Seminário discute educação inclusiva e questões de gênero
O seminário Diferentes Diferenças debateu na manhã desta sexta-feira, 16, dois temas: Política de Educação Inclusiva e Orientação Sexual e Gênero. O evento é organizado pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), em Brasília.
Na primeira mesa-redonda, Antonio Carlos Cestaro, presidente da Federação Brasileira da Síndrome de Down, comentou sua experiência como pai de um jovem de 15 anos com a síndrome. O filho sempre estudou em escolas regulares e pratica atividades como teatro e ciclismo. Ele ressaltou a importância de dar chances iguais a todas as pessoas, para que possam mostrar e desenvolver sua capacidade. “Se não iniciar na escola o convívio com os diferentes, a sociedade será como somos hoje: discriminadores e excludentes”, avalia.
Denise de Oliveira Alves, coordenadora-geral de Articulação das Políticas de Inclusão da Secretaria de Educação Especial (Seed/MEC), pensa do mesmo modo. “Devemos desconstruir o modelo de formação que não comporta mais o ensinar e o aprender. O conhecimento se constrói de maneira interativa e envolve razão, subjetividade e percurso de vida. Todo ser humano pode aprender se tiver condições de acessibilidade à escola.”
Experiência – Foi apresentada a experiência de inclusão educacional na secretaria municipal de Palmas (TO), que atende 218 alunos com necessidades educacionais especiais e promove atividades desportivas, como chute ao gol (para alunos com deficiência mental) e bola ao cesto (para estudantes com deficiência mental ou física). A equipe de apoio ao processo inclusivo tem dez profissionais, como psicólogos, fonoaudiólogos e assistentes sociais. Em seguida, Maria Elisa Almeida Brandt, assessora da coordenação-geral de Articulação Institucional da Secad, falou da relevância em discutir com gestores educacionais os direitos de todos à educação e à eqüidade. “Conviver com o diferente torna você um cidadão melhor”, disse.
O programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, do MEC, está atualmente em 144 localidades. Em 2006, será ampliado para atender 85% dos 5.560 municípios brasileiros. No próximo ano, também será implementado, de forma piloto, um curso de formação a distância para 1.200 professores de cinco estados (Roraima, Bahia, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro) discutirem em classe os temas orientação sexual, gênero e relações étnico-raciais.
Repórter: Raquel Maranhão Sá