Campus atenderá cidades históricas de Minas Gerais
A cidade mineira de Tiradentes contará com um campus expandido da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A nova estrutura atenderá alunos das cidades históricas mineiras, pesquisadores, estudantes e professores de todo o Brasil interessados no patrimônio histórico, cultura colonial e na produção audiovisual do País. O projeto prevê a revitalização de quatro prédios históricos de uma fundação privada gerida pela UFMG, além da criação de um museu de arte sacra, um centro de audiovisual e um curso de pós-graduação em museologia.
“Tiradentes foi escolhida para receber o campus avançado por causa de sua tradição histórica”, explicou o diretor de ação cultural da UFMG, Maurício Campomori.
Serão restauradas e adaptadas para integrar o campus a Casa do Padre Toledo, a Casa de Câmara, a cadeia e um edifício residencial. Na casa do Padre Toledo, onde foi realizada a primeira reunião dos inconfidentes — ainda preserva a mobília original —, será instalado um centro de pesquisa do modo de viver mineiro. A idéia é recriar ambientes históricos por meio de tecnologia tridimensional. “O visitante poderá interagir e andar por uma rua do século 18, por exemplo”, relata Maurício.
A Casa de Câmara, antiga sede do Poder Legislativo, abrigará um núcleo de desenvolvimento audiovisual. “Vários estudiosos já comprovaram que a cultura mineira é essencialmente visual, por ser rica em arte sacra e arquitetura colonial. Queremos privilegiar essa característica, formar profissionais e incentivar a produção audiovisual”, disse Campomori. No local também será aberta a primeira sala de exibição de produções audiovisuais de Tiradentes. A cidade, apesar de sediar festivais de cinema, não conta com nenhuma sala.
Museologia — Na cadeia, será criado o museu de arte sacra. Um espaço adjacente abrigará o curso de pós-graduação em museologia. Destinado a todos os profissionais da área patrimonial, o curso pretende conferir formação específica aos responsáveis pela guarda e manutenção dos acervos de museus brasileiros.
O projeto deve ainda digitalizar todo o acervo da biblioteca da fundação, que conta com cerca de dois mil documentos, e instalar um centro de videoconferência para interligar pesquisadores de todo o País. O custo total do campus expandido é R$ 7,2 milhões. As obras de restauração dos prédios começarão ainda neste semestre.
Maria Clara Machado