Educadores estrangeiros visitam escolas
Um grupo de 30 educadores de diversos países latino-americanos e da Espanha, participantes do Encontro Internacional de Educação do Campo, promovido pelo programa Eurosocial, com apoio do Ministério da educação, visitou na terça-feira, 25, duas escolas da rede pública de ensino do município de Unaí (MG), a 170 quilômetros de Brasília. Eles foram ver de perto o modelo de educação aplicado no município mineiro.
Os congressistas conheceram a experiência desenvolvida na Escola Municipal Santo Antônio, localizada no distrito de Santo Antônio do Boqueirão. Com apenas duas professoras, a unidade atende cerca de 30 crianças e utiliza o método de ensino multisseriado. Na pequena escola, que funciona de modo improvisado num galpão, alunos da 2ª, 3ª e 4ª série dividem o mesmo ambiente de ensino.
“Nossa intenção, assim que assumimos, era fechar a escola e transferir os alunos para a escola-pólo mais próxima, fornecendo transporte escolar. Mas a comunidade não aceitou a mudança e decidimos construir uma escola-pólo no próprio distrito”, explica a secretária municipal de Educação de Unaí, Neuzani Branquinho. A nova escola, que oferecerá sistema de ensino normal, com séries diferenciadas, está em construção há cerca de três meses e deve ser inaugurada até dezembro.
À tarde, o grupo visitou a Escola Municipal Adélia Rodrigues Marques, uma das oito escolas-pólo do município. Lá, os educadores conheceram uma realidade completamente diferente: a unidade, com 28 professores, atende 700 alunos do ensino fundamental e médio em uma escola com amplas salas de aula, laboratório de ciências, biblioteca e sala de informática. Outras três escola deste tipo devem ser inauguradas até o fim do ano que vem.
Para o professor Javier Serrano, que coordena o projeto de educação rural do governo da Colômbia, conhecer de perto as duas experiências demonstrou a importância da qualidade da formação dos professores e do material didático utilizado no processo de ensino. “Na Colômbia, temos experiências em condições piores, em termos de estrutura disponível e de acesso ao local de ensino, onde houve bons resultados. Nesses casos extremos, o mais importante é que os professores tenham acesso a um bom material e saibam fazer uso dele”, disse.
Na opinião da psicóloga Beatriz Rodriguez, da Secretaria de Educação Pública do México, a visita às duas unidades demonstrou que uma educação de qualidade depende da combinação entre boa estrutura e motivação dos educadores. “Pelo que vimos, a segunda escola visitada possui condições bem melhores de trabalho, mas na primeira tivemos um bom exemplo do esforço dos professores, que é algo que não pode ser substituído”, comentou.
Nesta quarta-feira, 26, os educadores visitaram escolas públicas de Brasília. Amanhã, 27, é a vez de conhecer as escolas do município de Formosa (GO). O evento prossegue até sexta-feira, 28.
Assessoria de Imprensa da Seed/MEC