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  • Interessada em mudar o cenário da falta de interesse dos estudantes pelos textos literários trabalhados nos livros didáticos, a professora Márcia Timidati Raimundo, de Diamantino, Mato Grosso, desenvolve, desde 2004, o projeto Jornal da Turma. A proposta da professora da Escola Estadual Irmã Lucinda Facchini é a construção de uma ponte entre aluno e professor capaz de fornecer instrumentos para que os jovens percebam a leitura como uma necessidade e um prazer.

    “Ler é uma atividade que exige habilidade de fazer perguntas a um texto, buscar respostas e saber onde encontrá-las. Nesse contexto, ler seria dialogar com o texto, no sentido mais amplo possível”, diz Márcia, que leciona língua portuguesa a alunos do nono ano do ensino fundamental (oitava série). Na visão da professora, a produção de um jornal pode levar os alunos a desenvolver não só o intelecto, mas a competência e as habilidades necessárias em situações que envolvam a linguagem verbal. Ela acredita ainda que a atividade contribui para capacitar os estudantes a produzir e interpretar diferentes textos.

    O projeto de montagem, criação e edição do jornal é desenvolvido de agosto a outubro. Depois de pronto, ele fica exposto em painéis para ser visto e lido por todos na escola e pelos familiares dos alunos. A publicação tem várias seções, como notícias culturais e esportivas, curiosidades, moda, culinária e editorial. “Esperado e aguardado por todos, o jornal já é tradição na escola”, destaca Márcia. Para ela, essa é uma forma diferente de se produzir leitura, que usa a criatividade e desenvolve o senso critico e a cidadania. Um dos resultados alcançados é a mudança de comportamento dos alunos nas aulas de língua portuguesa. “Principalmente, quanto ao interesse e participação”, esclarece.

    Com graduação em pedagogia e em letras anglo-portuguesas e especialização em psicopedagogia e no método Montessori-Lubienska, Márcia desenvolve outras atividades relacionadas à leitura, como elaboração de diálogos e participação em grupos de produção de texto, nos quais os alunos cantam, fazem mímica e dramatizações. Os estudantes também leem os blogues da escola e da professora e publicam atividades no facebook.

    Segundo Márcia, que está no magistério há 24 anos, o trabalho nunca acaba e vai sempre se repetindo. “Corrigem-se as falhas, cria-se um novo formato, mexe-se aqui e ali, e vamos sempre em busca do aprendizado, o nosso e o de nossos alunos.”

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor e nos blogues da Escola Irmã Lucinda Facchini e da professora Márcia Raimundo

  • Afixado em paredes da escola, o jornal ajuda os estudantes a conhecer diversas formas de linguagem e a aprimorar o vocabulário (foto: arquivo do CE Parque dos Buritis)O desenvolvimento de competências e habilidades em língua portuguesa, matemática e outras disciplinas a partir da leitura de um periódico foi a opção do Colégio Estadual Parque dos Buritis, em Goiânia, no Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI). O projeto Jornal no Mural contribuiu para o aperfeiçoamento da leitura, interpretação e produção de textos. Também permitiu aos estudantes conhecer diversas formas de linguagem e aprimorar o vocabulário.

    “O jornal local de maior circulação em nosso estado é afixado nas paredes das salas de aula diariamente”, diz a professora Aline Souza de Camargo, coordenadora do Programa Ensino Médio Inovador – Projeto Jovem do Futuro (PJF). “Assim, os alunos têm acesso a ele nos períodos de intervalo ou quando um professor propõe seu uso na sala de aula”, explica.

    Professora de química e ciências da rede pública de Goiás há dez anos, Aline tem licenciatura em química e mestrado em ensino de ciências na área de química. Ela exerce também as funções de coordenadora pedagógica e de orientadora do Pacto para o Fortalecimento do Ensino Médio.

    Professores de todas as disciplinas adotam a leitura do jornal, cada um de acordo com o contexto do conteúdo curricular. Professora de língua portuguesa, Maria de Lourdes da Silva, aproveita para orientar os estudantes a ler manchetes e notícias de maneira crítica. Para ela, a leitura de um jornal contribui para a ampliação do vocabulário dos estudantes. Com graduação em letras, Maria de Lourdes está no magistério há 22 anos.

    Debate — A professora de história e de sociologia Divina Maria de Souza procura, no jornal, notícias de interesse dos jovens ou assuntos de repercussão local, nacional ou internacional. Depois, em sala de aula, promove debates a fim de desenvolver opiniões e argumentações. “Em seguida, procuro incentivar os alunos a produzir e expor textos nos murais da escola”, revela.

    De acordo com Divina, o projeto resulta em benefícios. “Estimulando a leitura, temos jovens conscientes e capazes de se tornarem sujeitos de sua história e de seu aprendizado, de desenvolver a capacidade de se expressar oralmente, de conhecer direitos e deveres, de exigir mais dos órgãos competentes nos grupos sociais em que estão inseridos”, ressalta. Outra contribuição valiosa, segundo a professora, tem sido o desenvolvimento da escrita. “A cada debate de um tema gerador segue-se uma produção textual”, diz. “Observamos não apenas a ortografia, mas também a capacidade criativa do aluno ao dissertar sobre diversos assuntos.”

    Divina tem observado uma boa aceitação dos alunos. “Saímos da rotina e trazemos para a sala algo inovador, que é a leitura dos assuntos do cotidiano, de interesse deles mesmos”, salienta. Ela reconhece que nem sempre os estudantes entendem esses mesmos temas quando apresentados pelos telejornais. Então, ela complementa as informações com dados do contexto histórico. “É muito mais interessante do que uma aula expositiva”, justifica. Há 26 anos no magistério, Divina tem licenciatura em história e pós-graduação em história regional, local e nacional e em métodos e técnicas de educação superior.

    O Colégio Parque dos Buritis deu início às atividades do ensino médio inovador em 2012. Além do projeto Jornal no Mural, o diretor da unidade, Roberto Bernardes da Silva, cita a realização de projetos de monitoria, acompanhamento de alunos com dificuldades de aprendizagem, futsal e passeios educativos a cidades históricas. “Toda atividade que leva a instituição a sair da rotina é bem vista pela comunidade escolar”, afirma. “Por meio dessas ações, despertamos a cidadania, trabalhamos a socialização e fortalecemos o processo ensino-aprendizagem.”

    Com graduação em filosofia e pós-graduação em educação ambiental, Roberto Silva atua no magistério há 22 anos.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor

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