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Trilhas da Educação

Projeto de extensão cria feira orgânica de pequenos produtores em universidade no Sul

  • Sexta-feira, 12 de maio de 2017, 10h00


Arte: ACS/MECAs segundas e quintas-feiras são dias movimentados na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul. É quando, no tradicional campus universitário, surge a Polifeira, local onde pequenos agricultores da região se reúnem para venda direta, à comunidade, de produtos orgânicos. A Polifeira é resultado de um projeto de extensão rural do Colégio Politécnico da UFSM, que começou no início de 2017 com o objetivo de aliar ensino e pesquisa, orientando os agricultores no sentido de uma produção saudável. 

“Nosso propósito é fazer uma redução da utilização de agroquímicos”, explicou o professor de extensão rural da instituição, Gustavo Pinto da Silva. “O desafio é fazer o processo de transição para uma produção orgânica em que o agricultor vá fazendo uma substituição gradativa. É isso que nós propomos”, disse. Atualmente, estão reunidos nesta experiência 18 pequenos produtores da região, entre os quais Geraldo Raddacz. Ele reconhece o valor da assistência técnica feita pelos alunos que frequentam sua propriedade, mostrando caminhos e formas para evitar o uso de agroquímicos.

Raddacz acrescenta, ainda, o benefício que a adoção deste modo de produzir pode trazer para a saúde do trabalhador. De acordo com ele, agricultor está acostumado ao uso constante de veneno químico e muitas vezes acaba sendo vítima do manuseio desses agrotóxicos. “O produtor é vítima do vendedor do produto, porque se apresenta um problema na agropecuária, e o vendedor quer vender o produto... muitas vezes não há necessidade de se colocar esse produto químico na plantação. A assistência dos alunos é muito importante para o agricultor”, disse.

Extensão – Participam deste projeto de extensão bolsistas do curso de técnico em agropecuária e alunos da graduação em agronomia e engenharia florestal da Universidade de Santa Maria. Jaini Piovezan é uma das estudantes que presta assistência aos agricultores. Ela mostra entusiasmo com a iniciativa e comenta que o melhor que se pode extrair deste trabalho é a relação direta com o produtor antes da conclusão do curso.

“É uma experiência incrível porque é o que o que não conseguimos ter dentro da universidade, este contato com o produtor no dia a dia, com os problemas que eles enfrentam, as dificuldades nos meios produtivos. É a experiência de ter o contato com o ‘lá fora’, de não ficar só dentro da sala de aula. Ver na prática, lá nas propriedades deles, é muito gratificante”, disse Jaini.

O trabalho dos pequenos produtores na Polifeira exige organização, o que levou o grupo de estudantes a se dividir em diferentes tarefas. Todas pensadas para o melhor andamento do projeto. Entre as etapas estão o cadastro e a lista de presença dos feirantes, boletim de vendas indicando o que cada um produz, quanto gastam, valor da venda e lucro obtido por eles, além de relatórios do que pode ou não ser reaproveitado. Esta visão global também é repassada aos produtores, fazendo com que muitos deles comecem a planejar novas formas de negócio.  Geraldo Raddacz, por exemplo, que ampliar a produção de frutas com que trabalha, montando uma agroindústria de melado, açúcar mascavo e rapadura.

O foco de Raddacz são as frutas medicinais. “Sou um pequeno agricultor, estou me especializando em frutas nutracêuticas – frutas que, além do valor nutricional, tem o valor medicinal também, por exemplo, a fiçalis, a laranja sanguínea, a pitaia – fruta que tem uma grãozinho bem pequeninho e 50% a 60% desse grão é ômega 3 e 6”, explicou Raddacz.

Para o professor Gustavo Pinto da Silva, um dos desafios na extensão rural é formar profissionais mais conscientes em relação ao ambiente onde vivem, ensinando-os a trabalhar com mercados diferente do convencional. “É importante que eles entendam a agricultura como algo que tenha interação desde a propriedade rural até os consumidores; que pensem um pouco mais na autonomia das pessoas, na não dependência de empresas, de multinacionais, os processos de desenvolvimento rural sejam mais emancipatórios.”  

O Campus da Universidade Federal de Santa Maria conta, também, com o Hospital Universitário. O campus está localizado no Bairro de Camobi e a Polifeira é aberta a toda comunidade, funcionando sempre nas tardes de segunda e quinta, no planetário, área central da Universidade Federal de Santa Maria.

Assessoria de Comunicação Social

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