Formação de recursos humanos na Amazônia é prioridade para a Capes
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) incluiu entre suas ações prioritárias para 2007 a intensificação de formação de recursos humanos na Região Amazônica. A informação foi dada pelo diretor de Programas da Capes, José Fernandes de Lima, durante o debate sobre a Amazônia: Avaliação dos Documentos, na 58ª Reunião Anual da SBPC, em Florianópolis.
A Amazônia Legal compreende uma superfície de 5,2 milhões de quilômetros quadrados, o que corresponde a 61% do território brasileiro. A área abriga 18 milhões de habitantes sendo 68% nos centros urbanos e 32% na zona rural. A maior parte da população indígena brasileira está no local e possui cerca de 256 mil pessoas que falam mais de 170 línguas. A região conta com 25 cursos de doutorado, 99 cursos de mestrado, 902 grupos de pesquisa e 8.109 professores, dos quais 2.206 são doutores e 3.650 são mestres. Conta ainda com 788 discentes de pós-graduação, sendo 618 alunos de mestrado e 170 de doutorado.
Segundo Lima, o programa Acelera Amazônia atendeu a uma antiga demanda dos pesquisadores e de grande parte da comunidade científica preocupada com o desenvolvimento da região. “O desenvolvimento científico da Região Amazônica requer a atração e fixação de pessoal altamente qualificado”, disse.
Para o pesquisador do Instituto de Pesquisa Museu Goeldi, Nilson Gabas, que apresentou um documento produzido a partir de encontros regionais promovidos pela SBPC, há uma enorme preocupação com o desenvolvimento e investimentos na Amazônia. O documento foi entregue ao ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Resende, em março deste ano.“A Amazônia não é uma questão regional é nacional, por isso propomos a criação de instrumentos especiais de gestão e financiamento, capazes de implementar as políticas públicas propostas”, disse representando a posição da SBPC.
Situação da Amazônia – O Programa de Ciência e Tecnologia para Recuperação de Áreas Alteradas no Arco do Desmatamento da Amazônia foi apresentado durante o encontro aberto pela diretora do Instituto de Pesquisa Museu Goeldi, Ima Célia Guimarães Vieira. Segundo ela, a área desflorestada na Amazônia Legal chegou a aproximadamente 680 mil quilômetros quadrados, em 2004, correspondendo a 18% do total. A área abrange o sudeste do Estado do Maranhão, norte do Tocantins, sul do Pará, norte de Mato Grosso, Rondônia, sul do Amazonas e sudeste do Estado do Acre. Ima disse que as conseqüências disso são a extinção de animais e a redução da diversidade de espécies.
Integrante do comitê de área multidisciplinar da Capes e única representante da região Norte do grupo, ela manifesta a preocupação com a manutenção dos cursos. “É necessário dar suporte, dar apoio financeiro e técnico aos cursos de mestrado e doutorado porque, caso contrário, muitos poderão perder a qualidade e, conseqüentemente, serão fechados”, avalia.
As sugestões de ações apresentadas no encontro aberto serão encaminhadas pela coordenadora do debate, a professora da UFMA, Maria Célia Pires Costa, para a direção da SBPC, que por sua vez irá elaborar uma agenda para a Amazônia para entregá-la aos candidatos à presidência da República.
Adriane Cunha