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  • Estudantes com deficiência auditiva das redes públicas de ensino contam com novo equipamento para facilitar o aprendizado. Trata-se de um conjunto formado por um pequeno chip emissor, na forma de microfone, usado pelo professor, e um receptor para o aluno. A experiência, inédita na rede pública, tem como objetivo ampliar ações de apoio a pessoas com deficiência.

    O projeto-piloto para uso da nova tecnologia, iniciativa da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação, tem a participação inicial de 200 estudantes de 80 escolas das cinco regiões do país. “Queremos proporcionar um documento de orientações para expandir o atendimento. Esperamos, a partir de 2013, já atender a educação infantil”, explica a diretora de políticas de educação especial da Secadi, Martinha Clarete Dutra dos Santos. Segundo ela, este primeiro momento será de monitoramento e avaliação dos impactos pedagógicos para os estudantes.

    As instituições de ensino foram selecionadas pelas secretarias estaduais de educação. Cada escola elegeu o professor que trabalhará com o equipamento. As unidades de ensino selecionadas, além de públicas, contam com salas de recursos multifuncionais implantadas, oferecem atendimento educacional especializado e têm, matriculados nos três anos iniciais do ensino fundamental, estudantes com deficiência auditiva usuários de aparelho de amplificação sonora ou com implante coclear.

    Frequência— O dispositivo adota o sistema de frequência modulada (FM) para filtrar a voz do professor e eliminar os ruídos da sala de aula, de maneira a potencializar a acessibilidade acústica dos usuários de aparelhos de amplificação sonora e implante coclear (dispositivo eletrônico, parcialmente implantado, para proporcionar sensação auditiva próxima à fisiológica).

    Com investimento de R$ 1,5 milhão, a pesquisa sobre a nova tecnologia foi desenvolvida pela Secadi em parceria com o Laboratório de Estudos do Comportamento Humano da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e com a Universidade de São Paulo (USP), câmpus Bauru. A evolução do processo nas escolas será acompanhada também por especialistas de outras instituições de educação superior.

    Os 80 responsáveis pela implementação do projeto-piloto nas escolas selecionadas, além de pesquisadores das instituições de educação superior integrantes da experiência, participaram de curso de formação, nos dias 25 e 26 últimos. Promovido pelo MEC, o curso abrangeu a formação de pessoas que atuam na área de atendimento educacional especializado.

    Paula Filizola

  • Na edição desta semana, o programa Educação no Ar, da TV MEC, apresenta uma entrevista com a professora Maristela Oliveira, diretora da Escola Bilíngue Libras e Português Escrito, a primeira do DF voltada especificamente para pessoas com deficiência auditiva. A unidade, criada em 2013 por meio de uma lei distrital, fica em Taguatinga e atende estudantes em todas as etapas do ensino básico e da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

    “Não somos apenas a primeira [escola especializada] em Brasília, mas também uma das poucas existentes no país”, diz a professora, que calcula existirem não mais de dez instituições semelhantes em algumas capitais. “Parte delas surgiu a partir do nosso projeto, que só foi possível graças a um esforço conjunto de profissionais da Secretaria de Educação envolvidos há pelo menos 20 anos na aprendizagem de surdos.”

    As salas foram totalmente adaptadas ao novo público e o número máximo por turma é de dez alunos, um terço do permitido em instituições públicas regulares. As aulas contam com recursos tecnológicos que ressaltam as imagens e suas cores, como projetores coloridos multimídia (data show). Já as carteiras são dispostas em forma de “U”, para que todos tenham o campo visual livre de interferências.

    Maristela Oliveira é diretora da Escola Bilíngue Libras e Português Escrito, a primeira do DF voltada especificamente para pessoas com deficiência auditiva (Frame: TV MEC)Libras – Mas não se trata de um modelo restritivo. A escola tem características inclusivas, só que em um formato diferente: os “ouvintes” são minoria e a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a prioridade. Ou seja, o português escrito é considerado a segunda língua, como ocorre na vida real das pessoas com deficiência auditiva. “Com essa abertura, permitimos, por exemplo, que irmãos, amigos e até filhos de surdos possam aprender em libras, o que acaba sendo bom para todos”, explica a diretora. “Os pais, inclusive, gostam de participar, e muitos até acompanham o atendimento [aula], satisfeitos com a evolução da criança. A ansiedade dela diminui bastante.”

    Segundo Maristela, não há processo de seleção para a matrícula de estudantes com deficiência auditiva. O objetivo é acolher toda a demanda, desde a educação infantil, entre seis meses e três anos de idade. “A gente está em um período de sensibilização, procurando hospitais e órgãos de saúde, para incentivar a estimulação linguística precoce”, explica. “Com o apoio deles e o esclarecimento junto às famílias, os bebês já podem começar a aprender a se comunicar por sinais. Quanto mais cedo, melhor.” 

    Assessoria de Comunicação Social

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