Educação no campo
Vera Figueiredo, professora do instituto, que coordena a licenciatura, relata as dificuldades que esses educadores têm a vencer para estudar. A distância entre o local de trabalho e o polo onde acontece o curso é um problema significativo no Pará, porque a maioria dos deslocamentos é por via fluvial.
Existem também dificuldades primárias, como não ter dinheiro para comprar caderno e caneta e pagar a passagem de ônibus ou barco, até a má vontade de algumas secretarias municipais de educação para liberá-los a fim de que façam as aulas presenciais, relata a coordenadora. Como a formação é em serviço, outro desafio é passar quatro anos sem férias.
O modelo da licenciatura em educação no campo compreende fases presenciais que acontecem no período das férias escolares, num polo que congrega vários municípios, além de etapas de estudos e pesquisas que são feitas no restante do ano letivo.
Na avaliação de Vera Figueiredo, professores que estão no exercício do magistério há dez, 15 anos ou mais, apenas com formação de nível médio, ingressaram na licenciatura com vontade de subir um degrau e não medem esforços para aproveitar essa oportunidade. “A nossa meta”, diz Vera, “é evasão zero e reprovação zero”.
Um professor que fica doente durante o período em que faz a parte presencial do curso, por exemplo, não perde aquela etapa. Segundo a coordenadora, os colegas da mesma localidade e o instituto se unem para passar os conteúdos e as demais tarefas. “Juntos buscamos soluções.”
Pelo estado – O Instituto Federal do Pará tem hoje 12 turmas de educadores rurais em cursos de licenciatura. No conjunto, os 660 professores se dividem em turmas de 50 ou 60 alunos, que fazem as aulas presenciais nos polos nos meses de julho a 15 de agosto e de janeiro a 15 de fevereiro de cada ano.
Cada polo atende cursistas de cinco a seis municípios que ficam no entorno. Atualmente, o instituto tem turmas em Abaetetuba, Altamira, Bragança, Castanhal, Conceição do Araguaia, Marabá, Portel (na Ilha de Marajó), Redenção, São Sebastião da Boa Vista, Santarém, Tomé-Açu e Tucuruí.
Para ministrar a licenciatura, o instituto construiu parcerias com os municípios e dividiu as tarefas com eles. Cabe ao instituto fazer a formação, criar e oferecer materiais didáticos e pedagógicos, designar professores efetivos dos seus quadros para as aulas, a tutoria e a orientação de atividades e pesquisas na comunidade, certificar os concluintes. É responsabilidade das prefeituras liberar os educadores para as aulas presenciais e oferecer a infraestrutura física do polo.
O curso no Pará tem 3.360 horas e duração de quatro anos. A licenciatura é multidisciplinar com abordagem em quatro áreas: linguagens e códigos, em que o aluno adquire formação para trabalhar em português, literatura e artes; ciências da natureza e matemática, que capacita para lecionar matemática, química, física e biologia; ciências humanas e sociais, para trabalhar com filosofia, sociologia, história, geografia; ciências agrárias. Professores com essa licenciatura estão habilitados a trabalhar com as séries finais do ensino fundamental e no ensino médio nas escolas rurais.
Rede – O Instituto Federal do Pará é uma das 32 instituições públicas de ensino superior que aderiram ao Procampo, programa do Ministério da Educação que qualifica professores sem licenciatura que trabalham em escolas rurais. Universidades e institutos recebem recursos do MEC para fazer a formação.
Ionice Lorenzoni
Professores de escolas rurais fazem licenciatura no Pará
Vera Figueiredo, professora do instituto, que coordena a licenciatura, relata as dificuldades que esses educadores têm a vencer para estudar. A distância entre o local de trabalho e o polo onde acontece o curso é um problema significativo no Pará, porque a maioria dos deslocamentos é por via fluvial.
Existem também dificuldades primárias, como não ter dinheiro para comprar caderno e caneta e pagar a passagem de ônibus ou barco, até a má vontade de algumas secretarias municipais de educação para liberá-los a fim de que façam as aulas presenciais, relata a coordenadora. Como a formação é em serviço, outro desafio é passar quatro anos sem férias.
O modelo da licenciatura em educação no campo compreende fases presenciais que acontecem no período das férias escolares, num polo que congrega vários municípios, além de etapas de estudos e pesquisas que são feitas no restante do ano letivo.
Na avaliação de Vera Figueiredo, professores que estão no exercício do magistério há dez, 15 anos ou mais, apenas com formação de nível médio, ingressaram na licenciatura com vontade de subir um degrau e não medem esforços para aproveitar essa oportunidade. “A nossa meta”, diz Vera, “é evasão zero e reprovação zero”.
Um professor que fica doente durante o período em que faz a parte presencial do curso, por exemplo, não perde aquela etapa. Segundo a coordenadora, os colegas da mesma localidade e o instituto se unem para passar os conteúdos e as demais tarefas. “Juntos buscamos soluções.”
Pelo estado – O Instituto Federal do Pará tem hoje 12 turmas de educadores rurais em cursos de licenciatura. No conjunto, os 660 professores se dividem em turmas de 50 ou 60 alunos, que fazem as aulas presenciais nos polos nos meses de julho a 15 de agosto e de janeiro a 15 de fevereiro de cada ano.
Cada polo atende cursistas de cinco a seis municípios que ficam no entorno. Atualmente, o instituto tem turmas em Abaetetuba, Altamira, Bragança, Castanhal, Conceição do Araguaia, Marabá, Portel (na Ilha de Marajó), Redenção, São Sebastião da Boa Vista, Santarém, Tomé-Açu e Tucuruí.
Para ministrar a licenciatura, o instituto construiu parcerias com os municípios e dividiu as tarefas com eles. Cabe ao instituto fazer a formação, criar e oferecer materiais didáticos e pedagógicos, designar professores efetivos dos seus quadros para as aulas, a tutoria e a orientação de atividades e pesquisas na comunidade, certificar os concluintes. É responsabilidade das prefeituras liberar os educadores para as aulas presenciais e oferecer a infraestrutura física do polo.
O curso no Pará tem 3.360 horas e duração de quatro anos. A licenciatura é multidisciplinar com abordagem em quatro áreas: linguagens e códigos, em que o aluno adquire formação para trabalhar em português, literatura e artes; ciências da natureza e matemática, que capacita para lecionar matemática, química, física e biologia; ciências humanas e sociais, para trabalhar com filosofia, sociologia, história, geografia; ciências agrárias. Professores com essa licenciatura estão habilitados a trabalhar com as séries finais do ensino fundamental e no ensino médio nas escolas rurais.
Rede – O Instituto Federal do Pará é uma das 32 instituições públicas de ensino superior que aderiram ao Procampo, programa do Ministério da Educação que qualifica professores sem licenciatura que trabalham em escolas rurais. Universidades e institutos recebem recursos do MEC para fazer a formação.
Ionice Lorenzoni