Fórum Mundial deixou uma mensagem: a educação transforma a sociedade
Após quatro dias de intensas atividades, o Fórum Mundial de Educação, em Nova Iguaçu (RJ), foi concluído neste domingo, 26, com o Grito pela Paz, realizado dentro de ato cívico ecumênico em memória das vítimas da violência e seguido por uma caminhada. A busca por transformar a sociedade pela paz, por meio da educação, foi o tema do evento que, segundo o prefeito do município, Lindberg Farias, será um marco para a construção de uma história para a Baixada Fluminense. "O fórum é fundamental para sairmos do reino de terror que há na Baixada", disse.
E foi para demonstrar um caminho para a superação da violência pela paz que o Fórum Mundial de Educação começou com apresentação teatral do Grupo Nós do Morro, com crianças e adolescentes de Nova Iguaçu. A cena foi uma referência à chacina que, em 31 de março de 2005, matou 29 pessoas do município, entre adultos e crianças. O público presente à marcha Caminhada pela Educação como Direito e pela Paz emocionou-se.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, que esteve na abertura do fórum, representando o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, parabenizou o município por ter sido escolhido para a instalação de um campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, que será a primeira instituição federal de educação superior na Baixada Fluminense. E o prefeito Lindberg enfatizou que a vinda de uma universidade federal para Nova Iguaçu é um importante passo para transformar a realidade social da região.
Atividades - As atividades do Fórum Mundial de Educação ocorreram em 16 locais de Nova Iguaçu. Os mais de 20 mil participantes, de todo o Brasil e de 25 países, assistiram conferências e seminários, além de apresentações culturais (exposições, shows, peças). Também participaram da abertura representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Conselho Internacional do Fórum Mundial de Educação (FME), prefeitos, secretários e vereadores de municípios da Baixada. "Estamos pensando uma outra educação para o mundo. Para um outro mundo possível", disse Moacir Gadotti, representante do Conselho Internacional do FME.
Segundo a organização do evento, além de desmistificar a marca da violência agregada à imagem da Baixada Fluminense, o fórum pretendeu constituir um pólo de discussões, com exposição de teses, debates e apresentação de projetos, visando estimular a região a implementar uma educação cidadã para uma cidade educadora.
Alexandre Barbosa