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  • Na escola José Elias da Rocha, de Ponta Grossa, professores constatam que a autoestima dos estudantes aumenta quando percebem que são capazes de fazer coisas bonitas e úteis a partir de material reciclado (foto: arquivo da escola)Duas escolas do interior paranaense desenvolvem projetos destinados a despertar nos estudantes a consciência ambiental. Em ambas, o lixo é reciclado, reutilizado e reduzido com a participação dos alunos.

    Mauricéia Aparecida de Castro, professora do Colégio Estadual José Elias da Rocha, de Ponta Grossa, destaca a importância de os professores, como formadores de opinião, incentivarem os alunos a formular ações de cidadania. Ítalo Ariel Zanelato, do Colégio Estadual Leonilda Papen, do município de Mercedes, salienta que cabe à escola incutir nos estudantes a cultura de preservação do meio ambiente.

     

    Formada em ciências biológicas, com 20 anos de magistério, Mauricéia desenvolve, desde 2000, o projeto A Reciclagem como Cultura Ambiental na Escola, destinado a viabilizar a reciclagem de resíduos sólidos durante atividades curriculares. Outra meta é promover a integração com a comunidade local e transmitir valores éticos, atitudes e comportamentos ecologicamente corretos.

     

    Segundo Mauricéia, os alunos gostam das atividades de reaproveitamento de materiais recicláveis. Com jornais velhos, confeccionam vasos de flores e bijuterias; com garrafas plásticas, montam brinquedos e pufes. Potes de vidro são reaproveitados para guardar condimentos e balas e embalagens de leite dão origem a sacolas. Bolsas podem ser feitas com lacres de latinhas de alumínio. Óleo de fritura é destinado à produção de sabão. De acordo com a professora, a autoestima dos estudantes aumenta quando percebem que são capazes de fazer coisas bonitas e úteis.

     

    Mauricéia, que leciona ciências a estudantes do ensino fundamental e biologia aos do ensino médio, cadastrou o colégio em campanha de reciclagem promovida por um fabricante de produtos verdes. Os alunos coletam embalagens diversas e as enviam à empresa via Correios, com porte pago. A atividade recebe uma pontuação e, ao atingir um índice predeterminado, o valor é revertido em dinheiro para a escola.

     

    Formação — No Colégio Leonilda Papen, o grêmio estudantil mobiliza os alunos para a coleta de lixo reciclável na escola, em casa e nas casas de parentes. Esse lixo, segundo o professor Zanelato, coordenador do grêmio, é encaminhado a cooperativas de reciclagem. O dinheiro arrecadado é usado na manutenção da horta escolar.

     

    “A iniciativa é de fundamental importância, pois coloca os alunos em ação, rompe com a inércia e desenvolve a consciência correta em relação ao uso racional dos resíduos naturais”, avalia o diretor da escola, Carlos Seibert, graduado em educação física e em ciências sociais, professor desde 1988. “Além de contribuir para a formação do aluno, a ação torna-se instrumento de formação de toda a família, multiplicando assim sua abrangência.”

     

    Os professores também incentivam os alunos a doar o papel de todas as provas e trabalhos feitos para a reciclagem. Segundo Zanelato, estão envolvidos nas atividades estudantes de turmas do sexto ano do ensino fundamental até a terceira série do ensino médio. “É de essencial importância educar nossos alunos para serem cidadãos conscientes, éticos, morais, pensadores e responsáveis por tudo o que produzem, inclusive lixo”, diz Zanelato, formado em filosofia. Para o professor Seibert, o aluno, além de olhar para a sociedade consumista de forma crítica, deve se colocar como sujeito da história e entender que  também é responsável pelo meio ambiente em que vive e pela sua preservação.

     

    Ana Júlia Silva de Souza

     

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  • Comprometidos com a preservação do meio ambiente, os estudantes da escola gaúcha desenvolvem atividades como coleta e separação do lixo para reciclagem (foto: arquivo da escola Rafael Pinto Bandeira)Com o projeto As Pequenas Ações Transformam Vidas, alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Rafael Pinto Bandeira, de Vila Lângaro, município a 327 quilômetros de Porto Alegre, estão cada vez mais comprometidos com a preservação do meio ambiente. Eles desenvolvem várias atividades, como coletar e vender plástico e papel. Com os recursos obtidos, compram livros para a biblioteca da escola.

    “O objetivo é tornar o meio ambiente cada vez melhor e os alunos, comprometidos com a vida, a natureza e a melhoria dos ambientes com os quais convivem”, explica a diretora da escola, Ana Cristina Bassegio. Criado em 2009, o projeto é resultado de parceria com a secretaria de Educação do Rio Grande do Sul. Interdisciplinar, tem a participação de estudantes desde a educação infantil até o nono ano (oitava série) do ensino fundamental.

    Durante as aulas de matemática, os estudantes aprendem a resolver problemas a partir dos dados obtidos com a pesagem do material coletado. Nas de ciências, a separar o lixo orgânico do seco, pilhas e vidros. E nas de português, produzem textos sobre a importância da preservação do meio ambiente.

    Segundo Ana Cristina, a principal finalidade do projeto é contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos a decidir e a atuar na realidade socioambiental, comprometidos com a vida e o bem-estar de cada um e da sociedade. “A consciência da preservação ambiental traz para a vida dos alunos interações construtivas, justas e ambientalmente sustentáveis para um desenvolvimento de valores, atitudes e posturas éticas”, diz a diretora, que está no cargo há dois anos. Formada em letras, ela tem especialização em interdisciplinaridade.

    Conscientização — A escola também promove campanhas de conscientização sobre a necessidade de se preservar o meio ambiente. São propostos temas sobre a questão ambiental em palestras e gincanas culturais, nas quais os estudantes criam brinquedos e jogos pedagógicos com material reciclado. Em 31 de maio último, foi realizado o Dia do Desafio. Professores e estudantes participaram de uma caminhada para recolhimento do lixo no trajeto que dá acesso a escola, na área rural do município.

    Ana Júlia Silva de Souza

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  • Trabalho interdisciplinar destinado a evitar o desperdício de água e de alimentos proporcionou a duas professoras de São Caetano do Sul, região metropolitana de São Paulo, a inclusão entre os vencedores da oitava edição do Prêmio Professores do Brasil. Rosângela Torres Giampietro e Maria Amélia Lucena desenvolveram com duas turmas de primeiro ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Anacleto Campanella o projeto 2013 – Ano Internacional para a Cooperação pela Água: Consumismo = Desperdício; Por que Desperdiçar se Podemos Economizar?

    O trabalho, premiado na categoria Temas Específicos, subcategoria Alfabetização nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, foi feito ao longo de cinco meses para mostrar aos estudantes a importância da preservação da água e de seus ciclos para o equilíbrio e o futuro da Terra. E também de fazê-los entender que a redução do desperdício de alimentos contribui com o meio ambiente. “Um estudo do Reino Unido mostra que o desperdício de comida implica o gasto de um volume de água duas vezes maior que o usado para o consumo das famílias”, explica Rosângela.

    As duas professoras trabalharam com a ideia de redução no consumo de alimentos e de reaproveitamento integral de folhas, talos e cascas, que geralmente vão para o lixo. Nas aulas, as crianças aprenderam receitas de alimentos com cascas e folhas. Foram também orientadas sobre a conservação do meio ambiente e dos alimentos. “Todas as atividades estiveram direcionadas para a alfabetização”, diz Rosângela. Os alunos usaram os conhecimentos adquiridos para montar um mural de curiosidades e elaborar um caderno de receitas, apresentados em mostra cultural, no encerramento do projeto. De acordo com a professora, o trabalho foi bem recebido pelos alunos, que passaram a verificar o lixo de casa diariamente.

    Conscientização — Segundo Rosângela, as mães entenderam e passaram a reduzir a quantidade de dejetos orgânicos. “O envolvimento foi total, de pais e alunos. E o mais importante foi notar a conscientização de todos, tanto nas avaliações escritas quanto nos relatos pessoais.”

    Rosângela espera que a iniciativa sirva de estímulo para que outros professores participem das próximas edições do prêmio. “Eles devem acreditar em seus projetos e em seu potencial”, afirma. Com graduação em letras e em pedagogia e pós-graduação em psicopedagogia, Rosângela atua no magistério há quatro anos, sempre com turmas de alfabetização. “Alfabetizar é um trabalho de doação”, resume.

    Para a professora, alfabetizar significa não só ensinar a ler e a escrever, mas oferecer liberdade. “O indivíduo que lê e escreve está conectado às pessoas e ao mundo”, diz. “É o que eu procuro ensinar todos os dias.”

    Fátima Schenini

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