Portal do Governo Brasileiro
Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página
  • Ao lado do ministro Aloizio Mercadante, Tatiana Reichert relatou tragédia ocorrida no interior catarinense que poderia ser evitada se a população local estivesse preparada para enfrentar riscos ambientais (João Neto/MEC)No Dia Mundial do Meio Ambiente, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, apresentou na manhã desta quarta-feira, 5, o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) – Escola Sustentável. A proposta do programa é garantir recursos para que as escolas desenvolvam iniciativas voltadas para a sustentabilidade.

     

    O PDDE Escola Sustentável pré-selecionou 10 mil instituições de ensino de 310 municípios em estado de vulnerabilidade ambiental. Essas escolas têm prazo até o dia 30 próximo para formalizar a adesão on-line ao programa, que tem orçamento de R$ 100 milhões. Segundo Mercadante, a educação ambiental é fundamental para o futuro, pois os jovens devem ser conscientizados sobre a necessidade de cuidar e ter atitude de respeito ao meio ambiente. “Nossa prioridade é trabalhar na prevenção nessas cidades”, disse o ministro.

     

    O programa destinará recursos para a inclusão da temática socioambiental no projeto político-pedagógico da escola; para o apoio à criação e o fortalecimento de comissões de meio ambiente e qualidade de vida (Com-vida) e para a adequação do espaço físico da escola de maneira a aprimorar a destinação de resíduos e obter eficiência energética, entre outras iniciativas.


    Experiência — Coordenadora de defesa civil em Ilhota, município catarinense de 12,5 mil habitantes, Tatiana Reichert revelou, em depoimento sobre as consequências de desastres naturais, que em 2008 uma tempestade atingiu o Complexo do Baú, comunidade de quatro mil habitantes. Mais de 1,5 mil pessoas foram desalojadas e 37 morreram. Dentre os mortos, 14 eram familiares de Tatiana.

     

    A tragédia que atingiu a cidade resultou na criação da primeira associação de atingidos por desastres naturais do Brasil. Por quatro anos, Tatiana ficou à frente da associação e participou do processo de recuperação e reconstrução do complexo, com ações de prevenção e conscientização dos moradores. Ela destaca que as perdas materiais não poderiam ser evitadas, mas se a população tivesse mais informações sobre riscos, vidas poderiam ter sido salvas. “Nós não temos a cultura da percepção de risco”, disse. “A área segura hoje pode ser a área afetada amanhã.”

     

    As adesões ao PDDE Escola Sustentável devem ser feitas no Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle (Simec)

     

    Diego Rocha

  • A experiência pedagógica da escola de Boa Vista visa a formar uma consciência crítica na comunidade escolar sobre problemas socioambientais a partir da busca por soluções concretas e coletivas (foto: arquivo da EM Francisco Bríglia)O projeto Minha Escola Sustentável garantiu à professora Shirlei dos Santos Catão um lugar entre os vencedores da sétima edição do Prêmio Professores do Brasil. Desenvolvido no período de agosto a dezembro de 2012, o projeto foi criado para formar uma consciência crítica na comunidade escolar sobre problemas socioambientais a partir da busca por soluções concretas e coletivas. Estiveram envolvidos cerca de 600 alunos da Escola Municipal Francisco de Souza Bríglia, em Boa Vista, Roraima, matriculados em turmas do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental.

    A professora revela que o projeto surgiu a partir de uma situação-problema — quais as consequências da falta de preservação ambiental? Um igarapé poluído, o Pricumã, próximo à escola, contribuiu para a escolha do tema. “Todos participaram do trabalho, mas o enfoque maior foi dado aos alunos do primeiro ao terceiro ano”, destaca Shirlei. A experiência foi premiada na categoria Temas Específicos, subcategoria Educação Integral e Integrada. O concurso é promovido pelo Ministério da Educação.

    Segundo a diretora da instituição, Adaíze de Rosas de Souza, o projeto colaborou para a conscientização de toda a comunidade sobre a necessidade de proteger os recursos naturais. “Foi um trabalho constante”, enfatiza. Adaíze explica que a experiência contou com a participação dos pais. Durante a Gincana do Meio Ambiente, por exemplo, a mãe de um aluno conseguiu coletar 10 mil latas de alumínio. “O dinheiro obtido com a venda do material arrecadado possibilitou a compra de artigos para o desenvolvimento do projeto”, salienta a diretora.

    Na gincana, promovida de 6 a 10 de agosto, houve atividades como cultivo de árvores para a arborização da escola, elaboração e recitação de poemas relacionados ao meio ambiente, confecção de brinquedos a partir de material reaproveitado e criação de cartões-postais, com sugestões de economia de água e de energia.

    “A natureza é perfeita. O homem só precisa preservá-la”, diz Shirlei. “A ausência de ações pode deixar para as futuras gerações uma herança de incertezas, transformando qualquer bom lugar para se viver num verdadeiro pesadelo.”

    A professora, que tem licenciatura em pedagogia e em química e mestrado em ciências da educação, enfatiza a necessidade de se conscientizar e sensibilizar a população para o problema. “Talvez ainda haja tempo para recuperarmos o que foi destruído.”

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor

Fim do conteúdo da página