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Mestrado

Bolsista desenvolve plataforma para detecção de doença canina

  • Sexta-feira, 31 de março de 2017, 16h33
  • Última atualização em Sexta-feira, 31 de março de 2017, 16h33

Julia Pereira Postigo, bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) no Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveu uma plataforma de baixo custo para detecção de cinomose – doença provocada por um vírus – em cães. Trata-se de um dispositivo de papel com determinadas proteínas que interagem com os anticorpos presentes no sangue do animal, o que permite identificar o vírus por meio de linhas vermelhas bem definidas e detectáveis a olho nu, em qualquer estágio da doença.

A pesquisa foi desenvolvida durante a dissertação de mestrado da estudante, sob orientação do professor Emanuel Carrilho, do grupo Bioanalítica, Microfabricação e Separações (BioMicS). “A cinomose é a segunda doença que mais mata cães em todo o mundo, perdendo apenas para a raiva. Seus sintomas iniciais são comuns a outras doenças do sistema nervoso, o que dificulta muito o diagnóstico clínico. Quando os sintomas característicos aparecem, a chance de cura diminui consideravelmente, visto que o animal já está muito debilitado para responder ao tratamento”, explica Julia. Assim, o dispositivo tem grande importância para auxiliar no diagnóstico precoce e na cura de animais de pequeno porte.

O aparelho tem custo menor que os importados e fornece o resultado em poucos minutos. Sendo assim, pode ser utilizado sempre que o animal passar por consulta preventiva, aumentando sua expectativa de vida. Com a indicação de que o cão está doente, pode-se iniciar o tratamento de imediato, mesmo que não apresente os sintomas característicos.

Parceria – O estudo foi feito em parceria com a empresa ParteCurae, especializada no desenvolvimento de testes para a detecção de doenças de animais de pequeno e grande porte, assim como testes diagnósticos para infecções virais em plantas. “A ParteCurae viu uma necessidade de mercado, visto que no país não existe diagnóstico rápido e barato para a cinomose canina”, ressalta Julia. “Como a empresa é parceira do grupo BioMicS desde sua fundação, me foi oferecida a oportunidade de desenvolvimento do projeto, que resultou na dissertação. O grupo já é famoso pelo uso de papéis na fabricação de dispositivos de baixo custo, então a plataforma foi desenvolvida em papel de filtro, bem como nos moldes das plataformas convencionais”.

A ParteCurae foi fundada por ex-alunos do professor Emanuel Carrilho, egressos do grupo BioMicS, o que permite a realização de pesquisas aplicadas. Para a bolsista, esse tipo de cooperação rende frutos positivos a todos os envolvidos. “A parceria entre empresas e a pós-graduação é muito bem-vinda, visto que direciona muito bem a pesquisa, pela união de conhecimentos vindos da universidade com os conhecimentos da iniciativa privada, em que sempre se visa maximizar os resultados com a diminuição dos custos”, destaca. Nesse tipo de parceria, a propriedade intelectual é compartilhada entre as instituições envolvidas, considerando a extensão do envolvimento de cada participante.

Fomento – Julia foi financiada como bolsista da Capes e a ParteCurae recebeu recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). “Esse trabalho mostra o quão importante é o financiamento do governo à pesquisa, em todos os aspectos. No Brasil, a pesquisa de ponta, dentro das universidades é feita pelos alunos de mestrado, doutorado e pesquisadores pós-doutorandos que, por meio das bolsas, conseguem se sustentar e se dedicar com exclusividade ao trabalho, objetivando o crescimento e desenvolvimento do país. Sem o financiamento pela Capes, a pesquisa seria inviável por falta de mão de obra para a sua realização”, avalia a bolsista.

O próximo passo é levar o produto à comercialização. “O projeto atual continua em desenvolvimento pela empresa, nas etapas de validação da plataforma com amostras reais para, posteriormente, realizar o desenvolvimento comercial – marketing, escala de produção e venda. Como pesquisadora, vou focar na publicação desse trabalho e encontrar novas oportunidades de projetos que estabeleçam parcerias similares a fim de ampliar o meu conhecimento”, conclui Julia, que defendeu a dissertação de mestrado no último dia 24.

Assessoria de Comunicação Social, com informações da Capes

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