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Pesquisas e dados

Seminário debate pesquisas sobre direitos humanos

  • Sexta-feira, 09 de dezembro de 2005, 15h24

Universidades brasileiras debateram projetos de pesquisa voltados para o combate à violência nesta sexta-feira, 9, durante o seminário internacional Educação para a Paz e Direitos Humanos, em Brasília.

Paulo Sérgio Weyl, do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Pará (UFPA), comentou que a instituição está desenvolvendo uma pesquisa, junto com o governo do estado, para estudar a segurança pública em sete regiões do Pará. O objetivo é fazer oficinas abertas à comunidade e apresentar depois os resultados para o Tribunal de Justiça. Outra proposta é criar um curso específico sobre direitos humanos para os membros da magistratura.

Anália Soria, do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher, da Universidade de Brasília, apresentou os resultados da pesquisa que o núcleo fez sobre o perfil profissional dos agentes penitenciários do Distrito Federal e de Goiás. Apesar das diferenças – o DF contrata pessoas com nível de ensino superior e o curso de formação dura três meses, enquanto em Goiás são contratadas pessoas com nível médio após 15 dias de preparação para a função –, há algumas semelhanças, como a decepção dos funcionários no primeiro dia de trabalho. Eles descobrem que a penitenciária tem a sua normalidade e não há ameaças de rebelião de presos o tempo todo. Outro ponto em comum é que eles prestam o concurso público para o cargo porque precisam de um emprego e não porque gostam do trabalho em si.

No DF, o agente vê o interno como um inimigo em potencial e age para impedir a formação de lideranças. Nas penitenciárias goianas, os agentes fazem vista grossa para os comandantes de alas, que cuidam da ordem e da pacificação dos presos.

Segundo Aline Sudbrack, que faz parte do grupo de trabalho Violência e Cidadania da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), há 15 anos a instituição se associou a setores da segurança pública, como as polícias civil e militar, para montar cursos de direitos humanos. Durante o seminário, ela apresentou sua tese de doutorado: um estudo comparativo entre a punição imposta pela justiça comum e a militar aos policiais que cometeram homicídios dolosos. A justiça militar tende a ser corporativa, ou seja, a proteger os seus membros, mas não é tão evidente que a punição da justiça comum seja mais dura do que da outra.

A representante da Universidade Federal de Campinas (Unicamp), Nádia M. Badue Freire, também apresentou sua tese de doutorado: um estudo psicogenético sobre a tolerância. Ela estudou o comportamento de 40 estudantes de 6, 9, 12 e 15 anos. Chegou à conclusão que as crianças de 6 anos são mais intolerantes ao erro dos coleguinhas e que aos 15 anos passam a ser mais tolerantes nos questionamentos morais, mas que as manifestações de intolerância continuam pela vida por falta de diálogo.

Susana Sacavino, da organização não-governamental Novamerica, do Rio de Janeiro, apresentou os resultados do programa Paz na Escola, feito em parceria com o Ministério da Educação no ano passado. Foram 90 horas de oficinas pedagógicas com 120 professores de 5ª a 8ª série, que fizeram um decálogo com princípios e estratégias para impor a paz nas escolas.

Repórter: Raquel Maranhão Sá

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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