Redes organizadas dão salto de qualidade
As redes públicas de educação básica do Paraná, do Maranhão e do município de Natal (RN) apresentaram nesta segunda-feira, 28, em Brasília, suas experiências com formação inicial e continuada de professores, aos participantes do Encontro Nacional do PDE: visão institucional.
O modelo de formação continuada do Paraná, que começou a ser construído em 2003, articula formação com o plano de carreira, o que motiva a elevação da escolaridade combinada com melhores salários. Para executar o plano, a secretaria estadual de educação firmou parceria com as seis universidades estaduais, com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e com o Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) do estado. Hoje, segundo a coordenadora do programa, Alayde Digiovanni, o sistema estadual de formação é lei, aprovada pela Assembléia Legislativa, o que assegura sua continuidade nas próximas administrações.
A formação é de 952 horas, realizada em quatro anos divididos em quatro módulos. No primeiro ano de estudo, os professores são totalmente liberados das atividades escolares para se dedicar à formação e nos três anos seguintes eles têm 25% do tempo escolar para se dedicar aos estudos. No programa da secretaria, 1.200 professores ingressaram na formação em 2007 e outros 1.200 começaram este ano. O ingresso é por seleção.
Maranhão – A rede do Maranhão compreende 217 municípios, 19 unidades regionais, 1.229 escolas, 547.487 alunos e 36.613 professores. Segundo Soraia Raquel Alves da Silva, o programa de formação começou a se consolidar em 2008 com a oferta de cursos de formação pelas universidades Federal do Maranhão (UFMA), Estadual do Maranhão (UEMA), o Cefet e pelos pólos da universidade virtual do estado, além da participação da secretaria estadual de ciência e tecnologia. São focos da formação o planejamento escolar e a avaliação.
Natal – Com 3.500 professores em sua rede, o município de Natal construiu em 2005 um plano decenal de educação com quatro eixos: formação, salário, avaliação e ingresso por concurso público. Na rede, a progressão funcional é feita por formação e títulos: professor que faz mestrado recebe 20% a mais sobre o salário-base; quem faz doutorado, 40% a mais.
Mas o sucesso da rede está também no empenho da categoria em melhorar sua formação. Dos 3.500 professores, apenas 115 têm o nível médio. Os salários para 40 horas são de R$ 1.313 para o nível médio; R$ 1.777 para graduados; e R$ 2.128 para pós-graduados, acima do piso nacional que é de R$ 950. A secretária municipal de Educação, Justina Iva, explica que os professores podem se afastar da sala de aula com salário integral para fazer mestrado e doutorado, desde que o tema da formação tenha a ver com a educação básica ou com sua área de atuação na escola.
Aos que querem fazer especialização, a secretaria oferece diversas oportunidades de cursos na parceria que fez com as universidades federais da Paraíba (UFPB) e do Rio Grande do Norte (UFRN). De 2005 a 2008, 1.261 professores fizeram especialização e hoje 350 fazem especialização em educação de jovens e adultos. O plano decenal também reduziu a carga horária de 30 para 20 horas semanais, sem baixar o salário. Para os professores com 20 horas semanais, a rede fixou 16 horas na sala de aula e quatro horas de atividades extraclasse para planejamento e trabalho individual. Na avaliação da secretária, o modelo de formação e de valorização profissional está dando certo, tanto que muitas escolas da rede alcançaram, em 2007, índices de desenvolvimento da educação básica (Idebs) esperados para 2009 e 2011.
Ionice Lorenzoni
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