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Educação superior

Projeto Rondon tratará lixo no interior do Amazonas

  • Quinta-feira, 09 de fevereiro de 2006, 13h17

O lixo, problema das populações dos grandes centros urbanos, também atormenta as comunidades ribeirinhas do Amazonas. O fato foi constatado pela equipe do Projeto Rondon no município de Caapiranga, a 144 quilômetros de Manaus. Os problemas decorrentes do lixão a céu aberto afetam a saúde dos ribeirinhos e causam prejuízos ao meio ambiente.

Após detectar o problema, os rondonistas têm como prioridade a implantação de aterro sanitário para tratar o chorume, líquido que resulta da decomposição do lixo orgânico em contato com o ar. Na cidade, de quase dez mil habitantes, o lixão recebe resíduos orgânicos e hospitalares, em área de cem metros quadrados. Ali, até os urubus se contaminam e morrem.

Segundo o coordenador dos rondonistas, Fernando Giulliat, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), o rebanho bovino está morrendo pela coccidiose, transmitida por carrapatos, e pelo botulismo, transmitido por bactéria encontrada em ossadas em decomposição.

Os rondonistas tentam também controlar a população de urubus. Guilherme Dantas, 22 anos, aluno do último ano de geografia da UFU, integra a equipe de 16 estudantes. “Ficamos impressionados com a quantidade de urubus na cidade”, disse.

Caapiranga fica na confluência dos rios Manacapuru e Solimões. O município é isolado. O acesso só é possível por via aérea ou fluvial. Segundo o prefeito Antônio José Marques, na época da tapagem — fenômeno no qual as plantas flutuantes do rio se fecham —, a navegação só é possível com o auxílio de motosserras e machados.

Pobreza — “O município é muito pobre. A prefeitura não tem maquinário, nem um trator. A presença dos rondonistas já é um avanço para nós. Eles vão poder ajudar muito”, disse o prefeito. Também há problemas de verminose e alergia e faltam saneamento, água tratada e vacinação infantil.

A população, descendente de indígenas e caboclos, não é conscientizada sobre os problemas. As mulheres têm em média cinco ou seis filhos, envelhecem precocemente e são mães solteiras. Os jovens em idade escolar abandonam os estudos na educação básica, a exemplo de M.S.A., 14 anos, que deixou a escola na sétima série. “Não preciso de estudo. Preciso trabalhar, mas não gosto de capinar roça. Já tenho uma profissão, faço sofá e chego a tirar de R$ 100,00 a R$ 150,00 por mês. Está bom”, conforma-se. Ele tem oito irmãos que também abandonaram a escola.

Repórter: Sonia Jacinto

 

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