Inclusão escolar indígena é tema de dissertação
O Dia do Índio foi lembrado na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) com a defesa de dissertação de mestrado da índia pareci Francisca Novantino Pinto de Ângelo. Com o tema O Processo de Inclusão das Escolas Indígenas no Sistema Oficial de Ensino em Mato Grosso: Protagonismo Indígena, a dissertação aborda a atitude de rompimento da tutela, da submissão e do paternalismo.
A defesa da tese, além de ser um ato emblemático para a universidade, que marca presença em vários segmentos sociais, é importante, segundo Francisca, por consolidar a presença do índio na academia. Segunda índia a conseguir o título de mestre no Instituto de Educação da UFMT - a primeira foi Darlene Taukane -, Francisa teve em sua banca, além do orientador, professor Darci Secchi, os professores Carlos Jamil Cury, Maria Lúcia Rodrigues Müller e Elias Renato da Silva Januário.
Representantes de diversas instituições públicas, educacionais e indigenistas do Brasil lotaram o auditório do Instituto de Educação para assistir a defesa da tese, feita oralmente, conforme a cultura indígena. Ela recorreu, apenas, ao recurso da fotografia. A dissertação de Francisca foi aprovada com distinção e recomendada para publicação.
Segundo a pesquisadora, a presença de povos indígenas na academia tem grande importância. "O conhecimento é um instrumento de poder e de resistência", disse. Ela considera, porém, o sistema de ensino oficial incompatível com as diferentes realidades indígenas.
Líder indígena de ampla representatividade, Francisca foi definida por Jamil Cury, ex-presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), como uma ponte entre duas culturas: a ocidental típica e a nativa, aborígine. (Assessoria de Imprensa da UFMT e Assessoria de Imprensa da SESu)