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  • Em entrevista ao programa Educação no Ar, da TV MEC, Rossieli fez a advertência: “A alfabetização é um processo extremamente relevante; se você não alfabetiza bem, esse aluno vai ter dificuldade o resto da vida” (foto: reprodução/TV MEC)Enfrentar o analfabetismo funcional e consolidar a construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) são alguns dos principais desafios da Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação. Responsável por auxiliar na execução das políticas educacionais do país, a SEB tem trabalhado para repensar alguns programas existentes com objetivo de potencializá-los.

    De acordo com o titular da SEB, Rossieli Soares da Silva, além de promover o acesso à educação infantil e ao ensino fundamental e médio, a educação básica precisa ter qualidade. “Garantir que todas as crianças estejam alfabetizadas plenamente até aos 8 anos de idade não é saber ler uma palavra”, diz o secretário. “Ela precisa saber ler as palavras, escrever frases, interpretar textos; não adianta termos analfabetos funcionais, que não conseguem interpretar o que leem.”

    Rossieli lembra que no último resultado da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), apenas 11% dos alunos matriculados na última etapa do ciclo de alfabetização, isto é, no terceiro ano do ensino fundamental, alcançaram o nível 4. Nessa faixa de aprendizado, a criança demonstra que está alfabetizada ao ler e interpretar um texto cujo conteúdo esteja de acordo com a idade. “A alfabetização é um processo extremamente relevante; se você não alfabetiza bem, esse aluno vai ter dificuldade o resto da vida”, adverte.

    Outro aspecto destacado pelo secretário como prioridade em sua gestão é a importância da formação inicial e continuada dos professores para o sucesso do processo educacional. “Não dá para o professor ensinar da mesma forma que se ensinava nas décadas de 90, 80 ou 50; temos de aproveitar aquilo que ainda permanece vivo, mas agregar”, afirma. “Como pensar em educação sem falar de redes sociais, sem falar de toda a tecnologia que está posta no mundo?”

    Rossieli afirma que, além da formação, o professor precisa de metodologias apropriadas, espaços adequados e material pedagógico para que o aprendizado seja eficiente.

    Recursos — Em relação ao orçamento para a educação básica, o secretário entende que pôr mais dinheiro na educação é importante, mas garantir a qualidade da aplicação dos recursos é fundamental. “Precisamos saber de tudo o que acontece com os recursos repassados pelo governo federal aos estados e municípios”, diz. Para ele, é preciso também dar prioridade a uma distribuição mais igualitária, que tenha impacto na qualidade da educação.

    Base — Os últimos meses serão decisivos para o processo da Base Nacional Comum Curricular. Seminários são realizados em todos os estados e no Distrito Federal para discutir o documento. Essa é a fase das últimas alterações e supressões por parte de estudantes, professores, especialistas, coordenadores e entidades da área de educação. Após esse período, o MEC vai unificar as contribuições em um único documento e encaminhá-lo ao Conselho Nacional de Educação (CNE).

    “A Base é um apontamento para o futuro do Brasil”, destaca o secretário. “Ela vai nos dizer qual o tipo de educação que nós queremos e o que cada cidadão brasileiro deve saber nos próximos 10 ou 20 anos.”

    A meta do documento é organizar os componentes curriculares a serem oferecidos em cada etapa, respeitados a diversificação e o aprofundamento sugerido pelos sistemas de ensino de cada rede, estadual, municipal e particular.

    Segundo Rossieli, a Base é fundamental para que os estados e municípios construam seus currículos. Para ele, esse debate permitirá algumas discussões importantes na educação básica, como a reforma do ensino médio, mudanças no livro didático e ampliação da formação de professores.

    Esses e outros assuntos foram discutidos com o secretário Rossieli Soares da Silva, no programa Educação no Ar, da TV MEC, transmitida pela TV NBR. O programa, veiculado nesta quinta-feira, 4, terá reprise até domingo — na sexta-feira, 5, às 8h e às 19h; no sábado, às 20h, e no domingo, às 13h30.

    Assessoria de Comunicação Social

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  • A professora Regina Magna Rangel Martins considera o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) um importante momento de formação continuada para os professores alfabetizadores, visto que a formação inicial não os prepara para essa tarefa específica. Orientadora de estudos do Pacto em Campo Grande, ela explica que o Pnaic é desenvolvido em Mato Grosso de Sul, inicialmente, com a formação realizada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) com os orientadores de estudos. E estes se encarregam, posteriormente, da formação com os professores alfabetizadores.

    Essa formação segue os aspectos programados pelo Ministério da Educação: a reflexividade, a constituição da identidade profissional, a socialização, o engajamento e a colaboração. Ao final da formação, em cada ano, os orientadores socializam as experiências e os professores apresentam trabalhos em um seminário.

    Professora da rede de ensino de Campo Grande há mais de 30 anos, Regina atua como orientadora de estudos desde 2013, na Secretaria de Educação do estado. Antes disso, na própria secretaria, ela atuava com programas de alfabetização e realização de webconferências para professores. “A secretaria estadual aderiu ao Pacto por acreditar nessa proposta de alfabetização e letramento e para possibilitar aos orientadores de estudos toda a infraestrutura necessária à realização do trabalho de formação junto aos professores alfabetizadores”, destaca. “Como orientadores, realizamos os estudos de cada caderno organizado para a formação com a universidade, participamos da formação com os professores da UFMS e a replicamos aos professores alfabetizadores, com diversas sugestões de atividades para o trabalho.”

    Avaliação — Durante a formação, os orientadores fazem o planejamento das atividades com os professores, procuram responder dúvidas e sanar as dificuldades apresentadas. Eles também orientam os professores a realizar a avaliação no Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Sispacto), ferramenta de acompanhamento do trabalho do Ministério da Educação, além de avaliar a entidade formadora e os professores e de se autoavaliarem.

    Graduada em pedagogia, com mestrado em educação na área de pesquisa na alfabetização, Regina tem experiência como professora em sala de aula, como coordenadora pedagógica e como supervisora escolar. Ela trabalhou na Secretaria de Educação de Campo Grande, onde compartilhou, com outros professores, a experiência na alfabetização de crianças. Sempre quis ser professora: “Reunia meus irmãos em torno da mesa e ia dar aula para todos”, revela. Para Regina, trabalhar em sala de aula, pôr em prática tudo o que aprendeu no magistério e perceber que aquilo com que sonhou se tornou realidade é uma experiência significativa. “Amo ser professora.”

    Na época em que trabalhava com alfabetização, Regina fazia o planejamento de forma interdisciplinar. A literatura infantil servia como base para o desenvolvimento de diversas atividades em sala de aula. “É muito gratificante quando as crianças começam a ler, pois sabe-se que um universo de infinitas possibilidades se descortinará à sua frente”, salienta.

    Fátima Schenini

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