Chuvas prejudicam aplicação do exame em quatro estados
Representantes da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) do Piauí, do Ceará e do Maranhão e da secretaria de educação do Amazonas solicitaram nesta terça-feira, 14, o adiamento da aplicação da Prova Brasil nas redes dos seus estados. A prova será aplicada entre 19 e 30 de outubro nas escolas do ensino fundamental, em todo o país.
Os dirigentes informaram ao Ministério da Educação que cerca de 520 municípios dos quatro estados foram muito afetados pelas enchentes dos meses de abril e maio e que a maioria das redes está iniciando o ano letivo este mês. Eles sugeriram que a aplicação da prova aconteça na última semana de novembro.
A solicitação foi feita à diretora de avaliação da educação básica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Luiza Massae, durante encontro dos dirigentes da Undime e dos coordenadores estaduais do ensino fundamental de todas as unidades da Federação sobre a edição 2009 da Prova Brasil. A diretora Luiza Massae prometeu levar a solicitação para análise do Inep.
A Prova Brasil avalia, a cada dois anos, a aprendizagem de língua portuguesa e matemática dos alunos da quarta série (quinto ano) e da oitava série (nono ano) do ensino fundamental. Dados do Censo Escolar indicam que este ano farão a prova cerca de 5,6 milhões de estudantes.
Relato de problemas - A situação das escolas, segundo relatos dos representantes do Ceará, Amazonas, Piauí e Maranhão, vai desde o alagamento das salas de aula com perda total do mobiliário, cessão das instalações para abrigo de famílias que perderam as casas, até a destruição completa de estradas, o que impede o acesso dos estudantes às escolas. Sandra Leite, da Undime do Ceará, informou que dos 184 municípios do estado, 150 foram muito prejudicados pelas chuvas. Ela estima que mais de 7 mil escolas voltaram às aulas há menos de 30 dias.
Antonio Menezes da Costa, secretário de educação do Amazonas, informou que dos 62 municípios do estado, 47 estão recomeçando as aulas agora. No Piauí, explicou a presidente da Undime, Antonia Araújo, as enchentes afetaram os 224 municípios. Até Teresina, disse, suspendeu as aulas para receber os desabrigados dos municípios próximos.
Moacir Feitosa, vice-presidente nacional da Undime e secretário municipal de educação de São Luís, informou que escolas de cerca de 100 municípios do Maranhão estão com problemas causados pelas chuvas. Muitas salas de aula ainda estão servindo de abrigo para famílias afetadas pelas enchentes e o acesso a um grande número de escolas continua interrompido pela precaridade das estradas.
Ionice Lorenzoni
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