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  • Na Bahia, onde vivem aproximadamente 25 mil índios, há 59 escolas indígenas, todas localizadas em aldeias (foto: pibmirim socioambiental org)Localizada na aldeia Tuxá, na área urbana do município baiano de Rodelas, a 500 quilômetros de Salvador, a Escola Estadual Indígena Capitão Francisco Rodelas tem 135 alunos matriculados. São nove na educação infantil e 126 no ensino fundamental 1 e 2. Criada há dez anos, a instituição atende estudantes dos povos Tuxá e Pancararé.

    “Eu moro dentro da aldeia, assim como a maioria dos professores e funcionários da escola”, conta a diretora da instituição, Genicléia Santos de Aprígio, que prefere ser chamada de Cléia. “É como se fosse um bairro da cidade.” Formada em letras, com pós-graduação em língua portuguesa e literatura, Cléia deu aulas no período de 1999 a 2002, até assumir o cargo de diretora.

    “Gosto muito da minha profissão, apesar de sofrida e, muitas vezes, desvalorizada”, afirma. “Conviver com crianças e jovens, vê-los crescer, adquirir conhecimentos e perceber que eles têm nos estudos a oportunidade de melhorar as condições de vida são coisas gratificantes.” Índia tuxá, ela resolveu ingressar no magistério por influência da mãe, que era professora da Fundação Nacional do Índio (Funai).

    O trabalho na unidade de ensino é realizado da mesma maneira que nas instituições não indígenas. “A escola funciona nos turnos matutino e vespertino, as turmas são organizadas em séries e nossos alunos têm aulas todos os dias”, explica. “Não temos necessidade de elaborar calendário diferente.”

    Raízes — No currículo, além das disciplinas da base nacional comum, os professores inserem conhecimentos relativos à cultura dos tuxás e de outros povos. Assim, retransmitem os ensinamentos dos anciãos e líderes espirituais. De acordo com Cléia, a escola procura disseminar os conhecimentos necessários para o exercício da cidadania e para a atuação no mundo contemporâneo, sem deixar que os alunos esqueçam as raízes e tradições. Eles devem sempre buscar a autoafirmação indígena.

    Segundo a coordenadora de educação indígena da Secretaria da Educação da Bahia, Rosilene Cruz de Araújo Tux, o estado tem aproximadamente 25 mil índios e 59 escolas indígenas, todas localizadas em aldeias. Com uma população em torno de 14 milhões de habitantes, segundo dados de 2007 do IBGE, a maior parte formada por afrodescendentes — 63,4% da população é parda; 15,7%, negra; 20,3%, branca e 0,6% amarela ou indígena —, o estado tem atuado de diferentes formas no cumprimento da Lei nº 11.645/2008, que incluiu no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática história e cultura afro-brasileira e indígena.

    Rosilene adianta que entre as iniciativas adotadas estão a formação continuada para professores das redes municipais e estaduais de ensino, a aquisição de livros e a realização de videoconferências e seminários.

    Fátima Schenini

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  • Haddad, ao lado de Ana de Hollanda, destacou a parceria: “Esse acordo de cooperação visa a levar mais cultura para dentro da escola e a levar a educação para fora da escola, para os ambientes em que há cultura à espera de jovens ávidos para transformar o mundo” (foto: Wanderley Pessoa)Os ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Cultura, Anna de Hollanda, assinaram nesta quinta-feira, 8, em Brasília, acordo de cooperação técnica para a formulação da política de cultura para a educação básica. Estimado em R$ 80 milhões, o acordo reúne seis iniciativas conjuntas para beneficiar mais de 1 milhão de pessoas a partir de fevereiro de 2012 e atingir 5 milhões até 2014.

    As iniciativas conjuntas permitirão a expansão do ensino médio em tempo integral, segundo Haddad. A partir do acordo, pontos de cultura, grupos e espaços culturais poderão receber estudantes no turno oposto ao daquele em que estudam (contraturno), de forma a complementar as aulas da rede de ensino.

    O pacto expande a cooperação entre os dois ministérios, que atuam juntos desde 2006 no Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL). Entre as ações previstas no acordo assinado nesta quinta-feira está o projeto Mais Cultura na Escola, destinado a promover a integração entre os programas Mais Educação e Ensino Médio Inovador, do MEC, com os pontos, grupos e espaços culturais apoiados pelo MinC. Outra iniciativa é a ampliação do programa Agentes de Leitura, que seleciona e capacita jovens para atuar na formação de novos leitores.

    O acordo também possibilitará maior acesso, no Programa Nacional Biblioteca Escolar (PNBE) do MEC, a livros de arte e demais acervos culturais, em diversos tipos de mídia, ofertados pelo Ministério da Cultura. O Cine Educação, também da pasta da Cultura, receberá filmes de longa e curta metragem nacionais do acervo do MEC. A parceria prevê ainda a oferta de cursos de formação continuada e de capacitação de professores nessas áreas.

    Durante a vigência do pacto, serão realizadas pesquisas e executado o mapeamento das ações públicas que relacionam educação e cultura em todo território nacional.

    De acordo com o ministro Fernando Haddad, educação e cultura são indissociáveis na formação dos jovens. Para ele, o momento é propício para fortalecer as ações que unem as duas pastas. “Esse acordo de cooperação visa a levar mais cultura para dentro da escola e a levar a educação para fora da escola, para os ambientes em que há cultura à espera de jovens ávidos para transformar o mundo”, disse Haddad.

    Diego Rocha

    Ouça a fala do ministro Fernando Hadadd.
  • Na escola de Palmas, estudantes cujas famílias não dispõem de recursos têm acesso a aulas diversificadas, como teatro, dança e natação, gratuitamente, no ambiente escolar (arte: Mário Afonso/MEC)Em Palmas, capital de Tocantins, a Escola de Tempo Integral Padre Josimo Tavares tem contribuído para retirar as crianças das ruas e de situações de vulnerabilidade. Situada em uma região carente, a escola, da rede pública do município, atende a 1.160 alunos do ensino fundamental.

    A rotina escolar é dividida em turno e contraturno, em um total de nove horas diárias. Os estudantes devem participar de 20 disciplinas e atividades obrigatórias: língua portuguesa, matemática, ciências, história, geografia, educação física, artes, língua inglesa, ensino religioso, pesquisa e produção de texto, filosofia, experiência matemática, teatro, dança, práticas corporais e marciais, leitura, tecnologia, música, esporte (natação) e jogos educativos de tabuleiro. “Essa grade foi formada para atender parcela da comunidade em vulnerabilidade, crianças das classes sociais menos favorecidas”, explica a diretora da escola, Cleudemar Abreu Lopes. “Uma escola dessa magnitude tira as crianças da vulnerabilidade, pois proporciona meios para que experimentem a cultura, a filosofia e a ética, entre outros pontos.”

    Pedagoga, com pós-graduação em administração escolar, Cleudemar está no magistério há 27 anos. Sua experiência na sala de aula inclui as disciplinas de filosofia, sociologia, matemática e ciências. Diretora desde 2006, ela diz ter como principal objetivo envolver a escola como um todo, elevar a construção do conhecimento e respeitar as habilidades e a individualidade de cada aluno.

    Segundo a professora Fabiane Borges Rocha Coelho, o maior benefício da educação integral é a possibilidade de inserção cultural e esportiva dos estudantes. “Crianças e adolescentes que não têm recursos financeiros podem ter acesso a aulas diversificadas, como teatro, dança e natação, gratuitamente, no ambiente escolar”, salienta. Graduada em ciências biológicas, com mestrado em ciências do ambiente, Fabiane leciona a disciplina de ciências desde 2009.

    Fátima Schenini

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  • Interessados em apresentar propostas para o Programa de Apoio a Eventos no País (Paep) terão até as 17h (horário de Brasília) da próxima quinta-feira, 14, para fazê-lo. A prorrogação desse prazo, anteriormente estabelecido para 11 de setembro de 2017, foi anunciada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão do MEC responsável, em âmbito nacional, pelo reconhecimento e pela avaliação de cursos de pós-graduação stricto-sensu (mestrado profissional, mestrado acadêmico e doutorado).

    A seleção atual refere-se ao Edital nº 35/2017, publicado em 10 de agosto deste ano. O documento dispõe sobre eventos a serem realizados entre 1º de fevereiro de 2018 e 31 de julho de 2018. Solicitantes de apoio devem possuir título de doutor, manter currículo Lattes atualizado e presidir a comissão organizadora do evento. 

    O programa –O Paep concede patrocínio para realização de eventos científicos, tecnológicos e culturais de curta duração no Brasil. Os trabalhos apoiados envolvem pesquisadores, docentes e discentes dos programas de pós-graduação e dos cursos de graduação em licenciaturas, bem como do ensino fundamental e médio.

    Veja aqui mais informações sobre o programa. 

    Assessoria de Comunicação Social, com informações da Capes 

  • Estão abertas até 27 de outubro as inscrições para o Concurso de Videoarte, que chega à nona edição. Promovido pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), o concurso premiará, este ano, duas propostas, que receberão, cada uma, R$ 25 mil.

    Coordenado pela Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Meca) da Fundaj, o Concurso de Videoarte tem como objetivo estimular e reconhecer a importância da produção artística que usa o vídeo como suporte.

    Ligada ao Ministério da Educação, a Fundaj atua há 66 anos nas áreas de documentação, memória, difusão cultural, pesquisa social e formação lato e stricto sensu.

    Baseada na interdependência entre educação e cultura, a Fundaj desempenha atividades prioritariamente no Norte e no Nordeste do país. Por meio de diagnósticos, auxilia ainda na elaboração e no acompanhamento de políticas públicas nacionais e regionais.

    As inscrições para o Concurso de Videoarte, gratuitas, devem ser feitas na Coordenação de Artes Visuais da Fundaj ou, via Correios, por sedex, no endereço Fundação Joaquim Nabuco, Coordenação de Artes Visuais, Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte. Av. 17 de Agosto, 2.187, Casa Forte. CEP 52.061-540, Recife, PE.

    Mais informações no edital do concurso e na página da Fundaj na internet.

    Assessoria de Comunicação Social da Fundaj

  • Na escola catarinense, a produção de cataventos por estudantes do oitavo ano faz parte de projeto sobre o resgate de brincadeiras antigas (foto: arquivo da escola)Cata-ventos para brincar na hora do recreio, telhas floridas de cerâmica, maquetes inspiradas em Di Cavalcanti, mosaicos que destacam a geometria de Escher, máscaras de diferentes culturas, e impressionismo na tela pintada com cotonete. A criatividade, o improviso e a riqueza de informações sobre a arte no decorrer na história da humanidade empolgam alunos, professores, pais e a comunidade vizinha à Escola de Educação Básica Municipal Professor Curt Brandes, em Pomerode, município de 27,7 mil habitantes, no nordeste de Santa Catarina.

    “Eu não entendo nada de artes, mas tenho professores que abraçam a causa e vejo que os alunos aprendem de fato”, diz a diretora Eliana Koch Schimitt. “Eles sabem não só a história da arte, quem são os grandes artistas, como têm noção prática das técnicas usadas.”

    Para o próximo ano letivo, os alunos terão sala própria para as atividades. “Será uma sala-ambiente, adaptada, com mobiliário adequado”, adianta a diretora.

    A professora Moara Gustmann dá aulas de arte a turmas do primeiro ao sexto ano; Gláucia Maria Erbs, do quinto ao oitavo. Elas seguem apostila adotada pela prefeitura — o conteúdo é seguido a cada ano letivo —, mas recorrem à criatividade e ao improviso para dar vida aos trabalhos dos alunos. No projeto sobre impressionismo, por exemplo, Gláucia recorreu às técnicas de canetinha e canetão; guache na ponta arredondada do pincel e cotonete.

    “Todas as telas ficaram lindas porque cada criança tem habilidade de trabalhar com técnicas diferentes”, empolga-se a professora, que tem descoberto talentos em suas aulas semanais, de duas horas. Roger Maas, 13 anos, que concluiu o sétimo ano, é um deles. Ele pinta paisagens e flores em telhas de cerâmica e aprendeu a desenhar retratos com giz pastel seco em papel canson. O talento do adolescente já é reconhecido na cidade. Tanto que ele passou a receber encomendas. Roger pretende fazer faculdade de artes plásticas. “Meu sonho é ser artista”, afirma. O pai, artesão, está orgulhoso com o aprimoramento do talento do filho. “Ele já desenhava muito bem desde pequeno, e nas aulas de artes aprendeu mais e se destacou”, diz Gerson Maas. “Fico feliz porque é um dom e ele gosta do que faz.”

    As aulas de artes não ficam restritas à sala de aula. No turno oposto ao das aulas (contraturno), os estudantes podem fazer cursos extras, também abertos à comunidade. O projeto Arte e Educação na Escola recebe também alunos hiperativos e com transtornos. “Meu filho melhorou a concentração, a coordenação motora e está mais tranquilo”, conta Simone Jeger, mãe de Lucas Jeger, 13 anos, portador da síndrome de Tourette, que se caracteriza por tiques, reações e movimentos bruscos e vocalização repetida.

    Entre os cursos abertos à comunidade estão pintura em tecido, crochê, decupagem em MDF (medium density fiberboard — fibra de média densidade), vidros e telhas, pinturas em parede (texturização), pátinas e até da técnica chinesa feng shui. “É um público diferente, que quer aprender a fazer arte para ganhar dinheiro e complementar a renda familiar”, explica a professora Gláucia, que levou as aulas também para as turmas da educação de jovens e adultos.

    Arte moderna — No ano passado, nas aulas da professora Moara, a inspiração foi a Semana de Arte Moderna de 1922, na qual se destacaram artistas como Di Cavalcanti (1897-1976) e Tarsila do Amaral (1886-1973). As crianças ainda aprenderam sobre o estilo abstrato da japonesa naturalizada brasileira Tomie Ohtake e a obra do artista plástico brasileiro Juarez Machado. “Levei a música A Bicicleta, do Toquinho, para complementar o trabalho sobre Juarez Machado”, diz Moara. “Eles produziram uma bicicleta em arte tridimensional, usando papel, depois a colaram em bidimensional e desenharam um cenário.”

    Nascido em Joinville, Santa Catarina, em 1941, Juarez Machado elegeu a bicicleta como tema da primeira exposição, aos 19 anos. “Passei toda a minha infância e adolescência em cima de uma bicicleta”, destaca. “Foi e ainda é o grande tema de meus desenhos, pinturas e esculturas.”

    Se a bicicleta empolga a criançada nas aulas de artes, por que não brincar de cata-vento na hora do recreio? A professora de educação física Sorinéia Goede teve a ideia como forma de resgatar antigas brincadeiras. “A produção faz parte de projeto que estou elaborando sobre o resgate das brincadeiras antigas da comunidade de Pomerode”, explica. Alunos do oitavo ano ajudaram na confecção dos cata-ventos, oferecidos às turmas do primeiro ao terceiro ano.


    Rovênia Amorim


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  • Atividades interdisciplinares, como visitas a feiras de ciências e matemática fazem parte do calendário e do projeto político-pedagógico e social da escola baiana (foto: educacao.uol.com.br)Redução da violência na escola, aumento do interesse dos estudantes pela aprendizagem, melhora significativa no rendimento escolar e na convivência entre os alunos e destes com os professores. Estes são alguns dos benefícios da educação integral no Colégio Estadual Helena Celestino Magalhães, na capital baiana.

    Segundo o diretor da instituição, Perieldo Jesus de Barros, a educação integral também contribui para suprir a carência de lazer, cultura e acesso dos estudantes a tecnologias digitais. Ele também constata mais zelo pelo patrimônio da instituição e mais respeito aos professores. “Esses motivos fazem a educação integral ser bem aceita por pais e professores”, enfatiza Barros.

    O colégio adotou a educação integral em 2008, quando aderiu ao programa Mais Educação. A partir de 2014, passou a ser oficialmente uma escola de educação integral da rede estadual de ensino da Bahia. “Essa modalidade foi adotada com o objetivo de alcançar a desejada qualidade de ensino, de buscar formas de melhorar o aprendizado do estudante e o seu desempenho nas avaliações”, explica o diretor. Ele cita ainda a vontade de promover a perspectiva de uma vida melhor para os alunos, fora dos perigos das ruas.

    Barros tem 23 anos de magistério e quatro no cargo de diretor. A experiência como gestor escolar, entretanto, é de 13 anos. Com graduação em letras e pós-graduação em educação, ciência e contemporaneidade e em docência no ensino superior, ele faz curso de direito.

    Oficinas — Os estudantes participam de atividades educativas de segunda a sexta-feira, em um total de sete a nove horas de aulas por dia. Eles permanecem na escola no decorrer do dia, com lanche de manhã e à tarde, além do almoço. Todos participam obrigatoriamente das oficinas previstas no currículo. Esporte e lazer (futsal e basquete), cultura e arte (dança, hip-hop, grafitagem e africanidades), uso de mídias e cultura digital (tecnologias digitais, vídeo e rádio) são as opções.

    Ator, bailarino e coreógrafo, Vagner Jesus dos Santos ministra oficina de dança no horário matutino, em articulação com as disciplinas arte e linguagem artística. Há sete anos no exercício da atividade, ele percebe o interesse dos estudantes durante as aulas. “Eles participam com entusiasmo”, revela. Em sua visão, a educação integral proporciona muitos benefícios. Entre eles, o incentivo à participação dos alunos nas atividades lúdicas e pedagógicas, com êxito na integração social, a frequência assídua às aulas e o período por mais tempo na escola, com aprendizagens significativas.

    Diálogo — Para a professora Márcia Regina da Silva Paim, é possível evidenciar a importância do diálogo e das parcerias entre a unidade escolar e a comunidade. “O diálogo auxilia na integração, na participação e no sentimento dos alunos em relação ao bairro, à escola e à comunidade, assim como o aumento do rendimento escolar em algumas situações”, salienta. De acordo com Márcia Regina, as estratégias de educação integral possibilitam experiências e discussões e a realização de atividades interdisciplinares, como feiras de ciências e matemática e a Feira das Nações Africanas, inseridas no calendário e no projeto político-pedagógico e social da escola, com aceitação dos estudantes.

    “A partir da educação integral, houve o entrelaçamento com o programa Mais Educação nas áreas de cultura, informática e mídias, o que corrobora o sentido de criar oportunidade de desenvolvimento holístico de crianças e adolescentes”, enfatiza a professora. Isso, na opinião de Márcia Regina, favorece um ensino que contemple a integração professor, monitor e aluno pela diversidade, inclusão, acesso e permanência e sucesso do estudante dentro e fora do ambiente escolar.

    Há 21 anos no magistério, Márcia Regina tem licenciatura em história e mestrado em história social. Ela leciona no Colégio Helena Celestino Magalhães há seis anos, de manhã e à tarde. Este ano, dá aulas a turmas do nono ano do ensino fundamental e dos três anos do ensino médio.

    Fátima Schenini

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  • Um conjunto de 1.001 escolas públicas do ensino fundamental e do ensino médio inovador, de 23 unidades da Federação, faz parte da primeira lista de unidades selecionadas para receber recursos do programa Mais Cultura nas Escolas. A comissão interministerial de avaliação do programa vai divulgar mais uma lista em 10 de fevereiro e outra em 10 de março próximos.

    Pelas previsões, serão atendidas mais cinco mil escolas este ano, com repasses do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) que variam de R$ 20 mil a R$ 22 mil. O valor por escola é definido de acordo com o número de estudantes matriculados. O investimento no ano será de R$ 100 milhões.

    De acordo com a secretária substituta de políticas culturais do Ministério da Cultura, Juana Nunes, a comissão interministerial optou por divulgar as escolas por etapas, no período de janeiro a março, em razão do grande número de projetos habilitados para o Mais Cultura e também para evitar atrasos no calendário. Juana explica que os planos de atividades culturais das escolas selecionadas serão publicados pelos ministérios da Cultura e da Educação e repassados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pela transferência dos recursos às unidades de ensino. A escola deve investir a verba na contratação de serviços culturais, conforme plano de trabalho aprovado pela comissão interministerial.

    Iniciativa dos ministérios da Educação, da Cultura e do Desenvolvimento Social, o Mais Cultura tem entre as finalidades promover a circulação de cultura nas escolas, contribuir para a formação de público no campo das artes e desenvolver uma agenda de formação integral de crianças e jovens. As atividades podem ser desenvolvidas dentro ou fora das escolas, durante o ano letivo, por um período mínimo de seis meses.

    Levantamento realizado pelos três ministérios mostra que das 14,3 mil escolas habilitadas a participar do programa, 67% têm alunos atendidos pelo programa Bolsa-Família do governo Federal. Desse total de escolas, 13,6 mil adotaram a educação em tempo integral; 675 implantaram o ensino médio inovador e 251, os dois sistemas.

    Os recursos do PDDE serão repartidos de acordo com o número de matrículas registradas no último Censo Escolar, conforme tabela.

    Ionice Lorenzoni

    Confira a relação das escolas selecionadas em janeiro de 2014

  • Em pesquisas na internet, os estudantes da escola catarinense Gertrudes Milbratz conheceram costumes e tradições de indígenas brasileiros, como os arauetés, do Pará (foto: blogdoiav.wordpress.com)No ano letivo de 2011, duas professoras que não se conhecem e moram em cidades distantes decidiram desenvolver projetos pedagógicos sobre os indígenas do Brasil. Tanto Cassiana Neta Damaceno, coordenadora pedagógica da Escola Estadual Garça Branca, em Guiratinga (MT), quanto Kátia Cristiani Borges, a professora de história na Escola Gertrudes Milbratz, em Jaraguá do Sul (SC), ficaram surpresas com o entusiasmo dos alunos em pesquisar e descobrir a história e a cultura de povos tão diferentes.

    “O projeto Revendo a Questão Indígena no Brasil foi importante porque muitas pessoas falam coisas que não são verdadeiras”, diz Cassiana. “Acham que os índios são preguiçosos, mas ignoram que esses povos têm cultura própria e outro ritmo de vida.”

    Na escola de Kátia, os alunos do sexto ano recorreram a uma página na internet indicada pela professora para escolher um grupo indígena a ser pesquisado. No total, foram realizados trabalhos sobre 18 grupos étnicos de diferentes regiões do país.

    Nas duas escolas, professores e alunos descobriram como os indígenas influenciaram e ajudaram a moldar a sociedade brasileira e como herdamos deles palavras, costumes e culinária. “Eles perceberam que os índios atuais são descendentes daqueles que estavam aqui em 1500, na época da chegada dos portugueses”, diz Kátia. “Os alunos viram que somos todos iguais, nativos da mesma terra.”

    Situada a 180 quilômetros de Florianópolis, Jaraguá do Sul é uma cidade de 143 mil habitantes, com fortes heranças da colonização alemã. As diferentes culturas que os alunos descobriram na internet parecem, num primeiro momento, uma realidade distante. Mas a influência indígena está no próprio nome da cidade. Jaraguá, na língua tupi-guarani, significa senhor do vale. É como os índios chamavam o Morro da Boa Vista, um dos mais imponentes da cidade.

    Na região de Santa Catarina, os tupis-guaranis predominavam no litoral. No interior, vales, encostas e planaltos viviam os xoclengues e caingangues.

    Festa — O município de Guiratinga, a 320 quilômetros de Cuiabá, tem 14 mil habitantes. O nome da cidade tem origem no tupi-guarani e significa garça branca. O projeto sobre os indígenas culminou com uma festa de fim do ano letivo da escola. Tanto os alunos do ensino fundamental regular quanto os das classes de educação de jovens e adultos recontaram lendas e participaram de encenações.

    Zildo Oliveira Campos, 45 anos, concluiu o ensino fundamental pela educação de jovens e adultos em 2011. “Acho que sou meio índio, mas antes do projeto não tinha noção de como é a vida deles, como é a comida”, diz. Ele foi o pajé na encenação. “Contei a lenda de como surgiu o pé de guaraná.”

    Pesquisa — Em Jaraguá do Sul, o desafio dos estudantes da Escola Gertrudes Milbratz era descobrir os costumes e as particularidades dos indígenas brasileiros. Divididos em duplas, eles pesquisaram na internet sobre 18 tribos indígenas. Das mais populares, como os ianomâmis, os pataxós e os xavantes, até os grupos mais desconhecidos — aicanãs, mundurucus e xetás. “Apenas indiquei uma página sobre o tema na internet e os orientei a observar alguns grupos para escolherem um”, diz a professora Kátia. Todos os alunos elaboram textos e prepararam cartazes para apresentação do trabalho em sala de aula.

    Alexandre Gnewuch, Gabrieli Borchard e Amanda Costa Sanches, todos de 12 anos, colegas de classe, gostaram de fazer a pesquisa. “Os aicanãs vivem na região Norte e estão quase extintos”, diz Alexandre. Amanda estudou sobre uma tribo mais numerosa, os guaranis-caiouás, que se concentram em Mato Grosso do Sul e na fronteira com o Paraguai. “São mais de 77 mil índios dessa tribo”, ressalta a estudante.

    O trabalho de Gabrieli abordou os arauetés, que vivem na margem direita do alto Xingu, no Pará. “Eles acreditam que vivem num mundo entre dois céus e o mundo dos brancos. O mundo deles é o que já foi habitado pelos deuses”, conta. Ou seja, o melhor dos mundos é o deles, o mundo indígena.

    Rovênia Amorim

    Confira o blog da Escola Garça Branca

    Confira a página Povos Indígenas no Brasil




  • O Ministério da Educação vai intensificar as articulações com as redes estaduais e municipais de ensino para oferecer aos estudantes mais acesso a filmes brasileiros, nas escolas ou em salas de exibição. Segundo o ministro Mendonça Filho, a ideia é prestigiar as produções nacionais e tornar atividades culturais, como o cinema, um hábito entre crianças e jovens. Mendonça Filho participou, na manhã desta terça-feira, 31, em Brasília, da abertura da 1ª Reunião Ordinária do Conselho Superior do Cinema.

    “Há políticas públicas nesse sentido e uma lei federal (Lei nº 13.006, de 26 de junho de 2014) dispõe sobre a exibição de filmes brasileiros nas escolas de educação básica”, disse o ministro. “Nossa integração com o Ministério da Cultura permite que surjam novas oportunidades na área educacional, e temos uma missão bastante importante no sentido de permitir aos estudantes que acompanhem a evolução extraordinária do cinema brasileiro.”

    Nessa primeira reunião do Conselho Superior do Cinema foram apresentados os nove integrantes, designados por decreto do presidente da República, Michel temer, em dezembro do ano passado. São representantes da indústria cinematográfica e videofonográfica e da sociedade civil. O conselho é composto ainda por representantes dos ministérios da Educação, da Cultura, das Relações Exteriores, da Justiça, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, das Comunicações e da Fazenda, da Casa Civil e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

    O órgão colegiado, integrante da estrutura do Ministério da Cultura, é nomeado para mandato de dois anos, permitida uma recondução. Entre as competências estão a formulação da política nacional do cinema, a aprovação de diretrizes gerais para o desenvolvimento da indústria audiovisual e o estímulo à presença do conteúdo brasileiro nos diversos segmentos de mercado.

    A presidência do conselho cabe ao ministro da Cultura, Roberto Freire.

    Assessoria de Comunicação Social

    Confira:
    Decreto de 20 de dezembro de 2016
    Lei nº 13.006, de 26 de junho de 2014

  • O Festival de Arte e Cultura registrou 4.269 adesões de alunos e servidores da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. As inscrições foram encerradas na sexta-feira, 3. O festival será realizado de 24 a 28 de novembro, no Distrito Federal — em instituições de ensino do Plano Piloto e das cidades-satélites de Samambaia, Gama e Planaltina.

    Mais de mil obras foram inscritas nas categorias artísticas da programação — artes plásticas, audiovisual, dança, diálogos culturais, fotografia, literatura, música e teatro. Na próxima semana (dias 14 a 17), a comissão organizadora estará reunida em Brasília para definir a programação.

    O Sudeste é a região com o maior número de inscritos (1.328). A seguir vêm Nordeste (1.076), Sul (750), Norte (517) e Centro-Oeste (401). O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais tem o maior número de representantes por instituição, com 347 artistas. “Foi uma surpresa”, afirmou o reitor Caio Mário Bueno Silva. Ele destacou o fato de o instituto desenvolver regularmente atividades e oficinas culturais em suas unidades.

    Dentre as instituições da rede, aderiram ao festival os 38 institutos federais, os dois centros federais de educação tecnológica (Cefets), a Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR) e quatro escolas técnicas vinculadas a universidades federais. O Colégio Pedro II, vinculado ao Ministério da Educação, também terá representantes no evento.

    Danilo Almeida
  • Transformar trechos da obra ou da vida do poeta maranhense Ferreira Gullar em jogos eletrônicos ou aplicativos é o desafio proposto pelo Prêmio Literário Ferreira Gullar, que teve as inscrições prorrogadas até 30 de junho. Podem participar estudantes dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas e privadas de todo país.

    A iniciativa, promovida pelo Ministério da Cultura, faz parte do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), que tem como diretrizes a democratização do acesso à cultura e o fomento à leitura. O edital tem o objetivo de estimular a leitura e, ao mesmo tempo, homenagear o escritor Ferreira Gullar, pseudônimo de José de Ribamar Ferreira, falecido em dezembro de 2016. O melhor projeto será premiado com R$ 10 mil; o segundo, com R$ 7.142,86; e o terceiro, R$ 4.285,72.

    Poeta, crítico e ensaísta, Ferreira Gullar foi líder do movimento literário conhecido como neoconcretismo, surgido no Rio de Janeiro na década de 50. Os adeptos ao movimento acreditavam que a arte tinha sensibilidade, expressividade e subjetividade próprias e eram contrários às atitudes cientificistas e positivistas nas manifestações artísticas.

    Ferreira Gullar iniciou a chamada poesia concreta, com o livro A luta corporal, publicado em 1954. Em 1956, participou da primeira exposição de poesia concretista, realizada em São Paulo, que teve entre os destaques Lígia Clark e Hélio Oiticica. Posteriormente, Gullar rompeu com os concretistas e vinculou-se ao pensamento progressista do período, passando a ter forte envolvimento político.

    Filiado ao Partido Comunista Brasileiro, chegou a ser preso e exilado durante o regime militar. Nesse período, publicou Poema Sujo (1975), no exílio em Bueno Aires. Voltou ao Brasil em 1977. Ao longo de sua vida, escreveu diversas peças teatrais, em parceria com outros dramaturgos, como Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, e Dias Gomes.

    Recebeu o Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Ficção de 2007, com Resmungos. Em 2010, recebeu o Prêmio Camões e, quatro anos mais tarde, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL). Em 2016, Ferreira Gullar foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural (OMC) no grau máximo Grão Cruz, principal condecoração pública da área da cultura no Brasil.

    As inscrições para o Prêmio Literário Ferreira Gullar podem ser feitas no portal do Ministério da Cultura. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo telefone (61) 2024.2629 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • As universidades federais e instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, podem aderir, no próximo ano, ao programa Mais Cultura nas Universidades, instituído este mês pelos ministérios da Educação e da Cultura. A finalidade do programa é desenvolver e fortalecer a formação de cidadãos nos campos da arte e da cultura.

    Conforme a Portaria Interministerial nº 18/2013, que criou o Mais Cultura nas Universidades, a participação das instituições federais dependerá de adesão e de apresentação de planos a serem executados no período de dois anos. Elas serão convocadas por edital a ser elaborado pelo Ministério da Educação, que vai oferecer apoio técnico e financeiro para a execução das atividades propostas.

    Entre as 11 diretrizes a serem consideradas pelas 63 universidades federais e 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia na criação dos planos estão fortalecer e estimular a inovação e a expansão da educação superior, profissional e tecnológica em arte em cultura; ampliar a mobilidade estudantil, docente e de técnicos entre as instituições participantes do programa; fomentar a pesquisa, a inovação e a extensão universitária em arte e cultura, incluindo a comunidade externa; estimular e promover eventos, mostras, festivais, circuitos de arte, cultura e empreendedorismo.

    O plano de cultura, a ser submetido à avalição de um comitê técnico, deve estabelecer metas, estimativa de recursos para execução, etapas de desenvolvimento e prazo de duração, que pode variar de 12 a 24 meses. Os recursos, provenientes do orçamento do MEC, serão aplicados em atividades artísticas e culturais, articuladas com ensino, pesquisa e extensão para os diferentes níveis de formação — básica, técnica, graduação e pós-graduação —, e nos segmentos sociais envolvidos nas ações. Outra forma de aplicação será a aquisição de equipamentos, serviços e despesas de custeio associadas a atividades decorrentes do programa e definidas no plano de cada instituição.

    Fórum— A portaria interministerial que instituiu o Mais Cultura nas Universidades criou também o Fórum Nacional de Formação e Inovação em Arte e Cultura, destinado a articular as universidades e institutos no âmbito do programa. As atividades do fórum serão coordenadas por um comitê técnico, constituído por dois representantes do MEC, dois do Ministério da Cultura, um da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e um do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).

    Ionice Lorenzoni

  • O Ministério da Educação cedeu o Casarão Solar Francisco Ribeiro Pinto, no Recife, ao Ministério da Cultura, em cerimônia realizada nesta segunda-feira, 13, na capital pernambucana. “Precisamos integrar cada vez mais as atividades tanto de educação quanto de cultura”, afirmou o ministro Mendonça Filho durante a solenidade, que também teve a presença do ministro da Cultura, Roberto Freire.

    Mendonça Filho destacou que a cessão desse espaço gera economia para os cofres públicos e integra as ações de educação e de cultura na região. “O Ministério da Cultura procurava um lugar para instalar sua representação em Pernambuco, o que, provavelmente, teria custo para isso, enquanto nós temos um prédio que foi restaurado com recursos do Ministério da Educação. Nós cedemos o espaço e, ao mesmo tempo, queremos promover uma agenda de integração e estimular ações das duas pastas”, afirmou.

    “Queremos promover uma agenda de integração e estimular ações das duas pastas”, afirmou Mendonça Filho, em cerimônia que teve a presença do ministro da Cultura, Roberto Freire (à esquerda), e do presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Luiz Otávio Cavalcanti (ao centro). (foto: Rafael Carvalho/MEC)O prédio histórico do século XIX pertence ao conjunto arquitetônico da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), autarquia federal ligada ao Ministério da Educação, e abrigará a representação regional Nordeste do Ministério da Cultura por dois anos. O casarão tem área útil de 552m² e está localizado no bairro de Casa Forte, no Recife. Além da sede da Fundaj, o espaço recebe o Museu do Homem do Nordeste, idealizado pelo sociólogo Gilberto Freyre.

    Posse – Durante a cerimônia, também foi oficializada a posse de Ana Farache no cargo de coordenadora de Cinema da Fundaj. Farache é jornalista, fotógrafa e doutora em comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). É a idealizadora do festival de cinema Brasil Stop-Motion.

    “Ana tem uma ligação histórica com a área da cultura e das artes”, lembrou o ministro. “E tem pela frente uma missão nobre e importante à altura da tradição de nossa cultura no cinema da Fundação, tão bem liderado até pouco tempo por Kleber Mendonça, a quem quero saudar e agradecer.”

    Assessoria de Comunicação Social


  • O ministro da Educação, Mendonça Filho, recebeu a vice-reitora da Universidade Católica da América, Duilia de Mello, para falar sobre possíveis ações de cooperação do MEC junto à Biblioteca Oliveira Lima. 
    Duilia esteve acompanhada pela curadora interina da biblioteca, Nathalia Henrich, que tem dedicado a vida ao estudo do legado cultural e histórico do diplomata brasileiro Manoel de Oliveira Lima (1867-1928), responsável por construir um dos maiores acervos brasilianos (pertencentes ao Brasil) fora do país. 

    “É um patrimônio bibliográfico dos mais relevantes do mundo”, comentou Mendonça Filho. “Oliveira Lima foi um nome fenomenal do ponto de vista da diplomacia e da cultura, e a preservação daquilo que ele construiu em seu acervo bibliográfico é muito importante. Creio que essa parceria envolvendo o MEC e órgãos vinculados, como a Fundaj [Fundação Joaquim Nabuco] e universidades é algo em que vamos atuar para preservar.”

    Duilia de Mello destacou o volume do acervo: mais de 60 mil itens na coleção. A biblioteca, que esteve fechada por dois anos, foi reaberta em 31 de janeiro e funciona no subsolo da Universidade Católica Americana. “Nosso objetivo é transformá-la em um centro, o Centro Brasil, baseado no legado de Oliveira Lima”, informou a vice-reitora. ”Viemos contar um pouco ao ministro sobre essa ideia. Queremos fazer parcerias com universidades e pesquisadores brasileiros. É a primeira vez que duas brasileiras estão encarregadas desta biblioteca e por isso estamos aqui.”

    História política – A Biblioteca Oliveira Lima reconta a história da política do país, passando por sua transição da monarquia para a república aos esforços para a construção de uma identidade nacional. O acervo possui importantes obras de escritores, como Lima Barreto, Gilberto Freyre e Machado de Assis, contemporâneos de Oliveira Lima, que com eles trocava correspondências e mantinha boas relações. Nascido no Recife (PE), Oliveira Lima foi um dos mais importantes e influentes diplomatas brasileiros do fim do século 19, dividindo sua atuação com nomes como o barão do Rio Branco e Joaquim Nabuco.

    As obras foram doadas à Universidade Católica da América em 1916 pelo próprio diplomata, na condição de que ele pudesse organizar o acervo e mostrá-lo ao público. Oliveira Lima abriu a biblioteca em 1924, mesmo ano em que se tornou professor de direito internacional da instituição. O diplomata faleceria quatro anos depois, sendo enterrado em Washington. Nos anos seguintes, sua esposa, Flora, deu sequência ao trabalho de cuidado e alimentação do acervo, que atualmente tem passado por um processo de digitalização.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Ao lado do ministro da Cultura, Juca Ferreira, Mercadante destacou a importância da cooperação: “Nossas iniciativas fizeram a produção cultural local dialogar com o projeto pedagógico das escolas” (foto: Isabelle Araújo/MEC)Um acordo de cooperação técnica entre os ministérios da Educação e da Cultura foi assinado nesta quarta-feira, 11, pelos ministros Aloizio Mercadante e Juca Ferreira. A iniciativa cria o Programa de Integração Cultura, Educação e Cidadania, alinhado às metas dos planos nacionais das duas áreas.

    O documento busca ainda dar continuidade a programas interministeriais existentes desde 2013. Nesse período, cerca de 5 mil escolas de educação básica ampliaram a formação cultural ao alinhar seus projetos pedagógicos ao programa Mais Cultura nas Escolas. Na educação superior, 101 universidades e institutos federais participaram do programa Mais Cultura nas Universidades.

    Para Mercadante, a adesão das instituições reafirma que os campi universitários são produtores de cultura, além de conhecimento, pesquisa e inovação. “Nossas iniciativas fizeram a produção cultural local dialogar com o projeto pedagógico das escolas”, disse. “Valorizamos os artistas, os talentos culturais e o prazer por todas as expressões culturais.”

    De acordo com Mercadante, a cultura brasileira tem um potencial natural extraordinário, que deveria ser mais valorizado.
    Outro destaque do evento foi a continuidade do programa Pronatec Cultura, voltado para a formação técnica e profissionalizante de produtores culturais e de pessoas que já atuam na área sem certificação. Nos últimos três anos, mais de 9 milhões de matrículas foram oferecidas.

    “Cabe ao estado democrático garantir que todos tenham o acesso pleno a cultura e educação”, destacou o ministro Juca Ferreira. “Estamos construindo políticas públicas de democratização e de apoio ao desenvolvimento das artes e manifestações culturais com o apoio da educação.”

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Marcelo Calero promete manter o diálogo, quitar débitos e recuperar as perdas no orçamento, além de ampliá-lo no próximo ano (Foto: Divulgação) Ao apresentar o novo secretário nacional de Cultura, Marcelo Calero, o ministro Educação e Cultura, Mendonça Filho, reafirmou o compromisso com a política cultural e com o protagonismo do setor na definição de políticas públicas do MEC. “Mesmo tendo o Ministério da Cultura, o orçamento do setor vem caindo nos últimos anos e chegou a 25% de 2015 para 2016”, disse o ministro, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto. “Vamos recuperar a defasagem do orçamento e promover um crescimento real em 2017.”

    Marcelo Calero afirmou que assume com grandes desafios e que vai trabalhar com dois principais vetores: a gestão e o diálogo. “Vamos quitar os débitos imediatos, no valor de R$ 236 milhões, recuperar as perdas no orçamento e ampliá-lo no próximo ano”, afirmou. Ele ressaltou que vai restaurar a dignidade dos que fazem a cultura do país. “Não vamos buscar o diálogo pelo diálogo, mas buscar resultados concretos, aprimorar a gestão com o diálogo com os fazedores da cultura”, disse.

    O novo secretário nasceu no Rio de Janeiro há 33 anos.  Formou-se em direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Atuou por cinco anos no setor privado até assumir, em 2005, o primeiro cargo público, na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em 2006, passou em concurso para a Petrobras. Diplomata de carreira, Calero atuou no Departamento de Energia do Ministério das Relações Exteriores e na Embaixada do Brasil no México.

    Em 2013, foi cedido à prefeitura do Rio de Janeiro. Trabalhou na Assessoria Internacional e foi convidado pelo prefeito Eduardo Paes para comandar as comemorações de 450 anos da cidade. Em janeiro de 2015, assumiu a Secretaria Municipal de Cultura e fortaleceu os investimentos em programas de requalificação dos equipamentos culturais e de democratização do acesso ao financiamento público para a cultura.

    Entre as principais medidas, Calero idealizou o Passaporte Cultural Rio, que dá acesso gratuito ou com descontos a peças de teatro, exposições e shows para celebrar a cultura carioca durante os períodos olímpico e paraolímpico. O diálogo com a classe artística foi uma das marcas da gestão de Calero à frente da secretaria.

    Assessoria de Comunicação Social

    Ouça:

  • O ministro da Educação, Mendonça Filho, participou nesta terça-feira, 19, no Palácio do Planalto, da entrega das Medalhas da Ordem do Mérito Cultural (OMC) 2017. Maior honraria pública da área, a premiação teve como tema Cultura, Inovação e Empreendedorismo e foi entregue pelo presidente da República, Michel Temer, a 32 personalidades e instituições brasileiras que se destacaram no setor ao longo dos últimos anos.

    A OMC é organizada pelo Ministério da Cultura, responsável por colher sugestões da população e indicações do Conselho da Ordem do Mérito Cultural, que, este ano, teve entre os participantes o ministro Mendonça Filho.

    Ao discursar, o presidente Michel Temer falou da importância dos investimentos em cultura e educação. "No ano passado, na mesma Ordem do Mérito Cultural, prometi que iríamos aprovar a prorrogação do Recine [Regime Especial de Tributação para Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica] e da Lei do Audiovisual, e o fizemos. Hoje, me comprometo a ampliar o orçamento da cultura para o próximo ano", afirmou Temer.

    Dentro do Conselho da Ordem, Mendonça Filho indicou para a medalha o bloco carnavalesco Galo da Madrugada, de Pernambuco. “O Galo da Madrugada é uma das maiores manifestações de nossa cultura. A homenagem é justa para o bloco que congrega todas as manifestações artísticas de Pernambuco. Fico muito feliz pelo reconhecimento de um dos grandes patrimônios de nossa cultura e história, ainda mais porque tive a honra de fazer sua indicação ao Ministério da Cultura”, comentou o ministro.

    Indicação do Galo da Madrugada foi feita pelo ministro Mendonça Filho (Foto: André Nery/MEC)O prêmio foi recebido pelas mãos do presidente do Galo da Madrugada, Rômulo Meneses, e do vice-presidente, Rodrigo Meneses, que vieram a Brasília participar da cerimônia. “O prêmio vai valorizar muito todo o trabalho de uma equipe que faz isso crescer. Isso que vocês viram aqui é apenas um pouco do que é o Galo. Vocês não sabem o trabalho que que dá colocar o Galo na rua no carnaval, e esse prêmio valoriza isso”, disse Rômulo.

    No final da cerimônia, integrantes do Galo fizeram uma apresentação de frevo para os presentes. Considerado um dos maiores blocos de carnaval do mundo, costuma reunir todos os anos mais de 2 milhões de foliões nas ruas do centro do Recife, tornando-se exemplo de como o folclore e a cultura têm impacto na economia do país.

    Outra personalidade premiada foi o humorista Renato Aragão. “Eu já fiz muitas coisas na minha vida e já tive muitas alegrias. Mas essa é demais, ser agraciado com tanto carinho”, falou Renato Aragão. Também integraram a lista personalidades como a cantora e compositora Dona Onete, o designer Jair de Souza, o curador Marcello Dantas e o produtor Ricardo Amaral, conhecido como “Rei da Noite”.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Contar as histórias escritas nas páginas da literatura brasileira a universitários ao redor do mundo e levar a cultura além das fronteiras do país. Esse é o desfio do programa Leitorado, que seleciona professores para atuar em instituições estrangeiras de educação superior. O programa promove a língua portuguesa por meio da cultura e da literatura. Os interessados em participar têm até 8 de outubro para se candidatar. O início das atividades está previsto para fevereiro de 2016.

    O selecionado terá como benefício uma bolsa mensal, além de outros auxílios. O leitor ou leitora, como são chamados, pode permanecer de dois a quatro anos na universidade estrangeira. Os candidatos precisam ter doutorado ou mestrado e experiência no ensino de linguística, linguística aplicada, literatura brasileira, cultura brasileira, entre outras exigências previstas em edital.

    O programa Leitorado é uma parceria entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação e o Ministério das Relações Exteriores.

    Mais informações no Edital nº 14/2015 da Capes e na página do programa Leitorado na internet.

    Assessoria de Comunicação Social

  • No magistério desde 2007, o professor Peterson Soares da Silva leciona matemática a alunos do ensino médio e desenvolve o Projeto de Vida – Produção Cultural. A proposta é levar para a sala de aula as ações relacionadas à arte e à cultura e aplicá-las na comunicação do conhecimento. Peterson trabalha no Colégio Estadual Hebe Camargo, em Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

    “As possibilidades dessa atividade como instrumento pedagógico são bem conhecidas”, ressalta Peterson. “Esteja o aluno como espectador ou como figurante, o projeto é um poderoso meio para gravar na sua memória um determinado tema, ou para levá-lo, através de um impacto emocional, a refletir sobre determinada questão moral.”

    De acordo com o professor, além da valorização cultural, o Projeto de Vida conseguiu tornar os alunos mais confiantes, autônomos e protagonistas. “Isso pode ser notado no desempenho das diversas áreas do conhecimento, com 100% de aprovação e nenhuma evasão escolar no ano passado”, diz.

    Para este ano, o projeto dobrou o número de vagas para os estudantes e foi ampliado em mais algumas áreas culturais. “O projeto entra no processo de educar os alunos para a sociedade e o mercado de trabalho”, avalia Peterson. “As ações em que mais se identificam são adotadas como instrumentos para o aprendizado da ética, justiça, compreensão de mercado de trabalho, responsabilidade, hierarquia e trabalho em equipe, além do desenvolvimento do aluno autônomo e protagonista.”

    O professor desenvolve este ano uma adaptação acadêmica do musical Chicago, de John Kander, Fred Ebb e Bob Fosse; uma adaptação infantil do livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll; um espetáculo de stand-up, coral e oficina de desenho. Os alunos são os responsáveis pela atuação, dança, parte técnica e todo o contexto cênico (cenário e figurino), marketing e tarefas importantes para o desenvolvimento das atividades.

    Peterson tem licenciatura em matemática e pós-graduação em administração escolar e coordenação pedagógica. Cursa, atualmente, pós-graduação em produção cultural.

    O Projeto de Vida faz parte da matriz curricular do Colégio Estadual Hebe Camargo. Além de produção cultural, oferece atividades em áreas como sustentabilidade e esporte.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor

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