Países da América Latina e Caribe querem a educação interagindo com áreas sociais
A interação da educação com outras áreas sociais, o financiamento e a troca da dívida externa por projetos educacionais foram debatidos na 1ª reunião do comitê intergovernamental do Projeto Regional de Educação para a América Latina e Caribe (Prelac). O comitê reuniu-se em Santiago, Chile, na semana passada.
De acordo com o diretor de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Timothy Ireland, que representou o MEC na reunião, os países e agências governamentais reafirmaram o papel da educação na superação dos problemas sociais, mas reconheceram que sozinha não dará conta da tarefa. Entre as saídas, propuseram intensificar a integração com outras áreas sociais, tais como saúde, justiça, direitos humanos, além de aumentar os investimentos.
Além de discutir como a educação pode potencializar sua atividade a favor do desenvolvimento dos países, os membros do comitê intergovernamental indicaram que é necessária maior coordenação e articulação entre os organismos internacionais, para melhorar o alcance e desempenho dos programas, muitas vezes superpostos. Os órgãos internacionais que mais atuam na educação são a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e a Organização dos Estados Americanos (OEA).
Agenda – A 1ª reunião do Prelac também indicou dois temas que deverão ser trabalhados pela Unesco para a agenda da reunião dos ministros da educação da América Latina e Caribe, marcada para junho de 2007, em Buenos Aires, Argentina: a avaliação da educação básica e a definição de indicadores de qualidade para os sistemas educacionais. Para Timoty Ireland, o Brasil pode contribuir com sua experiência em avaliação, especialmente na educação básica e superior. Ele lembra que o país já iniciou a avaliação do programa Brasil Alfabetizado, que é coordenada pelo Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea), mas ainda precisa construir instrumentos capazes de avaliar a pré-escola e a educação de jovens e adultos.
Repórter: Ionice Lorenzoni