Anunciados novos polos de inovação em institutos federais
A Rede Federal de Educação Profissional passa a contar com quatro novos polos de inovação em institutos federais. O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, nesta quarta-feira, 6. Esses polos são voltados ao desenvolvimento de pesquisas avançadas que atendem demandas reais do setor produtivo, construindo uma ponte entre a academia e o mercado. “Este é um marco que estamos estabelecendo no que diz respeito à questão da inovação e apoio à inovação de forma articulada”, disse Mendonça.
O ministro ressaltou, ainda, o papel dos institutos federais no que diz respeito à aproximação entre os setores educacional e produtivo: “Durante muito tempo, a gente caminhou de forma dissociada entre as áreas de inovação, educação e, sobretudo, produção. Havia um verdadeiro preconceito em relação à atividade produtiva e o setor industrial. Nesse aspecto, os institutos federais contribuíram de forma decisiva para aproximar a área educacional de formação técnica e profissional do setor produtivo”.
Os polos de inovação estão vinculados à Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), organização social que credencia unidades de pesquisa e desenvolvimento em todo Brasil. Além do MEC, financiam tais ações o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), cujo titular, Gilberto Kassab, também esteve presente ao evento desta quarta. “Não há país que consiga graus de crescimento sem investir em pesquisa, ciência e tecnologia”, destacou. “São instituições de relevância que irão contribuir para que a gente possa avançar no desenvolvimento nacional. “
Com a implantação destes centros, a Rede Federal de Ensino praticamente dobra o número de laboratórios de pesquisa focados no setor produtivo dentro dos moldes da Embrapii, passando de cinco para nove polos de inovação. As novas unidades vão funcionar junto aos seguintes institutos: IFSC (campus Florianópolis), com foco em sistemas inteligentes de energia; IFPB (campus João Pessoa), sistemas para manufatura; IF Sul de Minas (campus Machado), agroindústria do café; e o IF Goiano (campus Rio Verde), que tem como áreas de competência as tecnologias agroindustriais.
“A partir de agora, os polos que começam a ter recursos da Embrapii vão atrás dos clientes, que são empresas com problemas de tecnologia e que precisam aperfeiçoar processos produtivo para serem mais competitivas ou que precisam de produtos novos para atenderem ao mercado”, explicou o presidente do Conselho de Administração da Embrapii, Pedro Wongtschowski. De acordo com ele, todas as unidades entram em operação este mês e a expectativa é de que, no início do próximo ano, estejam aprovados os primeiros projetos.
Atuação – O foco de cada polo de inovação foi determinado pelo potencial econômico da região, pela capacidade de gestão da inovação nos institutos. Os polos destacam locais de grande adensamento tecnológico e demandas relevantes de desenvolvimento, inclusive para a agroindústria. Já a seleção dos institutos federais para credenciamento como polos se deu pela chamada pública Embrapii 01/2017. Entre as 14 cartas de interesse e 12 propostas de credenciamento recebidas, nove foram submetidas à análise especializada e cinco visitadas durante o processo.
Reitor do IFPB, Cícero Nícácio Lopes comentou que a instalação do polo de desenvolvimento na Paraíba será um divisor de águas para o instituto. “Vamos implementar políticas públicas focadas em pesquisa, desenvolvimento e inovação”, declarou. “É preciso estabelecer uma interface com o mundo produtivo e isso é um indutor do desenvolvimento”.
A secretária de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do MEC, Eline Nascimento, destacou a importância da ampliação dos polos de inovação: “Eles têm papel estratégico para as ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação dos institutos federais. O objetivo da Setec nessa ação é fomentar a cultura de inovação nas unidades da Rede Federal”.
Já o coordenador-geral de planejamento, orçamento e gestão da Rede Federal do MEC, Paulo Leão, reforçou a diferença entre os polos de inovação e o ensino tradicional. “Os polos não são locais para aula, mas laboratórios onde pesquisadores doutores e alunos irão resolver problemas de setores produtivos como o industrial e o empresarial”, explicou. “Com isso, o custo fica mais baixo, a produção mais rápida e mais gente passa a ter acesso aos benefícios. ”
Senai – Ainda durante o evento, foram divulgados cinco novos institutos Senai de Inovação, conforme a chamada pública 02/2017. Estes funcionam nos mesmos moldes dos polos de inovação dos institutos federais, e estarão, igualmente, em instituições vinculadas à Embrapii, sendo, porém, vinculados ao MCTIC. No caso desses polos, os temas de pesquisa serão centrados materiais metálicos, biomassa, mineração, manufatura e sistemas ciberfísicos.
As unidades da Embrapii são constituídas a partir de competências tecnológicas específicas de instituições de pesquisa científica e tecnológica, públicas ou privadas sem fins lucrativos, com experiência comprovada no desenvolvimento de projetos de inovação em parceria com empresas do setor industrial. A expectativa é que as empresas sejam atraídas pela forte base de conhecimento existente nestas instituições de ensino, bem como por sua capacidade de apresentar soluções tecnológicas, potencializadas pelo mecanismo de compartilhamento de custos e riscos oferecido pela Embrapii para gerar inovação industrial no país.
Assessoria de Comunicação Social