Médicos gaúchos querem impedir abertura de novos cursos de medicina no estado
O Conselho Regional de Medicina, a Associação Médica e o Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul e o Conselho Federal de Medicina solicitaram nesta sexta-feira, 16, ao ministro da Educação, Fernando Haddad, que não autorize a abertura de um novo curso de medicina em Santa Cruz do Sul, município da região central do estado.
A representação dos médicos trouxe ao ministro Haddad uma série de justificativas que embasam o pedido, entre elas, que na região existem sete faculdades de medicina e que existe um médico para cada 340 habitantes, índice que supera a média do estado, que é de um médico para cada 480 habitantes. De acordo com o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM/RS), Luiz Augusto Pereira, a classe quer melhorar a qualidade da formação e o acesso dos profissionais à residência médica e não multiplicar as vagas da graduação. Hoje, explicou, o Rio Grande do Sul tem 10 cursos de medicina e 22 mil médicos em atividade, dos quais apenas 50% têm residência médica.
O ministro da Educação disse que tem sido parcimonioso na liberação de novos cursos em todas as áreas, mas que o problema para dizer não reside na falta de instrumentos legais e de um marco regulatório que bloqueie a expansão. “Isso será resolvido com a reforma da educação superior que tramita no Congresso Nacional”, explicou. O representante do Conselho Federal de Medicina pediu que a nova legislação sobre a área médica faça constar como item principal para iniciar o processo de abertura de um curso de medicina, o critério da necessidade social e só depois os aspectos técnicos. Outro problema que preocupa a representação médica do Rio Grande do Sul é a má distribuição dos médicos, com grande concentração nos centros urbanos e baixa densidade no interior. Para o presidente da Associação Médica, Newton Barros, a criação de um plano de carreira, a exemplo do que ocorre com a magistratura, é que vai segurar o médico no interior.
Situação – Dados do CRM/RS apresentados ao ministro Haddad indicam que o Brasil tem, hoje, 300 mil médicos em atividade, 146 faculdades de medicina, que formam cerca de 12 mil médicos por ano.
Repórter: Ionice Lorenzoni