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  • Fundamental para a análise da trajetória da população afrodescendente e seu espaço na sociedade contemporânea, o fim da escravidão no Brasil é o cerne deA última abolição, documentário que a TV Escola exibe às 21h desta terça, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

    Produzido pela Gávea Filmes e Esmeralda Produções e com coprodução da TV Escola, Globo Filmes e Globo News, o longa-metragem faz uma pesquisa abrangente e abarca dos primeiros movimentos abolicionistas no século 18 às recentes políticas de ações afirmativas, passando por revoltas, lutas, greves, quilombos e líderes da própria população negra, chegando ao encarceramento e extermínio de jovens negros no país.

    O filme aborda a chegada dos primeiros navios negreiros, o fortalecimento dos movimentos abolicionistas, o cenário pós-abolição e a condição do negro na sociedade desde aquela época. Encabeçando a lista dos países que mais receberam populações africanas escravizadas (5,8 milhões de negros ao longo de três séculos e meio), o Brasil foi o último país ocidental a abolir a escravidão, em 1888.

    Visão ampliada – “Acho que o principal desafio desse filme é mostrar uma visão da história mais complexa do que a que aprendemos na escola”, destaca a diretora de A última abolição, Alice Gomes. “Conhecer nosso passado e suas nuances é essencial tanto para entendermos o presente quanto para ajudarmos a traçar estratégias e planos para melhorar o futuro”.

    Com base em depoimentos de historiadores – como João José Reis, Ana Flávia Magalhães e Giovana Xavier –, sociólogos e líderes do movimento de consciência negra, o longa investiga como a escravidão passou de algo moralmente aceito a uma prática condenável em nível internacional. “A TV Escola se orgulha muito de ter participado do projeto A última abolição e da oportunidade de trazê-lo para a televisão aberta, apresentando para o maior número de pessoas uma parte relevante da história do país”, afirma o diretor da TV Escola, Fernando Veloso, que destaca a atualidade do tema abordado pela produção.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • São Paulo, 14/5/2018 – O Ministério da Educação anunciou, nesta segunda-feira, 14, em parceria com a Faculdade Zumbi dos Palmares (Fazp), uma novidade que vai auxiliar muitos estudantes negros a entrarem no mercado de trabalho: uma plataforma virtual na qual os alunos cotistas poderão se inscrever e enviar os currículos para se candidatar a cursos, vagas de estágio e emprego que as empresas vão oferecer por meio da ferramenta. “Lá, nós temos jovens formados pelo ProUni [Programa Universidade Para Todos], inclusive muitos com pós-graduação", destacou o ministro da Educação, Rossieli Soares. "São talentos que estão à disposição de todos os parceiros para virem buscá-los e serem contratados efetivamente.”

    A apresentação ocorreu durante um evento promovido pela Fazp no Memorial da América Latina, em São Paulo, no decorrer da cerimônia intitulada “Reflexão - 130 Anos da Abolição da Escravatura”, que celebrou o fim da escravidão, extinta oficialmente no Brasil há 130 anos por meio da Lei Áurea. A nova ferramenta já se encontra em operação e, no momento, conta com 1.925 currículos cadastrados. Os estudantes interessados em disponibilizar suas informações e conferir as áreas em que desejam trabalhar ou estagiar, bem como as vagas disponíveis pelas empresas parceiras, podem acessar a página da Faculdade Zumbi dos Palmares.

    O reitor da instituição, José Vicente, destacou que a parceria com o MEC será importante para diversificar o banco de talentos da Fazp. “É um passo importantíssimo, pois essa plataforma, além de recepcionar currículos, está pronta para fazer as qualificações tanto para os concursos públicos quanto para carreiras jurídicas, língua inglesa, habilidades socioemocionais e educação financeira. Teremos capacidade de qualificar esses jovens para um segmento ou um grupo de parceiros para ingressar no mercado de trabalho”, comemorou.

    Aumento – No evento, Rossieli Soares defendeu uma maior participação de estudantes negros e indígenas nas universidades brasileiras. Lembrou que, embora avanços já tenham sido obtidos, ainda há desafios a serem enfrentados na promoção da igualdade em todo o Brasil.  “Eu sou muito defensor da inclusão", pontuou. "É importante que ela não ocorra simplesmente para colocar dentro da universidade ou dentro da escola pública, mas que ocorra verdadeiramente. Então, temos muito ainda a alcançar."

    O ministro também destacou as ações que o MEC tem desenvolvido, por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), para a promoção do acesso e da permanência de negros e indígenas nas universidades. Citou, como exemplos, o fomento à criação e à execução de cursos nas instituições de ensino superior, além da realização de pesquisas e a publicação de livros e outros materiais didáticos e pedagógicos sobre a temática da diversidade étnico-racial.

    “Esses programas e ações têm provocado o aumento das presenças negra e indígena na educação superior, contribuindo para a sua expansão, ação proposta no PNE [Plano Nacional de Educação] referente ao período de 2014 a 2024; e para a redução das desigualdades socioeconômicas, ainda associadas aos negros no Brasil", avaliou Rossieli."Essa maior presença de coletivos sociais e indivíduos historicamente excluídos dos espaços formais de educação e, principalmente, das universidades, tem ajudado a construir novas narrativas de autoria e protagonismo na sociedade brasileira”.

    O ministro ressaltou, ainda, que não se pode deixar de reconhecer os avanços em ações, como a ampliação de vagas públicas, a criação de novas universidades, a interiorização das instituições de ensino superior públicas, o fortalecimento da rede federal de educação tecnológica, a implementação de novas políticas de financiamento estudantil, o estímulo à modalidade de ensino à distância, o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), o ProUni, a Lei de Cotas, o Programa Bolsa Permanência e o Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Indígenas. “Nesse futuro que estamos construindo hoje, as heranças da escravidão devem ser deixadas no passado, buscando construir um país menos desigual e socialmente mais justo”, reforçou.

    A diretora de Políticas de Educação do Campo, Indígena e para as Relações Étnico-raciais do MEC, Rita Potiguara, explicou que o sistema de cotas tem apresentado resultados positivos, mas lembrou que é preciso identificar em que condições esses cotistas se formam. Ela citou algumas iniciativas que serão desenvolvidas pela Fazp com apoio do MEC. “Uma delas é uma pesquisa desenvolvida por um grupo de universidades a respeito da trajetória de estudantes cotistas nas universidades", apontou. "Dizem que eles são os que mais abandonam os cursos e os que mais são reprovados. As pesquisas têm demonstrado que não. Além disso, a gente quer identificar se esses cotistas estudam e trabalham, quais as condições de permanência que eles têm na universidade para se manterem e se conseguem entrar no mercado de trabalho quando se formam.”

    Prêmio - O evento, que contou com a presença de docentes, alunos e membros da reitoria da faculdade, representantes da causa negra no Brasil, empresários, executivos e políticos, também premiou pessoas que têm contribuído com os valores de respeito à diferença, tolerância e igualdade de oportunidades, colaborando para a elevação moral, social e inserção socioeconômica, cultural e educacional dos negros brasileiros. O ministro Rossieli Soares foi um dos agraciados com a medalha do Mérito Cívico Afro-brasileiro.

    Clique aquipara acessar a página da Fazp.

    14/05/2018 - Faculdade Zumbi dos Palmares realiza Aula Magna em reflexão ao dia da Abolição. 130 Anos da Abolição da Escravatura, em São Paulo-SP. (Foto: André Nery/MEC)

    Assessoria de Comunicação Social

  • “Não basta acabar com a escravidão,
    é necessário destruir a sua obra”
    Joaquim Nabuco [1849-1910]

    Há 127 anos, o Brasil decretava a abolição da escravatura, tornando-se o último país do Ocidente a adotar tal medida. Esta conquista significava mais uma etapa na luta da população negra pela liberdade. Nos mais de 300 anos de escravidão, as ações das classes dominantes encontraram infinitas formas de resistência, exercitadas pelos povos escravizados por meio de rebeliões, fugas, negociações e redimensionamentos culturais. A abolição não foi outorgada pela princesa imperial: ela foi conquistada pela luta dos negros e dos abolicionistas de todas as origens.

    Lamentavelmente, o Brasil, à época da abolição, não seguiu a advertência de Joaquim Nabuco. Desse modo, o povo negro passou a viver livre, no país onde foi escravo, sem significativas ações de integração social. Desse modo, seus descendentes foram e ainda são vítimas da exclusão social e econômica e do racismo.

    Durante o século 20, várias gerações de pesquisadores, pensadores e militantes sociais refutaram definitivamente o mito da democracia racial, demonstrando que em todos os espaços da vida social brasileira os negros ainda se encontravam em condições de desigualdade. Muitas pesquisas determinaram ainda o papel da discriminação racial como um motor que retroalimentava a exclusão. Era preciso também intervir, por meio de políticas afirmativas, nos processos que produzem essa exclusão estrutural, buscando alterar o quadro de desigualdade social advinda da discriminação.

    A partir do governo Itamar Franco, e notadamente após os anos 2000, o Brasil vem enfrentando, de forma cada vez mais firme, as questões da exclusão social e do racismo.

    Vale registrar que o processo de inclusão social que presenciamos na contemporaneidade brasileira resulta de políticas sociais universalistas — notadamente o programa Bolsa-Família —, que atingem, em grande parte, a população negra, pela posição que ela ocupava e ainda ocupa na pirâmide social brasileira. Tais ações, associadas às diversas políticas afirmativas, representam passos firmes para pôr fim à obra da escravidão, conforme alertou Joaquim Nabuco.

    O 13 de Maio é uma data na qual devemos reafirmar o papel da educação na erradicação dessas duas chagas da sociedade brasileira. E neste contexto precisamos ratificar o compromisso de construir uma escola pós-racista.

    Para isso, precisamos enfrentar as desigualdades de oportunidades educacionais que ainda persistem no Brasil. E que devem ser vencidas, até mesmo porque realimentam a exclusão. Adicionalmente, precisamos enfatizar nos processos educativos o desenvolvimento de culturas, políticas e práticas escolares que estimulem o respeito à diversidade da sociedade brasileira.

    Episódios que evidenciam a presença de preconceito racial entre crianças e adolescentes – como o que aconteceu recentemente em uma escola em São Bernardo do Campo (SP) – nos alertam para o desafio de construir uma escola sem o racismo e todas as formas de preconceito. Todos os educadores, de todas as esferas da Federação, devem se sentir responsáveis por erradicar o racismo e o preconceito das nossas escolas. Esse processo deve buscar transformar o ambiente escolar num espaço acolhedor para todos, no qual o processo de aprendizagem seja colaborativo e valorize as diferenças humanas.

    O esforço de sucessivas gerações tem levado a um processo irreversível de erradicação da extrema pobreza no país. Felizmente e finalmente, o atual ciclo da nossa história aponta para a construção de uma sociedade que promove a igualdade de oportunidade para todos. Mas esta conquista só será completa e sustentável se, com os avanços socioeconômicos, conquistarmos um ambiente em que a diversidade que caracteriza nosso país seja vista como um ativo fundamental que enriquece a nossa vida e nos estimula a aprender com ela e a evidenciar sua existência.

    Este é mais um desafio inadiável da educação brasileira.

    Renato Janine Ribeiro
    Ministro da Educação

    Assista à fala do ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro

    Ouça o diretor de Políticas de Educação do Campo, Indígena e para as Relações Étnico-Raciais, Thiago Thobias

  • Em maio de 2018, o Brasil comemorou 130 anos da abolição da escravatura. A data, no entanto, é vista com ressalvas por muitos afrodescendentes porque, para além de uma concessão, a abolição foi fruto de diversas lutas pessoas que vieram forçadas para cá e aqui foram obrigadas a trabalhar em condições quase sempre desumanas. Esse é o tema apresentado pelo programa Salto para o Futuro, exibido pela TV Escola nesta quarta, 16, às 20h.

    Milhares de homens e mulheres com trajetórias e culturas distintas foram retirados dos seus territórios, privados da convivência com familiares e comunidades. De vários lugares do continente africano, vieram para o Brasil profissionais de diferentes áreas e também membros da nobreza de suas regiões. São histórias que durante muito tempo não foram contadas nos livros didáticos, tampouco nas salas de aula.

    Salto para o Futuro debate os desafios para o ensino das culturas africanas e afro-brasileiras nas escolas brasileiras. Os convidados são o gerente de Educação Básica do Sesi Rio, Giovanni Lima; a escritora e professora Kiusam de Oliveira, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes); e Renato Noguera, filósofo, escritor e professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

    No programa, eles falam das riquezas dos legados africanos e afro-brasileiros e de como esses temas ainda precisam enfrentar as barreiras do desconhecimento e do preconceito para fazer parte dos currículos escolares. Giovanni Lima, que participa via internet, traz relatos da resistência negra no cotidiano das escolas.

    Para Kiusam de Oliveira, esse é um problema enfrentado por muitos estudantes. “A criança tem contato com o racismo desde muito cedo, no espaço escolar, e ali mesmo ela precisa ser treinada para criar as próprias soluções”, afirma.

    “Acho importante que usemos a palavra racismo, porque é a expressão mais adequada”, defende Renato Noguera. Para ele, a expressão “intolerância”, bem como outras quaisquer que aparentemente amenizem o problema, não ajuda a sociedade a entender com a realidade vivida por crianças negras nas escolas.

    Com apresentação de Bárbara Pereira e Murilo Ribeiro, Salto para o Futuro é exibido todas as quartas, às 20h, pela TV Escola. O programa também pode ser assistido em tempo real, nos aplicativos e na página da emissora.

    Assessoria de Comunicação Social

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