Universidade de Coimbra quer ampliar parceria com o Brasil
O reitor da Universidade de Coimbra (Portugal), Fernando Seabra Santos, apresentou em Belo Horizonte, no último dia 19, a proposta de criação do Programa José Bonifácio de Andrada e Silva. O trabalho visa articular e consolidar iniciativas de mobilização entre a mais antiga instituição de ensino superior portuguesa e universidades brasileiras.
“Queremos identificar novas modalidades de cooperação em áreas científicas estratégicas de interesse comum e em termos de intercâmbio estudantil”, justificou Fernando Seabra. A Universidade de Coimbra acolhe cerca de dois mil estudantes estrangeiros. Pouco mais de uma centena são brasileiros.
O nome do programa é uma homenagem ao Patriarca da Independência do Brasil, que foi professor de metalurgia da universidade. Participaram do encontro representantes de 15 universidades que já desenvolvem parcerias com a instituição portuguesa. De acordo com Sandra Almeida, diretora de relações internacionais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o reitor da Universidade de Coimbra quer ampliar as redes de contato com o Brasil. “A idéia é aumentar o intercâmbio de professores, estudantes e projetos de pesquisa em pós-graduação entre os dois países”, explica.
Desafios – Apesar de bem recebida, a idéia de ampliar a cooperação entre os dois países precisa superar algumas dificuldades. Entre elas, destacam-se: a busca de recursos para financiar a participação de alunos carentes em programas de intercâmbio; a definição da abrangência do programa (graduação ou pós-graduação); e a garantia de reciprocidade das iniciativas.
O reitor Fernando Seabra entende a preocupação dos brasileiros no que se refere à reciprocidade, uma vez que alguns alunos querem permanecer em Portugal depois de concluir os estudos. Entre as possibilidades de intercâmbio, citou a co-tutela em projetos de doutorado.
Com relação ao financiamento para ampliar o acesso ao intercâmbio, o reitor Lúcio José Botelho, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), defendeu a criação de um fundo de cooperação institucional específico. “Se o intercâmbio for realizado por conta dos alunos, só os ricos participarão. É preciso popularizar a proposta”, disse.
Repórter: Flavia Nery