Professores brasileiros buscam aperfeiçoamento fora do país
Para a professora, formada em letras (português e inglês), com especialização em literatura brasileira, foi uma oportunidade de aprimorar os estudos, praticar o idioma em ambiente real, melhorar a pronúncia e vivenciar a cultura local. Além disso, ela pôde avaliar comportamentos, atitudes, maneiras de pensar e estilo de vida que, embora não apareçam detalhados em livros, despertam a curiosidade dos alunos.
“Foi uma experiência incrível, que me deixou mais confiante, segura, menos temerosa em relação àquilo que é novo ou que não conheço”, ressalta Estela. A professora destaca ainda as amizades feitas em outras regiões do Brasil. “Percebi que não é tão difícil conviver com pessoas tão diferentes em uma situação nova, mas é preciso ter paciência, compreensão, moderação, saber ceder em muitos momentos.”
Estela recomenda a experiência a outros professores. “É uma oportunidade única de vivenciar o que ensinamos, já que minha experiência com o idioma era a proporcionada pelos livros, filmes”, diz. Com os alunos, ela procura aplicar o que aprendeu ao desenvolver atividades que enfatizam a pronúncia e estimulam a conversação. Há 14 anos no magistério, ela leciona no Centro Cultural de Línguas Padre Raimundo José (CCL), em Teresina. Também dá aulas na rede pública de ensino de Caxias, Maranhão, município vizinho à capital piauiense.
A professora participou do Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Língua Inglesa nos EUA, uma parceria da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação com a Comissão para Intercâmbio Educacional entre EUA e Brasil (Fulbright) e com a Embaixada dos EUA no Brasil. Na primeira edição, em 2011, o programa atendeu 20 professores. Na segunda, em 2012, outros 50.
Dimensão — Em 2013, o programa ganha nova dimensão e novo nome: Programa de Desenvolvimento Profissional para Professores de Língua Inglesa nos Estados Unidos (PDPI). A oferta agora é de 540 bolsas em 19 universidades norte-americanas. Os professores selecionados para a primeira edição deste ano embarcaram em janeiro. A professora Diane Blank Bencke, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, câmpus de Farroupilha, está entre eles. Segundo ela, a experiência na Universidade do Missouri, em Kansas City, representará a oportunidade de aperfeiçoamento profissional, desenvolvimento do domínio da língua inglesa e da competência de ensino do idioma, além do contato com a cultura norte-americana.
Com mestrado em letras, graduação em letras (português–inglês e respectivas literaturas) e experiência de nove anos no magistério, Diane espera apreender aspectos linguísticos e culturais do inglês falado nos EUA e fazer contatos profissionais. “Sabemos do avanço de várias pesquisas na área de letras nos EUA”, enfatiza a professora. “Poderei aprofundar conhecimentos sobre técnicas de ensino, especialmente sobre o ensino de uma língua estrangeira a partir de novas tecnologias”, destaca.
Em junho e julho próximos, mais 540 professores de língua inglesa em exercício na rede pública terão oportunidade de participar das aulas nos EUA.
Fátima Schenini
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