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  • Diretor do Centro Educacional Gisno, Isley Marth costuma ser confundido com porteiro (Foto: Isabelle Araújo/MEC) A escolha profissional de Isley Marth não poderia ser outra que não fosse a educação. Descendente de uma família com sete professores, ele teve a chance para escolher outra área, mas seu destino estava selado: educador. E enfrenta as dificuldades por ser um negro que dirige uma escola no Distrito Federal com bom humor e leveza.

    “Não desvio minha atenção para o que tiver de negativo em relação à minha cor.” Esse é o lema do professor e diretor do Centro Educacional Gisno, Isley Marth. Mas nem sempre foi assim. Ele lembra um episódio quando ainda estudava e era cadete da Base Aérea. Comprou um carro zero, que à época saía da revendedora sem placa, e foi fechado por três viaturas policiais com uma abordagem nada amistosa: “Negão, documento.” O tratamento o deixou irritado e eles foram parar na delegacia para esclarecer a situação. “Hoje, é história, mas naquele momento foi dolorido”, observa.

    Como a instituição tem só uma porteira e três turnos de aulas, é ele quem recebe os alunos e não raramente é confundido com porteiro. “Às vezes, pais de alunos chegam aqui e perguntam onde fica a direção da escola. Indico e depois, quando vou atendê-los, eles levam um susto.”

    Marth diz que tem de lidar com a ignorância do ser humano, principalmente por ser educador. “Todos os dias me deparo com alguma situação advinda das dificuldades da ignorância sobre ser branco e ser negro.” Mas ele garante que não existem problemas de racismo na instituição que dirige, com 1,5 mil alunos, basicamente do ensino médio.  

    Entre os 204 funcionários do Gisno, apenas três são negros: Marth, outro professor e a porteira. A baixa representação perpassa todo o sistema educacional. O diretor diz que essa situação só vai mudar por meio da educação. Em sua escola, ele trabalha a questão da igualdade. A negritude é abordada somente em maio – data da Abolição da Escravatura – e em novembro, mês da Consciência Negra.

    Embora seu pai, avô e tias também fossem professores, Marth observa que foi uma criança pobre, que viveu no gueto e fazia seus próprios brinquedos. Perdeu os pais muito cedo e foi criado pelos avós.  

    Diz ter consciência de ser negro desde os oito anos. Estudioso, passou em primeiro lugar para história na faculdade Upis, foi aluno de Dulcina de Moraes [1908-1996] e também foi aprovado em terceiro lugar para advocacia pela faculdade UDF, mas optou pela área educacional. Mesmo assim, era sempre o “negrinho” que rompia as correntes nas peças de teatro.

    Marth afirma existir discriminação dentro da própria raça. “Sempre namorei mulheres brancas”, diz. “Quando tentei namorar uma negra, ela disse que preferia branco.” O professor, que acabou se casando com uma negra, foi eleito diretor do Gisno com 98% dos votos da comunidade escolar.  

    Assessoria de Comunicação Social

  • O diretor-geral José Vicente apresentou a Faculdade Zumbi dos Palmares como “centro de referência nas temáticas étnicas e raciais” (Foto: Isabelle Araújo/MEC) Igualdade racial e oportunidade para jovens negros foram os temas discutidos pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, e o diretor-geral da Faculdade Zumbi dos Palmares, José Vicente, nesta sexta-feira, 3, em Brasília.

    José Vicente destacou o pioneirismo da Faculdade Zumbi dos Palmares como instituição voltada para a formação para a diversidade étnica racial. “A Zumbi dos Palmares pode ser um centro de referência nas temáticas étnicas raciais e da academia do lado de fora do governo”, disse. “Como uma experiência da sociedade civil, a Zumbi tem oferecido protagonismo ao jovem negro, abrindo um espaço de oportunidades”, concluiu.

    Fundada em 2000, a faculdade já formou 3 mil estudantes e ajudou a colocação de mais de 700 deles em grandes empresas da iniciativa privada. Atualmente tem 1,5 mil estudantes matriculados, dos quais 80% se declaram negros, e 40% do corpo discente formado por mestres e doutores negros.

    A Faculdade Zumbi dos Palmares tem caráter comunitário e sem fins lucrativos e atua na inclusão e formação qualificada de profissionais comprometidos com os valores da ética, dignidade da pessoa humana e diversidade étnica racial.

    Ao diretor, Mendonça reafirmou o compromisso do Ministério da Educação com a igualdade de oportunidades para todos os brasileiros.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Para lembrar o Dia Nacional da Denúncia contra o Racismo, 13 de maio, o Ministério da Educação realizou evento no auditório do ministério, coordenado pela Comissão de Servidores pela Igualdade Racial.

    No ato, que contou com a participação da presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Malvina Tuttman, da coordenadora da comissão, Jacira da Silva, e de representantes das secretarias de Educação Básica (SEB) e de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), foram apresentadas propostas para reforço das políticas afirmativas dentro do ministério.

    Entre as propostas estão a realização de um censo étnico racial no MEC, a promoção de uma semana para consciência negra, além de concursos de poesia, contos, fotografia e monografia sobre a educação dos negros no Brasil.

    A Comissão de Servidores para Igualdade Racial foi instituída pela portaria nº737 de 2005 e trabalha no planejamento e execução de atividades relacionadas às datas comemorativas e eventos que proporcionem conhecimento da cultura afrobrasileira.

    Diego Rocha

  • Ao lado da ministra Luiza Bairros, Paim destacou a importância das políticas afirmativas na área educacional: “Pela educação é que podemos mudar este país e inverter essa situação de desigualdade” (foto: João Neto/MEC) O ministro da Educação, Henrique Paim, disse nesta quarta-feira, 10, que somente pela educação será possível promover mudanças no país e inverter a situação de desigualdade. Ao lado da ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, Paim participou da abertura do 1º Simpósio de Avaliação da Lei de Cotas.

    Os resultados qualitativos e quantitativos da aplicação da Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, estão em debate no simpósio, que se estenderá até a tarde de quinta-feira, 11, no Ministério da Educação, em Brasília.

    O ministro destacou a política afirmativa na área educacional como uma necessidade para o país. “Pela educação é que podemos mudar este país e inverter essa situação de desigualdade”, disse. “A desigualdade educacional deve ser combatida.” Paim reconheceu que existe no país uma dívida educacional. “Não implica um atendimento diferenciado para quem tem o registro da desigualdade, mas garantir o acesso nas mesmas condições daqueles que não passam por esse processo.”

    De acordo com o ministro, essa dívida precisa ser combatida com ações afirmativas. “O Plano Nacional de Educação estabelece metas de acesso à educação superior, de equidade e qualidade”, disse. “Essas metas são acompanhadas pela determinação, em lei, da destinação de 75% dos royalties do petróleo e 50% dos recursos do fundo social do pré-sal para a educação.”

    Para a ministra Luiza Bairros, o simpósio representa uma oportunidade de avaliar o alcance da política afirmativa nas possibilidades de inclusão e democratização do acesso à educação superior no Brasil por estudante de escola pública, negros e indígenas. “Procuramos fazer das ações afirmativas um instrumento de política pública capaz de provocar as mudanças”, disse.

    Reserva— A Lei de Cotas trata da reserva de vagas em universidades federais e em instituições federais de ensino técnico e profissionalizante. Ela estabelece que no mínimo 50% das vagas nessas instituições serão destinadas a estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio na rede pública, com implementação progressiva no prazo de quatro anos, 25% a cada ano. Determina ainda que no mínimo 50% das vagas do ensino médio técnico federal destinam-se a estudantes que cursaram integralmente o ensino fundamental na rede pública, também com implementação progressiva no prazo de quatro anos, 25% a cada ano. Por fim, as vagas reservadas serão preenchidas, por curso e turno, no mínimo na proporção de pretos, pardos e indígenas do último censo demográfico.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Movimento teve audiência com o ministro na tarde desta quinta-feira (Foto: Isabelle Araújo/MEC) Manter e ampliar a política de cotas nas universidades e fortalecer a lei nº 10.639, que promove o ensino da história e cultura afro-brasileira na educação básica. Foram essas as duas principais pautas do encontro entre o ministro da educação, Mendonça Filho, e representantes do movimento negro de cinco partidos da base aliada do governo interino. A reunião aconteceu na noite desta quinta-feira, 2, na sede do Ministério da Educação (MEC).

    Com a presença da nova gestora da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), Ivana de Siqueira, os integrantes da chamada Coalizão Racial manifestaram apoio ao ministro e apresentaram uma extensa pauta visando à melhoria das públicas de promoção da igualdade racial na área da educação.

    Formada por representantes do movimento negro dos partidos Democratas, PPS, PP, PSB e PSDB, a Coalizão pediu, entre outras coisas, a manutenção do Programa Universidade para Todos (ProUni), lembrando que grande parte dos beneficiados é negra. Outro ponto abordado com Mendonça Filho tratou da ampliação das cotas universitárias para as pós-graduações. Mas a real aplicação da lei 10.639, importante instrumento de promoção da igualdade racial no País, foi a principal reivindicação dos representantes.

    “Nós acreditamos que venceremos o racismo através da educação, por isso nós precisamos que esses canais sejam fortalecidos e ampliados. Especialmente a lei 10.639 que é realmente onde a gente consegue mudar a mente que ainda é racista”, disse Juvenal Araújo, presidente nacional do “Tucanafro Brasil”. “É na escola que a gente acredita que, contando a real história do negro no Brasil, a gente pode diminuir e quem sabe acabar com o racismo no Brasil”, reforçou.

    O ministro da educação, Mendonça Filho, reafirmou o compromisso com a promoção da igualdade racial e lembrou que o canal de diálogo com o movimento negro será sempre “aberto, democrático e plural”. “A educação é o caminho correto para que a gente possa possibilitar a equidade social, quando também se gera oportunidade pra todos. E os negros têm de ter oportunidade, através da educação, de crescer na vida, de chegar a uma universidade e de ter igualdade de oportunidades dentro da realidade brasileira”, afirmou Mendonça.

    Secretária - Com passagem pela Secretaria de Educação Especial do próprio MEC e com a experiência de vice-presidente em dois mandatos do Conselho dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Ivana de Siqueira é a escolhida para estar à frente da Secadi. Segundo ela, que ainda será nomeada oficialmente mas já está acompanhando os trabalhos no ministério, “o nosso país já tem um arcabouço legal bem amplo” para a garantia de direitos.

    “O que nós precisamos é, como foi posto na pauta de hoje, colocar em prática todos esses direitos, toda essa legislação que existe e, muito mais do que isso, fazer com que as pessoas entendam que a nossa sociedade é plural e que essas pessoas fazem parte dessa sociedade”, sublinhou Ivana.

    As demandas apresentadas pela Coalizão Racial serão analisadas pela nova secretária da Secadi para posterior apreciação junto ao ministro Mendonça Filho.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Instituições de ensino superior têm um novo prazo, até 30 de outubro, para inscrever projetos de pesquisa sobre igualdade racial, combate ao racismo, valorização da cultura e das línguas indígenas, acessibilidade, inclusão.

    A Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) vai selecionar até 50 propostas que visam estruturar, fortalecer e internacionalizar programas de pesquisa e pós-graduação e aumentar o intercâmbio acadêmico entre instituições brasileiras e estrangeiras. Os procedimentos estão definidos no Edital nº 2/2014.

    Todas as áreas do conhecimento podem concorrer, mas têm preferência na seleção propostas de promoção da igualdade racial, combate ao racismo, estudo e valorização das especificidades socioculturais e linguísticas dos povos indígenas, acessibilidade e inclusão, difusão do conhecimento da história e cultura afro-brasileira e indígena.

    Cada projeto selecionado receberá R$ 2,8 milhões, será contemplado com 14 bolsas de mobilidade internacional, sendo dez bolsas de graduação-sanduíche, com duração de um a 12 meses, e quatro bolsas de doutorado-sanduíche, com duração de quatro a 12 meses. As atividades nas instituições terão início em 2015 com prazo de dois anos, podendo ter um ano de acréscimo.

    Ionice Lorenzoni

    O Edital nº 2/2014 retificado, da Secadi, foi publicado nesta quinta-feira, 18, no Diário Oficial da União, seção 3, página 57

    Confira o hotsite do Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento

  • Material apresentado pelo Unicef:

     


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