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Pesquisadores debatem educação do campo

Mais de 50 pesquisadores do Brasil estão participando do 1º Encontro Nacional de Pesquisa em Educação do Campo, que começou nesta segunda-feira, 19, e vai até quinta-feira, 22, no Saint Peter Hotel, em Brasília. O evento, promovido pelo Ministério da Educação, é desenvolvido em parceria com os ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Ciência e Tecnologia (MCT), além da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped).

A finalidade do encontro é reunir e debater as produções científicas sobre educação do campo para subsidiar a formulação de políticas nessa área em âmbito nacional. O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, Ricardo Henriques, abriu o encontro e lembrou o ineditismo do ministério em organizar um espaço para integrar todos os pesquisadores de educação do campo, convergindo assim suas formulações para pensar políticas públicas, e não somente teses abstratas.

“O objetivo do MEC é revitalizar a área de pesquisa sobre o campo, que foi desmantelada ao longo dos últimos 20 anos. O ministério entende que só é possível dar um salto hoje, do ponto de vista do desenho, da formulação e implantação de programas para a educação do campo, incorporando os pesquisadores que estão há décadas neste processo, e que cada vez menos têm sido ouvidos”, declarou Ricardo Henriques.

O coordenador-geral de Educação do Campo do MEC, Antonio Munarim, comentou, dentre as ações desenvolvidas no setor, a operacionalização de dois grandes eixos para a construção de uma política nacional. “Um deles é a articulação com as secretarias estaduais de educação e, particularmente, com municípios e movimentos sociais do campo. O outro é o programa de educação de jovens e adultos (EJA), com qualificação social e profissional para o trabalho no campo da agricultura familiar.”

Pesquisas - Não há números oficiais, mas o Projeto Terra Negra, que integra o Programa Nacional de Crédito Fundiário, do MDA, estima que 22% dos agricultores familiares no Brasil têm origem africana. “Para mim, uma educação do campo tem de ter essa história afro-brasileira contemplada por excelência, como todas as outras etnias. E creio que este é um salto de qualidade grande num encontro como este”, disse Marcos Rodrigues da Silva, representante do MDA.

Segundo Silva, somente 1% das mulheres negras do campo tem algum grau de escolaridade. Entre os homens, o número não chega a 3%. Ele completou dizendo que a maioria também não possui a documentação da terra.

A professora Ivanilde Apoluceno de Oliveira, da Universidade Estadual do Pará, participa do encontro com a pesquisa Cartografias Ribeirinhas, uma radiografia de saberes e representações sobre práticas sociais do cotidiano de alfabetizandos da Amazônia.

Programação - O encontro prossegue nesta terça-feira, 20, com uma programação que inclui espaços interativos de identidades e territórios. Haverá também uma mesa-redonda de produção pedagógica dos movimentos sociais e sindicais, com Pedro Ivan Christoffoli, da Confederação Nacional das Cooperativas de Reforma Agrária no Brasil (Concrab/MST), Maria do Socorro Silva, da Universidade de Brasília (UnB) e Sônia Meire Azevedo, da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Repórter: Sonia Jacinto

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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