como oferecer e dar ajuda a uma pessoa com deficiência visual. Material - Vendas pretas para todo o grupo. Procedimento - Divida o grupo em pares, sendo que enquanto uma criança representará a pessoa cega, a outra será o acompanhante. Após um certo tempo, a dupla deverá inverter os papéis, de forma que aquele que representou a criança cega, será agora o acompanhante, enquanto que aquele que foi o acompanhante, será agora a criança cega. Explique claramente que todos os alunos terão a oportunidade de vivenciarem os dois papéis: o de criança cega e o de acompanhante. Explique que o papel do acompanhante é estar ao lado do “cego” para oferecer ajuda e dar essa ajuda quando for solicitada, ou aceita. Explique que é importante perguntar se ele precisa de ajuda e de que forma essa ajuda pode ser dada. Os pares serão orientados a realizar diversas atividades, tais como: ler um material escrito na biblioteca da escola, tomar água no bebedouro, pedir uma informação na secretaria, dar um passeio no pátio da escola, utilizar o banheiro, etc. Discussão - Em pequenos grupos formados pelos pares originais, discuta as seguintes questões: 1. Como você se sentiu simulando uma pessoa com deficiência? 2. Você acha que ficou mais atenta para perceber os sons e sentir os objetos? 3. Como você se sentiu simulando o acompanhante? 4. Como acompanhante, quais as coisas que você fez para ajudar seu colega “cego”? 5. Seu colega “cego” concorda com você? 6. Você sentiu mudança na sua atitude quando estava vivenciando ser “cego” e quando estava sendo acompanhante? 7. Qual a melhor forma que você e seu companheiro “cego” encontraram para fazer as atividades juntos? 8. Foi mais difícil ser o “cego” ou o acompanhante? Por quê? Explique aos alunos que a simulação de caminhada que acabaram de fazer é parecida com a atividade de orientação e mobilidade, que os alunos cegos têm com educadores especiais, para aprenderem a se locomover com segurança e confiança. *ADIVINHE PELO TATO* *Figura do alfabeto Braille (codificação das letras minúsculas de "a" a "z")* ALFABETO BRAILE - Em 1825, na França, um jovem cego, Louis Braille, inventou um sistema de leitura e escrita para uso de pessoas cegas. Objetivo - Proporcionar aos alunos conhecimentos sobre a sensibilidade tátil, mostrando a eles como uma pessoa com deficiência visual desenvolve o sentido do tato. Material - Sacola de papel, uma coleção aleatória de objetos, tais como: um lápis, uma maçã, um livro, uma xícara, etc. Faça seis cartões de cartolina com botões colados (como na gravura) para representar o alfabeto Braille. Procedimento 1. Divida os alunos em grupos de três ou quatro. 2. Estimule os alunos a sentirem, com os olhos vendados, os objetos que estão dentro da sacola. 3. Cada um deverá identificar um objeto dentro da sacola. 4. Peça a cada um dos alunos que descreva como conseguiu identificar o objeto, ou seja, se a identificação foi possível pela forma, textura, cheiro, etc. 5. Coloque os cartões de cartolina dentro de uma outra sacola e passe-a entre os alunos, pedindo para que cada um deles descreva o que percebeu no cartão. 6. Os alunos devem continuar a sentir os cartões dentro da sacola, até que todos tenham identificado e descrito a localização dos botões em relevo. Discussão - Tire os cartões da sacola e identifique as letras representadas no alfabeto Braille. Explique aos alunos que eles acabaram de vivenciar a forma como as pessoas cegas desenvolvem o sentido do tato para serem capazes de ler o alfabeto Braille e de perceber o mundo à sua volta. Discuta com o grupo as seguintes questões: 1. Foi fácil identificar os objetos dentro da sacola? Por quê? 2. Foi fácil identificar os cartões? Por quê? 3. Quais as dicas que diferenciam um cartão Braille do outro? 4. Você acha que o alfabeto Braille é um código secreto usado pelas pessoas cegas? *COMO O DEFICIENTE VISUAL USA A BENGALA LONGA* Objetivo - Simular o uso da bengala longa para aprender a realizar atividades de orientação e mobilidade com pessoas com deficiência visual. Material - Vendas para os olhos e guarda-chuvas ou sombrinhas para cada aluno. Procedimento 1. Divida os alunos em grupos de quatro, designando um deles para simular a pessoa cega, um para ser o acompanhante e dois outros para serem observadores. 2. Demonstre o uso da bengala longa, segurando a sombrinha a sua frente em direção ao chão e movimentando-a lateralmente, em forma de arco, enquanto caminha. 3. Coloque um aluno à sua frente, segure em seu cotovelo direito e caminhem juntos. 4. Diga para os alunos caminharem em pares da mesma forma como você demonstrou. 5. Selecione uma direção para eles caminharem. Um deles usará a venda nos olhos e a bengala longa e o outro será o acompanhante. 6. Oriente cada observador para anotar num papel as situações em que a bengala ajudou. Discussão - Quando todos os grupos tiverem voltado, proponha a seguinte discussão: Para o “cego” 1. Como a bengala ajudou você? 2. Quais as coisas que você conseguiu perceber com a bengala longa ? Para o acompanhante 1. Como a bengala o ajudou? 2. Você se sentiu mais relaxado porque seu companheiro estava usando a bengala? Por quê? Para os observadores 1. Como a pessoa cega usou a bengala? 2. Ela parecia mais confiante ou tímida? 3. Se você fosse a pessoa cega, você usaria a bengala de forma diferente? 4. Você acha que a bengala deu mais confiança à pessoa cega? 5. Quando usada adequadamente (isto é, quando a bengala é segurada em frente à pessoa e movida para os lados), a bengala longa pode ser de extrema ajuda para a pessoa cega. Se você fosse cego, gostaria de ter uma? 6. Se você tivesse uma bengala longa como você a usaria? 7. Conte para os alunos que existem bengalas longas, médias e pequenas, adequadas para cada pessoa, de acordo com a sua altura. O comprimento da bengala deve ser igual à distância entre o tórax da pessoa cega e o chão. Geralmente, elas são de alumínio e são dobráveis. *MINHAS MÃOS NÃO FUNCIONAM COMO DEVERIAM* Objetivo - Permitir aos alunos experimentar a rigidez muscular que geralmente é conseqüência da paralisia cerebral e a frustração de não poder controlar os movimentos. Material - Dois pares de meias grossas e uma camisa com botões (que você pode pedir que sejam trazidos de casa). Procedimento 1. Agrupe os alunos em pares e peça a um em cada par para vestir meias soquetes nas mãos, amarrando os punhos com fita crepe. 2. Conte aos alunos que eles irão vivenciar como é ter paralisia cerebral, tentando vestir e abotoar uma camisa, com as mãos na condição 1. 3. Dê o sinal e peça aos alunos para vestirem a camisa, abotoá-la, desabotoá-la e para se sentarem em frente ao seu par. 4. Peça a eles para trocarem de papel, o material, e repetir a experiência. 5. Quando tiverem terminado (alguns não conseguirão terminar a tarefa em 4 ou 5 minutos), peça para eles flexionarem os dedos e estenderem os braços. Discussão - Forme o grupo de discussão e faça as seguintes perguntas: 1. Como você se sentiu vestindo e abotoando a camisa com a luvas nas mãos? 2. O que foi mais difícil? 3. Como se sentiu com o seu par observando? 4. Você já se sentiu com vontade de desistir de alguma coisa? Do quê? Por quê? Quando? 5. Quando você flexionou seus braços, o que sentiu? 6. Você sentiu vontade de rir de alguém alguma vez?Por quê? Por que não? 7. Converse com os alunos sobre seus sentimentos e observações durante a atividade. Explique que a rigidez que eles sentiram nos braços e nos dedos é muito parecida com a rigidez muscular, que a maioria das pessoas com paralisia cerebral tem, muitas vezes no corpo todo. Para elas, é muito difícil relaxar os músculos. O profissional que procura ajudar as pessoas com paralisia cerebral a ficarem com a musculatura menos rígida, chama-se fisioterapeuta. Para isso, o fisioterapeuta usa jogos e atividades parecidas com aquelas que foram feitas depois da simulação. 8. Converse com os alunos sobre suas atitudes com relação à deficiência. 9. Como eles se sentiram sendo observados, enquanto desenvolviam a atividade. Converse com os alunos sobre como é ser observado ou ter alguém rindo, enquanto tenta fazer alguma coisa com grande dificuldade. *A PARALISIA CEREBRAL PODE AFETAR A FALA* Objetivo - Favorecer aos alunos que experimentem a dificuldade de falar e de ouvir alguém com deficiência na fala. Material - Lápis e papel para cada aluno. Procedimento 1. Fazer alguns minutos de silêncio para permitir que os alunos pensem em uma poesia, música ou história que eles saibam de cor. Encoraje-os a pensarem em provérbios, jogos, canções de ninar, etc. 2. Peça para os alunos escreverem o que escolheram numa folha de papel. 3. Faça grupos de quatro e explique que eles irão simular o que é ter uma dificuldade na fala. 4. Peça aos alunos para apresentarem o poema ou rima escolhida para a classe. Só que eles terão de fazer isso pressionando a ponta da língua no fundo do céu da boca. 5. É muito importante que você demonstre essa técnica para os alunos e reafirme a seriedade da atividade. Você poderá selecionar uma frase para demonstrar a fala de uma pessoa com paralisia cerebral. 6. Faça os alunos seguirem os seguintes procedimentos: - Um aluno diz sua parte, simulando a deficiência na fala. - Os outros alunos assistem até que ele termine. - Os colegas adivinham o que foi dito. Se eles não adivinharem, o aluno deve tentar novamente. - Se os colegas ainda não conseguiram compreender o que foi dito, o aluno repete o poema sem simular a deficiência. - A atividade continua até que todos tenham tido a chance de fazer a simulação. Discussão - Quando todos os grupos terminarem essa atividade, escreva no quadro as seguintes questões e peça aos alunos para pensarem nas respostas, silenciosamente. 1. Como você se sentiu simulando a deficiência da fala? 2. Como você se sentiu ouvindo alguém com deficiência de fala? 3. Qual das duas atividades foi mais difícil para você? Por quê? Essa atividade é bastante difícil, mas é extremamente necessária para que os alunos possam ampliar sua visão sobre paralisia cerebral. É importante que eles observem as atividades sob o ponto de vista, tanto da pessoa com deficiência da fala, como do ponto de vista do ouvinte, pois essa deficiência afeta a comunicação entre ambos. 4. Converse sobre a deficiência da fala e mostre que muitas pessoas pensam que todos aqueles que têm paralisia cerebral são pessoas com deficiência mental porque falam devagar e com dificuldade. 5. Estimule os alunos a imaginarem como as pessoas com paralisia cerebral se sentem quando são tratadas assim. 6. O papel do ouvinte também é muito difícil. Geralmente, os alunos compartilham sentimentos como “Eu me senti aliviado quando alguém do meu grupo adivinhou o que ele estava dizendo. Eu não agüentava mais ouvir Joana falando daquele jeito”. Ou então: “Eu não queria olhar para ela enquanto falava daquele jeito”. 7. Explique aos alunos que, às vezes, o ouvinte tem mais dificuldade com relação à deficiência do que a própria pessoa com deficiência. *SENTADA X EM PÉ* Objetivo - Favorecer com que os alunos vivenciem uma amostra do isolamento que, às vezes, uma pessoa que usa cadeira de rodas pode sentir. Material - Sala de aula grande, com cadeiras em volta, formando um círculo; um cronômetro e uma sacola para colocar cartões com frases: 1. Meu programa de TV favorito 2. Meu prato preferido 3. O melhor animal de estimação 4. Meu passeio favorito 5. O maior susto da minha vida Procedimento 1. Faça grupos de cinco alunos. 2. Solicite que um dos alunos enfie a mão dentro da sacola e retire dela um cartão. 3. Coloque no meio do círculo uma cadeira de rodas, ou uma cadeira qualquer que fará as suas vezes. Um outro aluno do grupo deverá sentar-se nela. Conte ao grupo que cada um deles irá experimentar a situação de se sentar, no centro do grupo, na cadeira de rodas, ou na cadeira que está fazendo as vezes de cadeira de rodas. 4. Explique aos alunos que eles irão ter a oportunidade de experimentar um pouquinho do isolamento que uma pessoa na cadeira de rodas pode sentir, quando está no meio de outras pessoas, todas em pé. 5. Coloque os alunos no círculo e marque três minutos. Peça a eles que conversem sobre o tema constante do cartão selecionado. Todos devem participar da conversa. 6. Quando terminar o tempo, forme outro grupo de cinco alunos para entrar no círculo e assim por diante, até que todos tenham participado da atividade. Discussão - Faça as seguintes perguntas: 1. Você se lembrou de incluir na conversa o aluno que estava na .cadeira de rodas.? 2. O que você fez? 3. Você se esqueceu de que ele estava lá? 4. Como você se sentiu sentado no meio do grupo de alunos em pé? 5. O que você fez para participar da conversa? 6. Você se sentiu mal alguma vez? Por quê? Por que não? 7. Discutir o fato de que muitas pessoas que usam cadeira de rodas queixam-se que perguntas e comentários são sempre dirigidos a amigos e pessoas da família que estejam ao seu lado, ou que estejam empurrando a cadeira de rodas, em vez de serem dirigidos a elas mesmas. Ex.: Uma mulher com deficiência contou que ela estava em um restaurante quando o garçom se aproximou e perguntou ao marido dela como ela queria o seu bife. Converse com os alunos sobre o motivo pelo qual essa mulher se aborreceu com o garçom e relacione esse exemplo com a atividade que eles acabaram de fazer. 8. Peça aos alunos para fazerem uma lista do que eles fariam se tivessem um colega que usasse cadeira de rodas. O que eles fariam para incluí-lo nas conversas? *PRANCHA DE COMUNICAÇÃO* Objetivo - Permitir que os alunos vivenciem as formas de comunicação usadas por pessoas com paralisia cerebral que têm dificuldades para falar. Material - Pranchas de comunicação que poderão ser feitas em cartolina ou madeira compensada. Procedimento 1. Divida o grupo em pares e explique para os alunos que eles trabalharão com uma prancha simulada. 2. Conte aos alunos que muitas pessoas com paralisia cerebral não podem falar, mas, mesmo assim, têm pensamentos e idéias para compartilhar com as outras pessoas. As pranchas foram inventadas para que as pessoas com paralisia cerebral possam se comunicar com os outros. 3. Usando as pranchas, peça aos alunos para, apontando as letras, soletrarem uma mensagem aos seus pares. Eles devem se lembrar de que não podem falar absolutamente nada. 4. Deixe os alunos formularem suas próprias mensagens u entregue frases datilografadas numa tira de papel para serem copiadas. Dê tempo suficiente para que os alunos completem as mensagens, mesmo que isso demore um pouco mais. Discussão - Quando todos os alunos tiverem participado da atividade, faça as seguintes perguntas: 1. Você gostou de se comunicar dessa forma? 2. Foi muito difícil? 3. O que poderia ser feito para facilitar essa tarefa? Explique que algumas pessoas com paralisia cerebral usam instrumentos eletrônicos, que se assemelham às pranchas, que elas acabaram de usar. Essas pranchas têm uma luz que se desloca pelas letras e a pessoa faz a luz parar nas letras escolhidas. Algumas pranchas têm mais de 100 frases já prontas. Hoje em dia, também existem sintetizadores de voz computadorizados, que fazem a mesma tarefa, isto é, permitem que as pessoas com paralisia cerebral expressem seus desejos, suas necessidades, seus sentimentos, suas idéias, etc. A propósito, você pode tentar o empréstimo de uma prancha dessas junto à entidades de pessoas com deficiência ou à prestadoras de serviço a pessoas com deficiência de sua cidade. Isso tornaria a atividade ainda mais interessante. Mas, o mais importante, é conversar com os alunos sobre como eles se sentiram e como seria se eles tivessem de se comunicar dessa forma, o tempo todo. Pergunte como eles se sentiriam se tivessem na classe um colega que usasse uma prancha dessas e como eles fariam para integrá-lo nas conversas e nas atividades. *ASSISTINDO TV - COMO É PARA UMA PESSOA COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA* Objetivo - Favorecer às crianças a compreensão de que as “dicas” visuais são essenciais para uma pessoa com deficiência auditiva, no processo de informação social. Material - Aparelho de TV. Papel e lápis para cada aluno. Procedimento 1. Ligue o televisor para os alunos assistirem e tire o som completamente. 2. Enquanto os alunos assistem ao filme, observe suas reações - isto é, distração, tensão, dispersão, etc. 3. Quando o filme terminar, divida a classe em grupos de quatro. Entregue as perguntas seguintes e solicite aos alunos que escrevam as respostas em uma folha de papel. Compartilhe as respostas com o grupo. - Qual era o tema do filme? - Como você sabe disso? - O que você não conseguiu entender? Discussão - Discutir no grande grupo: 1. Como você se sentiu? 2. Quais foram as melhores dicas que ajudaram você a entender o filme? 3. Você acha que as pessoas com deficiência auditiva gostam de assistir à TV e irem ao cinema? 4. Qual o programa que você conhece que seria bom às pessoas com deficiência auditiva assistirem? 5. O que poderia ajudar uma pessoa com deficiência auditiva a entender melhor um programa de televisão ou um filme? 6. Conte para os alunos que as pessoas com deficiência auditiva usam seus olhos para integrar as coisas do mundo à sua volta. Elas observam cuidadosamente para entender o que está acontecendo à sua volta. 7. Fale sobre a surdez como uma deficiência que pode isolar as pessoas e sobre como deve ser difícil para uma pessoa surda se envolver em uma atividade com um grupo de pessoas ouvintes. 8. Discuta o papel da televisão na vida de todos e o efeito que ela tem sobre uma pessoa com deficiência auditiva. *O INTÉRPRETE DE LÍNGUA DE SINAIS* Material - Cópias do seguinte parágrafo: “A mãe de Márcia pediu a ela e sua amiga para irem fazer compras. As duas meninas deveriam comprar ovos, leite, manteiga, frango, açúcar e pão. Elas também deveriam comprar balões de gás para o aniversário de Patrícia.” Procedimento “A” 1. Dividir a classe em grupos de 4 ou 5 alunos, os quais deverão sentar-se em círculo. 2. Você poderá solicitar a presença de um professor que saiba a língua de sinais ou de um intérprete, para que oriente a classe sobre as principais características dessa língua “falada” por quase dois milhões de brasileiros. 3. Peça a um aluno que leia o texto enquanto o intérprete, que deve ficar à esquerda do leitor, demonstra como interpretar a mensagem. 4. Peça à turma para observar que algumas palavras do português têm sinais específicos para representá-las e outras, como conjunções e certas preposições, não possuem um sinal específico. 5. Peça à turma para observar, ainda, que a ordem das palavras na mesma frase pode não ser a mesma quando transmitida em português e na língua de sinais. 6. Dê oportunidade para que vários alunos possam transmitir o texto lido por colegas, em português, para a língua de sinais. Procedimento “B” 1. O parágrafo acima contém algumas das palavras cujos sinais os alunos aprenderam. Existem outras palavras que eles não podem sinalizar. Selecione um aluno para ler e outro para servir como intérprete da língua de sinais. 2. Faça os alunos selecionados para a leitura lerem o parágrafo. O intérprete ficará à esquerda e interpretará a história. 3. Dê oportunidade para vários alunos fazerem o exercício. Discussão - Faça as seguintes perguntas: 1. Como você se sentiu como intérprete? 2. Como você se sentiu como locutor? 3. Você achou difícil interpretar? Por quê e por que não? 4. Quais são as qualidades para um bom intérprete? 5. Discuta as habilidades de sinalização com os alunos que se apresentaram como intérpretes. Mostre que não somente a técnica, mas também a velocidade é essencial para um bom intérprete. 6. Discuta com os alunos as vantagens de um intérprete em salas pequenas. *Folhetos e materiais impressos* As organizações de pessoas com necessidades educacionais especiais e as instituições prestadoras de serviço a essas pessoas costumam ter material impresso, como folhetos, para serem distribuídos. Você pode conseguir esses folhetos e distribuir para os alunos que poderão levá-los para casa e mostrá-los a seus familiares e amigos. *Temas para redação* Os alunos devem discutir as situações seguintes, que podem ser usadas como temas de redação e de dramatização: 1. Ronaldo está muito feliz porque inventaram “o relógio” e a escrita em Braille, pois essas invenções o ajudam a fazer muitas coisas. Um dia, um grande inventor convidou Ronaldo para visitar seu laboratório. Ele queria descobrir alguma coisa nova para ajudar as pessoas cegas. “Do que você precisa?”, perguntou o inventor. O céu é o limite. Vamos descobrir a maior invenção do mundo!” Escreva sobre as coisas que Ronaldo pediria ao inventor e faça um desenho dessas invenções. 2. Ronaldo e Patrícia estão indo para a escola. Dois meninos caminham atrás deles. Ronaldo e Patrícia ouvem um deles dizer: “Lá está Patrícia com o ‘quatro-olhos’”. O outro menino responde: “O que você quer dizer com essa história de ‘quatro-olhos’? Ronaldo não enxerga nada!” Escreva sobre o que acontece depois. O que Patrícia e Ronaldo fazem? 3. Salete e Bete estão voltando da escola. Elas vêem Marcos e Borges na frente. Salete, que é nova na escola, pergunta quem é aquele menino na cadeira de rodas. Bete fala sobre Marcos e um pouco sobre paralisia cerebral. As meninas alcançam Marcos e Borges. Salete ouve Marcos falando e diz: “Ei, você tem deficiência mental também? Eu não entendo o que você diz!” 4. Durante uma feira de animais, um veterinário foi fazer uma palestra na classe de Marcos. Ele trouxe diversos slides e fotografias de bichos. Jane perguntou a Marcos se ele gostaria de ser veterinário. Ele respondeu que seria muito divertido, mas que isso seria muito difícil para ele. Jane pensou então: “O que esse menino na cadeira de rodas vai ser quando crescer?” 5. Numa tarde, chovia muito na hora do recreio, e o professor Ricardo pediu que as crianças escolhessem um jogo e não corressem, enquanto ele iria por alguns minutos até a sala do diretor. Marcos achou que, já que o professor não tinha mencionado cadeira de rodas, seria divertido ter os colegas como platéia e torcida. O professor ouviu a bagunça e voltou depressa. Entrou na sala e disse: “Marcos, venha cá imediatamente”. 6. Uma manhã, o carro da professora de Márcia enguiçou. Como ela morava muito longe da escola e não havia ônibus que ela pudesse tomar, telefonou ao diretor avisando que não iria, e uma professora substituta foi para seu lugar. Quando o sinal tocou, a professora entrou imediatamente na sala. Ela conversou com os alunos sobre as atividades do dia e começou a aula de matemática. Tia Laura não sabia que Márcia era surda, e por isso ela também não sabia que deveria estar de frente para Márcia na hora de falar. Ela deu instrução para a atividade, enquanto escrevia no quadro. Quando Patrícia ia avisá-la, ela voltou-se para Márcia e disse: “Vamos logo. Não fique aí sonhando. Comece já!!” 7. A professora de Márcia, Tia Clara, está muito contente por tê-la em sua sala de aula. Ela tem ensinado muito a seus alunos sobre deficiência auditiva e todos os alunos aprenderam um pouco da língua de sinais, com muita facilidade! Tia Clara está muito contente porque os alunos podem se comunicar com Márcia usando a língua de sinais e Márcia tornou-se parte integrante do grupo. Um dia, entrou um novo aluno na classe. Braz já está na escola há quatro dias e as crianças têm lhe ensinado alguns sinais. Mas, numa manhã antes da aula, Braz disse a Patrícia e Marina: “Eu não quero aprender essa coisa. Quem é que vai querer aprender esses sinais bobos? É uma perda de tempo e a gente deveria estar aprendendo outras coisas mais importantes.” 8. ”Hoje está fazendo quase quarenta graus”, diz Bárbara. As outras crianças, Patrícia, Márcia e Jane concordam que este é o dia mais quente do ano. “Você tem um elástico ou uma fita para eu prender meu cabelo?”, perguntou Jane. Patrícia diz que felizmente ela tem os cabelos curtos e assim não sente tanto calor. Jane prende o cabelo e Márcia faz sinais. “Boa idéia, eu também vou prender os meus cabelos.. Bárbara olha para Márcia. .Não, você não deve fazer isso!”, ela diz. “Por que não?”, pergunta Patrícia, “Ela tem os cabelos compridos e hoje está muito quente”. Bárbara sussurra no ouvido de Patrícia que Márcia deveria deixar os cabelos soltos. “Assim o aparelho de ouvido dela não aparece, se ela prender o cabelo, como Jane fez, todo mundo vai ver o aparelho!!!”, ela diz. *Dramatização criativa* Os diálogos seguintes podem ser dramatizados pelos alunos ou podem ser usados como temas de discussão em redações. *O ACAMPAMENTO* Personagens - Márcia, uma jovem com deficiência auditiva, Patrícia, Marina, Roberto, Jorge e Davi, jovens que não possuem deficiência. Material - Aparelho de ouvido para Márcia (podem usar fones de ouvido ou caixas de fósforo). Cena - Os alunos estão reunidos, antes da aula começar, discutindo a ida ao acampamento. Jorge: Oba! Só faltam duas semanas! Marina: É, só duas semanas pro acampamento. Eu nunca acampei antes. Davi: Eu também não! Não agüento esperar mais. Márcia: (Sentada a uns poucos passos atrás de Patrícia, fazendo sinais) Eu quero, eu quero (ninguém olha pra ela e todos continuam conversando). Patrícia: Eu ainda estou pensando no que levar... Roberto: Eu sei. Meu pai disse: “Não vá levar a casa inteira”. Marina: Bom, a gente tem que levar o saco de dormir. Davi: Eu emprestei um do meu irmão. Márcia: (Sinaliza, agora mais frenética) Eu tenho o meu! Eu tenho o meu... Jorge: Um dia a gente vai escalar as montanhas. Patrícia: E fazer nossa comida... ô, Márcia, o que é?!! (Márcia dá uns tapinhas em Patrícia e declara que eles a estão excluindo do grupo). Marina: Puxa, é verdade. A Márcia lê os lábios da gente. Roberto: E ela tem que olhar pra gente, quando a gente tá falando! Puxa, Márcia, desculpe! Peça aos alunos para discutirem um fim apropriado para o diálogo e depois que todos concordarem com a finalização, faça-os dramatizarem a cena para a turma. Discuta a finalização de cada estória. *HISTÓRIAS DE GABRIELA COSTA - O QUE EU DIGO AGORA? * Personagens - Gabriela (uma jovem com deficiência mental), Patrícia, Marcos, Sara e João (irmão mais novo de Gabriela). Cena - João acabou de deixar Gabriela no lugar onde ela trabalha. Ele corre para encontrar seus amigos. João: Tchau, Gabriela!! Gabriela: Tchau, João. Uma boa tarde para você! João: Obrigado, um bom dia de trabalho pra você! (Gabriela entra na fábrica e João corre ao encontro de seus amigos.) João: Ei, esperem por mim!!! Vocês também estão indo pro mercado? Patrícia: Sim, nós estamos. Marcos: Venha conosco. Sara: Espere, Marcos!! Eu, bem, uhn... Patrícia: Ei, Sara. O que aconteceu? Sara: Nada, nada... Marcos: Olhe, o João é nosso amigo. O que está acontecendo? Sara: Olhe, João, você é o irmão de Gabriela, não é? João: Claro que sou. Você sabe disso! Sara: Ela tem deficiência mental, não é? João: Sim, é. Patrícia: Aonde você quer chegar? Marcos: Sim, o que a Gabriela tem a ver com João? Sara: Bem, se a Gabriela tem deficiência mental, então... Patrícia: Sara, eu não acredito nisso!!! Sara: Bom, todo mundo na sua família tem deficiência mental, João? Faça cada grupo improvisar uma conclusão para este diálogo. Faça-os apresentarem suas partes para a classe. Discuta cada conclusão com relação aos sentimentos de João e Gabriela e os sentimentos dos outros alunos (enriquecer com a nova concepção de deficiência mental - déficit intelectual - de acordo com o Sistema 2002 - AAMR ). *Discussão em grupos* *O QUE OS ALUNOS DEVEM SABER SOBRE PARALISIA CEREBRAL – PC* Os alunos e mesmo alguns professores, por não terem familiaridade com pessoas com paralisia cerebral, às vezes, ficam nervosos ou mesmo com medo quando vêem alguém com PC. Geralmente ficam curiosos para ver a cadeira de rodas ou o jeito incomum com que as pessoas com PC caminham; ou ainda ficam impressionados com os movimentos sem coordenação ou com o jeito de falar desses colegas. A pessoa nasce com paralisia cerebral, quando o cérebro sofre um dano. Mas, apesar do dano se localizar no cérebro, geralmente são os movimentos e a fala da pessoa que são afetados. Assim, a pessoa com paralisia cerebral às vezes não consegue andar ou falar, como as outras pessoas. Outras conseguem caminhar bem, outras usam muletas, e outras ainda usam cadeiras de rodas. Algumas vezes a fala é alterada e a pessoa não controla a saliva porque os músculos articulatórios da boca são afetados. A fala vagarosa e difícil de algumas pessoas com PC, entretanto, não significa que elas tenham deficiência mental. A maioria pode fazer muitas coisas e aprender tão rápido como qualquer outra pessoa. Quando uma pessoa com PC se locomove de uma maneira diferente é porque ela não pode controlar os movimentos dos braços e das pernas, que ocorrem involuntariamente, sempre que ela vai emitir um gesto voluntário. Isso torna difícil, por exemplo, segurar um lápis ou uma colher e comer de maneira elegante. *QUESTÕES PARA DISCUSSÃO SOBRE PARALISIA CEREBRAL* 1. Por que, às vezes, temos dificuldade para entender o que uma pessoa com paralisia cerebral diz? 2. Quais as coisas que uma pessoa com PC pode fazer sozinha? 3. Descreva como você imagina que é o banheiro na casa de uma pessoa com PC? *QUESTÕES PARA DISCUSSÃO SOBRE DEFICIÊNCIA AUDITIVA* Use as questões seguintes para estimular a discussão em pequenos grupos de alunos sobre como é ter deficiência auditiva. 1. Será que é fácil esquecer que seu amigo é surdo? Por quê? 2. Por que é importante olharmos para uma pessoa com deficiência auditiva quando estamos falando? 3. A voz da pessoa com deficiência auditiva é diferente da voz das outras pessoas. Por quê? 4. É difícil entender o que uma pessoa surda diz? Diga o porquê. 5. Finja que você e seus amigos estão jogando. Nenhum de vocês pode falar, mas vocês têm que dizer: “Eu tenho que ir para casa às cinco horas”. Como você diria isto, sem falar? Mostre para a turma como você faria. 6. A língua de sinais é uma língua como o inglês ou o francês. No Brasil, a língua de sinais é chamada de Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. Você já ouviu alguém falando outra língua? Onde? Você já viu alguém usando a língua de sinais? Onde? O que você acha que eles estavam dizendo? 7. Como uma pessoa com deficiência auditiva faz para dançar? Como você dançaria com uma pessoa com deficiência auditiva? Que tipo de música você gostaria de dançar com ela? 8. Como seria ter deficiência visual e auditiva ao mesmo tempo, ou seja, ser surdocego? *FILMES* Há um número cada vez maior de vídeos que podem ser exibidos na sua escola, com personagens com deficiência. Fique atento, pois muitos passam na televisão e você pode recomendar a seus alunos que os assistam. Esses personagens podem ser objeto de uma discussão em grupo. Relacionamos, abaixo, alguns desses filmes: À Primeira Vista - Virgil, um homem que ficou cego após um acidente na infância, é convencido por Amy, que por ele se apaixona, a fazer um novo tratamento especial. Essa cirurgia é realizada com sucesso e ele recomeça tudo de novo, reaprendendo a enxergar à luz do dia e a conhecer a força do amor. Além dos Meus Olhos - Após alguns anos de casados, James e Ethel, que são cegos descobrem que não podem ter filhos. Quando decidem adotar uma criança, eles têm que enfrentar uma série de barreiras legais - e provar que são capazes de cuidar de alguém. Amargo Regresso - Um retrato realista dos efeitos da guerra do Vietnã nas famílias dos soldados americanos. Enquanto seu marido luta no Vietnã, mulher se apaixona por um soldado paraplégico, amargurado pelas memórias traumáticas da guerra. Castelos de Gelo - Patinadora adolescente é descoberta por famosa treinadora, que transforma a garota em campeã mundial. No auge da fama, ela sofre acidente, que a deixa cega, tendo de recomeçar do zero, com a ajuda do namorado. Dançando no Escuro - Uma imigrante tcheca leva uma vida cheia de dificuldades trabalhando nos Estados Unidos, vivendo numa caravana, com seu filho de doze anos. Ao descobrir que está perdendo a visão lentamente, tenta a todo custo esconder o fato de todos, principalmente do seu filho, porque ela descobre, também, que a doença é genética. Eterno Amor - O filme é uma bela historia de amor adaptada do livro Um Long Dimanche de Fíançaiiies, de Sébastien Japrisot, que tem como pano de fundo a Primeira Guerra Mundial. Eterno Amor é do mesmo diretor de O Fabuloso Destino Poulain e traz no elenco Audrey Tatou (também de Amélia Poulain) como protagonista. Mathilde, a personagem de Tatou, tem deficiência física, em virtude de poliomelite adquirida na infância. Mas a deficiência nunca foi obstáculo para impedi-la de correr atrás de seu amor e não mediu esforços para conseguir o que realmente desejava. Feliz Ano Velho - Vencedor de seis prêmios no Festival de Gramado, inclusive o de melhor roteiro, narra história de um universitário, que mesmo sendo mergulhador, fica tetraplégico após um mergulho em um lago raso. Na cadeira de rodas, recorda a sua adolescência. Filhos do Silêncio - Oscar e Globo de Ouro de melhor atriz e Urso de Prata no Festival de Berlim para direção. História de um professor de linguagem dos sinais para surdos que apaixona-se por uma surda-muda que tem dificuldades de relacionamento com as pessoas. Forrest Gump: o Contador de Histórias - Oscar de melhor filme, ator, diretor, roteiro, montagem e efeitos especiais. O filme mostra como um rapaz com QI abaixo da média, consegue, por acaso, viver um período da história dos EUA. No filme há participação de um amputado das pernas. Janela da Alma - Um documentário sobre a deficiência visual, no qual dezenove pessoas com diferentes graus - da miopia à cegueira total - falam como vêem os outros e como percebem e sentem o mundo. Personalidades como Marieta Severo (atriz), Hermeto Pascoal (músico), Arnaldo Godoy (vereador), Evgen Bvacar (fotógrafo e professor de estética da Surbone), José Saramago (prêmio Nobel), Wim Wenders (cineasta), Oliver Sachs (neurologista), e muitos outras fazem surpreendentes e inesperadas revelações sobre a visão. King Gimp - Vencedor do Oscar de documentário de curta-metragem, retrata a condição de vida de um jovem com paralisia cerebral. Lágrimas do Silêncio - Nessa história a personagem, surda, entrega a filha aos cuidados da avó, até recuperar-se emocionalmente após a morte do marido. Durante esse tempo, a avó apega-se de tal forma à neta, que requer sua guarda em processo na justiça. León e Olvido - O filme que nos ensina a conhecer a síndrome de Down - Olvido é uma mulher de 21 anos. León, seu irmão, tem síndrome de Down. Faz 4 ou 5 anos que ficaram órfãos e, como única herança, eles têm a casa onde moram e um carro velho. Entre eles começa desenvolver-se, de modo cada vez mais desesperado, um conflito: Olvido quer que León aceite morar em um internato ou que vá e volte sozinho da escola e se ocupe, pelo menos, de suas coisas e de algumas tarefas domésticas; por sua vez, León faz todo o possível para que suas atividades, responsabilidades e tarefas sejam mínimas e sua irmã cuide dele de corpo e alma. O desespero de Olvido vai aumentando e a tenacidade de Leon será continuamente posta à prova. Para ambos ocorrem situações muito extremas, das quais será difícil que eles saiam ilesos. Meu Pé Esquerdo - Oscar de melhor ator e atriz coadjuvante. História real do escritor e pintor irlandês Christy Brown, seqüelado de paralisia cerebral, desde bebê, que conseguiu pintar e escrever usando para isto, apenas o seu pé esquerdo. Mr. Holland: Adorável Professor - Um homem que trabalha como professor para sustentar a família, tem um desejo de compor uma sinfonia. Quando sua esposa dá a luz ao filho do casal, ele descobre que a criança é surda. Esta descoberta o faz sofrer muito e, então, ele decide organizar um concerto para pessoas com deficiência auditiva. Nell - Um médico e uma psicóloga que tentam integrar e adequar uma pessoa criada sem qualquer contato com o mundo até os trinta anos, sem deixar que ela perca sua individualidade. Essa pessoa é Nell, que durante sua vida, inclusive, criou sua própria linguagem. O Homem Elefante - A história de John Merrick (John Hurt), um desafortunado cidadão da Inglaterra vitoriana, que era portador do caso mais grave de neurofibromatose múltipla registrado, tendo noventa por cento do seu corpo deformado. Essa situação o leva ser atração em circos de aberrações, vítima dessa doença que o deforma, esse homem tenta a todo custo recuperar a sua dignidade (história real). O Oitavo Dia - Prêmio de melhores atores em Cannes. Ao vagar sem rumo pelas estradas da França, um empresário estressado, por pouco atropela um jovem com da Síndrome de Down. O empresário leva-o no seu carro e a partir daí nasce uma profunda amizade entre os dois. O Óleo de Lorenzo - O filme é baseado em fatos reais. Conta a história de Lorenzo e da luta dos seus pais para salvá-lo de uma rara doença, recusando o prognóstico médico de uma doença incurável, com perspectiva de vida de dois anos. Perfume de Mulher - Um ex-capitão cego e amargurado e um jovem contratado para acompanhá-lo em um tour pela Itália. Essa é a história do filme, que mostra a amizade entre os dois. O ex-capitão descobre mulheres atrativas, usando seu apurado olfato. O filme mostra variados cenários da Itália para ilustrar a condição de um homem que está condenado à cegueira, mas pouco disposto a aceitar suas limitações. Prisioneiros do Silêncio - Uma mãe descobre as maneiras de comunicar-se com seu filho autista, após levá-lo à uma instituição especializada. Rain Man - Rapaz viaja a asilo a fim de aproximar-se do irmão autista e herdar toda a fortuna paterna sozinho. Em sua viagem de volta, os dois redescobrem os antigos sentimentos e passam a viver juntos e sem ressentimentos. Sempre Amigos - O filme conta a história de dois meninos e da amizade entre eles. Kewin sofre de distrofia muscular, e é superdotado. Max, com treze anos, tem pouca inteligência, é muito arredio e não tem amigos, é forte e grande. Uma grande amizade entre eles se inicia quando Kewin e sua mãe se tornam vizinhos de Max. Simples como amar - Mãe superprotetora que não aceita a recuperação da filha jovem com leve problema mental, que volta de uma escola especial, dizendo que arranjou um namorado. A mãe é contra esse relacionamento, mas o amor pode falar mais alto. Sonata de Outono - Esse filme narra a história de um pianista e sua relação com as filhas, das quais, uma sofre de doença neurológica degenerativa. Testemunha do Silêncio - Um casal de irmãos assiste ao assassinato dos pais. O menino tem nove anos e é autista. A polícia pede ajuda a Jake Rainer, um dos melhores psicólogos especializados no tratamento de crianças autistas em todo o mundo, para desvendar o crime. Tudo pela Vida - A relação insuportável que uma artista de novela que sofre um acidente, tem com as suas enfermeiras, que a acompanham no tratamento de recuperação na casa dos pais. Então, começa uma amizade entre a atriz e uma dessas enfermeiras. Uma Lição de Amor - O filme acompanha a trajetória de Sam Dawson, um adulto com a idade mental, a inocência e a sinceridade de uma criança de sete anos. Um homem que o destino quis que se tornasse pai solteiro de Lucy. Embora tivesse dificuldades, com a ajuda de amigos muito especiais, Sam conseguiu fazer dos primeiros anos de vida de Lucy, uma infância repleta de amor e alegria. Uma Mente Brilhante - Um gênio da matemática que, aos vinte e um anos, formulou um teorema que provou sua genialidade e o tornou aclamado no meio onde atuava. Mas aos poucos, o belo e arrogante John Nash se transforma em um sofrido e atormentado homem, que chega até mesmo a ser diagnosticado como esquizofrênico pelos médicos, que o tratam. Porém, após anos de luta para se recuperar, ele consegue retornar à sociedade e acaba sendo premiado com o prêmio Nobel. *LIVROS* Cada vez mais estão sendo publicados livros com personagens com deficiência, ou sobre essas pessoas e os diversos tipos de deficiências. Você pode adquiri-los e formar uma pequena biblioteca sobre o assunto, mas é importante estar atento para recusar aqueles onde as pessoas com deficiência são tratadas de forma estereotipada, isto é, com qualidades sobre-humanas ou então como “coitadinhos” dignos de pena. *LIVRO DE RECORTES* Os alunos mais velhos também podem ser estimulados a coletar e colecionar fotografias e recortes de jornais com matérias sobre pessoas com deficiência. *VISITAS BEM-VINDAS* Acreditamos que depois de ter desenvolvido algumas dessas atividades, seria uma boa idéia convidar pessoas adultas, com deficiência, para conversar com a comunidade escolar sobre sua vivência, suas dificuldades e as soluções que encontraram para problemas enfrentados na vida. Geralmente, os alunos aproveitam muito bem essas oportunidades para fazer todo tipo de pergunta e satisfazer sua curiosidade natural. E as pessoas com deficiência, na sua maioria, têm muito prazer neste contato e sentem-se gratificadas em participar dessas atividades e poder conversar com a comunidade sobre suas necessidades especiais, bem como sobre os suportes que lhes permitem viver na comunidade. Também as pessoas sem deficiência se beneficiam desta convivência, aprendendo o quanto podemos crescer num ambiente permeado pela diversidade humana. *ENVOLVENDO A COMUNIDADE* O próximo passo, depois da preparação da turma para receber colegas com deficiência, é proporcionar uma reunião onde os pais e familiares dos seus alunos possam também compartilhar desse novo conhecimento. Nessa reunião com a família, os alunos poderão relatar as suas experiências, os adultos com deficiência poderão falar sobre sua experiência de vida, bem como os alunos com deficiência poderão falar sobre a mudança de atitude dos colegas de turma, depois de passarem pelo programa anterior de sensibilização. Geralmente, as eventuais resistências dos pais com relação ao ingresso de alunos com deficiência na escola comum são eliminadas quando percebem que seus filhos estão compreendendo e convivendo de modo saudável e construtivamente com a deficiência em seu cotidiano escolar. Obs: (é bom ressaltar que tudo isso deve ser processo, seja com a presença do aluno ou não, e que não seja condição prévia para o ele freqüentar a escola, para não ser confundido com a concepção à política de integração). Contracapa MINITÉRIO DA EDUCAÇÃO Secretaria de Educação Especial Esplanada dos Ministérios - Bloca L - 6º andar CEP 70047-901 - Brasília - DF www.mec.gov.br/seesp Apoio/Logotipos UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância SORRI FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Secretaria de Educação Especial Ministério da Educação BRASIL - UM PAÍS DE TODOS - GOVERNO FEDERAL