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  • Os alunos da Escola Eladir Skibinski, de Joinville, têm aulas sobre educação financeira e os resultados são visíveis no dia a dia (Foto: Divulgação)Professora da Escola Municipal Eladir Skibinski, em Joinville, no nordeste catarinense, Carlas Pawluk classifica como um presente a oportunidade que teve de participar do projeto-piloto sobre educação financeira realizado em 2015 em 47 escolas da rede de ensino do município. “Possibilitar que os alunos recebam conhecimentos sobre educação financeira é despertar neles uma consciência crítica em relação ao consumismo e à sustentabilidade, à arrecadação de impostos e à justa aplicação dos recursos públicos para a melhoria da vida em comunidade”, ressalta Carlas.

    A professora participou do piloto com uma turma de quinto ano do ensino fundamental. O trabalho, intitulado Matemática X Sustentabilidade: uma Conta que Dá Certo, baseou-se nas disciplinas de matemática, língua portuguesa e história. “Foi um projeto pedagógico interdisciplinar, tangenciando o tema transversal de ética e cidadania”, diz.

    Carlas usou o material posto à disposição pelo Programa de Educação Financeira nas Escolas – vídeo e livro. “As atividades iam sendo aplicadas a cada etapa da leitura e elaboradas de acordo com a realidade e cotidiano dos alunos”, explica.

    Segundo a professora, o projeto despertou o interesse dos estudantes e proporcionou muitos benefícios. “Eles puderam ser observados nas rodas de conversa, na realização das atividades propostas, na participação ativa nas pesquisas, no interesse pela arrecadação de notas e cupons fiscais e na proposta de ações que vieram a enriquecer o desenvolvimento do projeto”, revela. “São benefícios que trouxeram e trarão mudanças nas ações do dia a dia para uma vida financeira saudável e equilibrada.”

    Carlas tem graduação em curso normal superior e pós-graduação em séries iniciais, educação infantil e gestão escolar.

    Reflexão — Para a pedagoga Elhoni Salléte Fernandes, diretora da Escola Municipal Amador Aguiar, na mesma cidade, a reavaliação de objetivos pessoais, a valorização de pequenas quantias em dinheiro, mais reflexão e planejamento em longo prazo foram alguns dos principais benefícios verificados entre os estudantes após a realização do projeto-piloto. “É muito importante contribuir para que os alunos recebam conhecimentos sobre educação financeira”, analisa a diretora. “Isso possibilita que eles aprendam a utilizar adequadamente suas finanças desde os anos iniciais e compartilhem seus conhecimentos com a família e os adultos com os quais convivem, contribuindo para uma vivência cidadã mais consciente.”

    No magistério desde 1988 e na direção desde 2013, Elhoni tem especialização em educação infantil.

    De acordo com a coordenadora do programa de educação financeira na Secretaria de Educação de Joinville, Andreza Faria Malewschik, em 2016 serão atendidas as 83 escolas de ensino fundamental da rede municipal de ensino.

    “O projeto-piloto beneficiou e muito a compreensão de vários aspectos financeiros”, salienta Andreza. Como exemplo, ela cita os cuidados com os gastos domésticos, a responsabilidade para com o cuidado e manutenção da escola, a compreensão dos conceitos de repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar, além de um aprendizado sobre a tomada de decisões corretas quanto a desejo ou necessidade.

    Com licenciatura plena em matemática, pós-graduação em metodologia do ensino de matemática e mestrado em educação, Andreza também coordena as atividades do Grupo de Educação Fiscal na rede municipal de ensino.

    Fátima Schenini

  • Um projeto informatizado possibilita o rápido aprendizado de xadrez em uma escola do Distrito Federal. O Xadrez na Escola foi desenvolvido pelos professores David Rocha e Maria Aparecida Schio, que há 16 anos integram a rede pública de ensino do DF.

    O projeto pode ser usado tanto em sala de informática quanto em um aparelho comum de DVD ou em projetor multimeios (datashow). Com efeitos de animação, ensina todas as etapas do jogo, desde o nome das peças, sua posição e movimentos no tabuleiro, até regras de captura e xeque-mate.

    Natural do Amazonas, David Rocha, professor de história, desenvolve o projeto na Escola-Classe 7, de Planaltina. Professora de língua portuguesa, Maria Aparecida, do Rio Grande do Sul, exerce a função de coordenadora no Centro de Ensino Várzeas, na área rural de Planaltina.

    De acordo com os autores, o xadrez impulsiona a imaginação e contribui para desenvolver a memória, a capacidade de concentração e a velocidade de raciocínio. Eles destacam que o xadrez desempenha um importante papel socializante, pois ensina a conviver com a derrota e com a vitória.

    O Xadrez na Escola está disponível on-line, gratuitamente.

    Fátima Schenini

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  • O projeto Recreio Criativo mudou positivamente o comportamento dos estudantes, ao aliar momentos de alegria com respeito e responsabilidadeO desejo de fazer com que os alunos parassem de correr na hora do recreio, aprendessem a respeitar os colegas e a brincar de maneira educativa e cultural levou uma professora do interior de Goiás a implantar o projeto Recreio Criativo. Executado no segundo semestre de 2009, sempre às sextas-feiras, o projeto provocou mudanças positivas no comportamento dos alunos, ao aliar momentos de alegria, prazer e diversão com respeito e responsabilidade.

    “Meu objetivo era fazer com que as crianças valorizassem o recreio como um momento de lazer e não de correria, brigas, indisciplina e desrespeito, onde ninguém tinha sossego”, lembra a professora Simone Divina da Rocha, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Clodoveu Leão de Almeida, no município de Rio Verde (GO).” E a mudança foi extraordinária, como um passe de mágica.”

    Com esse projeto, ela quis valorizar os talentos artísticos, resgatar antigas brincadeiras e inseri-las no cotidiano das crianças, além de oferecer aos estudantes momentos de lazer. Outro objetivo foi o de despertar nos alunos o interesse pela cultura e o respeito ao próximo. Formada em pedagogia, com pós-graduação em metodologia de história e geografia, Simone tem 13 anos de magistério, 11 dos quais na zona rural. Ela dava aulas, no ano passado, para alunos do quarto ano do ensino fundamental, pela manhã, e para alunos da educação infantil, no período da tarde.

    Em sua avaliação, o projeto superou as expectativas. A participação dos estudantes, no decorrer das atividades propostas, foi muito produtiva. “Não esperava que fosse despertar tanto interesse nos alunos”, salienta. Ela conta que quando começou a executar o projeto houve muita euforia. Pensou, então, que tudo não passava de empolgação com a novidade e que logo passaria. “Foi engano meu, pois foi aí que o projeto deslanchou, envolvendo todos na escola: alunos, professores, funcionários e pais.”

    Simone explica que cada sexta-feira era um momento diferente, com atividades variadas, que incluíram desfile de fantasias e brincadeiras diversas. Para participar do projeto era necessário obedecer a algumas regras: ter bom comportamento na sala de aula, fazer todas as tarefas e não brigar. “Adivinha quem participava? Todos”, destaca a professora. “Quando anunciei que seria o último, foi aquele silêncio. Ah, não, tia...”

    A professora tem novos planos para 2010, que incluem o ensino da linguagem de sinais (Libras) às crianças, “para que elas cresçam aprendendo a respeitar as diferenças existentes em nosso meio”. Mesmo assim, ela não afasta a possibilidade de prosseguir com o projeto Recreio Criativo, de forma inovadora, com novas criatividades, mas com os mesmos objetivos.

    Fátima Schenini

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  • Alunos da professora Crisliane Patrícia trabalham com computadores. (Foto: Arquivo pessoal)Já se passaram dois anos, mas os antigos alunos da professora Crisliane Patrícia da Silva, de Naviraí, no Mato Grosso do Sul, ainda se lembram da ocasião em que aprenderam sobre a romântica comemoração do Dia dos Namorados. O Valentine’s Day, como é conhecida esta celebração nos Estados Unidos, foi o ponto de partida utilizado pela professora em um projeto onde ela não só ensinou palavras e expressões em inglês como ainda mostrou aos estudantes como montar apresentações utilizando aplicativos como o windows movie maker ou o power point.

    O projeto Valentine’s Day foi desenvolvido há dois anos, na Escola Presidente Médici, onde ela trabalhava na ocasião, com alunos do nono ano do fundamental e do ensino médio. “O resultado foi maravilhoso. Os alunos participaram com muita vontade e puderam expressar seus sentimentos de várias formas”, enfatiza a professora, que trabalhou questões relacionadas à amizade e ao amor.

    Em sua opinião, foi um dos trabalhos mais interessantes que já planejou e seu maior sucesso foi a liberação para os alunos utilizarem os sites de relacionamentos, costumeiramente proibidos durante as aulas: “Neste eles puderam entrar e postar seus recados e mensagens.”

    Formada em letras, com pós-graduação em língua inglesa, Patrícia leciona inglês desde 2000, quando concluiu sua graduação. Ela trabalha, atualmente, nas escolas Eurico Gaspar Dutra e Juscelino Kubitschek, e diz que sua maior dificuldade é a falta de material. “Vivo pesquisando sugestões de atividades diferenciadas em livros ou em sites especializados em educação”, explica. Ela destaca que essa foi a sua motivação ao desenvolver não só o conteúdo sobre o Valentine’s Day como os demais que estão postados no Portal do Professor.

    A professora considera que a união de conteúdos considerados “chatos” com os recursos tecnológicos disponíveis é a atitude que mais dá certo. Em sua opinião, os alunos participam mais quando o professor inova em uma aula expositiva, utilizando, por exemplo, um data show ou fazendo um trabalho com câmeras digitais, em que os alunos devem registrar, em inglês, momentos de seu cotidiano, utilizando os tempos verbais já trabalhados em aula. “Acredito que essa tecnologia veio somar com a educação. Só é preciso ter coragem para tentar mudar”, analisa.

    Realidade– A preocupação de Danilo Duarte Costa, de Belo Horizonte, é oferecer aos estudantes conteúdos diferentes e criativos. “Acredito que o papel do professor é motivar os alunos e, para isso, é preciso que as aulas sejam estimulantes e dinâmicas”, acentua. Ele entende como fundamental que as aulas atendam – ou, ao menos, se aproximem – da realidade em que se inserem os alunos: “A aula deve fazer sentido para eles e não se tornar somente um amontoado de informações a serem decoradas”, justifica o professor, que trabalha no Centro de Extensão (Cenex) da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), desde 2008.

    Ele dá aulas de inglês em cursos de idiomas desde 2002, mas ainda não leciona em escolas regulares, pois somente no final deste ano concluirá a licenciatura em letras. Em 2009, Danilo Costa participou, como monitor, de um projeto de extensão da UFMG – o Educação Continuada de Professores de Língua Estrangeira (Educonle).

    “Essa participação me ajudou bastante, como fator norteador para as aulas que elaboro para o Portal do Professor,”assinala. Segundo ele, o fato de todos os professores que participam do Educonle lecionarem em escolas públicas possibilitou que entendesse melhor quem eram os alunos, bem como suas necessidades.

    Fátima Schenini

    Acesse as aulas da professora Patrícia e do professor Danilo no Portal do Professor

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  • As crianças da escola de Santa Maria (DF) vivenciam o processo de cultivo, desde o plantio até o consumo (Foto: Arquivo da escola) Na cidade de Santa Maria, a 26 quilômetros de Brasília, no Distrito Federal, a professora Tânia Maria da Silva Nogueira desenvolve, há quatro anos, o projeto Semeando e Crescendo Juntos. Com essa atividade, que realiza com alunos da educação infantil do Centro de Atenção Integral à Criança (Caic), a professora quer que os alunos vivenciem todo o processo de cultivo em uma horta, desde o preparo da terra até o consumo das hortaliças.

    Segundo Tânia Maria, os alunos demonstram muito interesse pelas atividades na horta. Ela acredita que o período dedicado a esse trabalho é uma hora de influência mútua do grupo, em que todos se ajudam e atuam juntos. “Como são alunos da educação infantil, há necessidade de um acompanhamento que intercale monitoramento intensivo com liberdade”, ressalta.

    A intenção é que os alunos se sintam autônomos e possam construir conceitos e elaborar interações que levem a uma aprendizagem significativa. Conceitos como dentro-fora, grande-pequeno, cheio-vazio, bem como diferentes texturas e cores, são alguns dos conhecimentos trabalhados em sala de aula e vivenciados na horta.

    Tânia Maria explica que só depois de trabalhar o tema alimentação saudável na sala de aula é que começa a delinear, com os estudantes, quais produtos serão plantados. Como algumas hortaliças dependem da estação do ano e possuem épocas próprias para semeadura, geralmente começam pelo plantio de couve, cebolinha, coentro, pimentão e tomate.

    Na época da colheita, os alunos levam uma parte do produto para casa e o restante é utilizado para o enriquecimento da merenda da escola. “É extremamente gratificante perceber a felicidade no rosto do aluno, quando a mãe vem buscá-lo e ele a recebe com um produto que foi cultivado por ele e sua turma”, destaca a professora.

    Para Tânia Maria, o trabalho conjunto tem sido fundamental para o sucesso do projeto, desenvolvido também pelas professoras Evelin dos Santos, Ivanilde de Magalhães, Joelma de Oliveira, Maria Cela de Brito, Maria do Rosário Mendes e Roseane Cavalcante. O apoio de professores, gestores, pais de alunos, vigilantes, da porteira e do responsável pela merenda escolar se manifesta de diversas maneiras, que incluem desde a aquisição de sementes e adubo orgânico até a rega da horta nos finais de semana e feriados. “Juntos, formamos uma equipe. Isso é o essencial”, avalia.

    Experiência– A conhecida experiência realizada nas escolas, em que um grão de feijão é colocado em um algodão molhado para que a criança possa acompanhar sua germinação, foi feita de forma diferente pela professora Tânia Maria, nas aulas de ciências. Os feijões foram plantados num cantinho da horta e os alunos puderam observar não apenas o processo de germinação como ainda o crescimento da planta, o amadurecimento da vagem e a mudança nas cores até que possa ser consumido. Nas aulas de português, a professora trabalhou a história João e o pé de feijão, conto de fadas de origem inglesa, com direito à dramatização.

    Tânia Maria, que atua como coordenadora do projeto Educação Integral, voltado ao atendimento de alunos em atividades diversificadas, acredita que no contraturno da aula a criança tende a levar para fora da escola aquilo que aprende. Por essa razão, preocupa-se em proporcionar aos alunos, desde cedo, a vivência de experiências que provavelmente carregarão pela vida toda.

    Pedagoga com habilitação nas séries iniciais, orientação educacional e supervisão escolar, ela é pós-graduada em educação especial e inclusiva. Cursa, atualmente, pós-graduação em coordenação pedagógica na Universidade de Brasília.

    Fátima Schenini

  • Ao assumir a direção da Escola Aurora Pedroso de Camargo, em Dourados, no Mato Grosso do Sul, em janeiro de 2009, a professora Denize de Moura Martins colocou em prática seus planos para aperfeiçoar a instituição. Embora estivessem no período de férias, ela e um grupo de pais trabalharam muito, durante cerca de um mês, pintando salas, arrumando o jardim e construindo rampas de acesso.

    Quando as aulas recomeçaram foi uma surpresa: a escola estava renovada. “Que transformação! Os alunos gostaram, os pais amaram e os professores se apaixonaram”, conta Denize. Segundo ela, que é pedagoga e se dedica ao magistério desde 1993, os professores, antes desanimados com o comportamento dos alunos e a falta de material, ficaram entusiasmados com a mudança ocorrida. Todos decidiram, então, que as melhorias na escola deveriam ter continuidade. Os recursos para isso são obtidos com a realização de festas beneficentes.

    “Estamos transformando a escola a cada dia”, diz Denize, que vinha exercendo a coordenação pedagógica da Escola Aurora, desde o ano 2000, período em que aproveitou para identificar as mudanças mais necessárias. Quando ela assumiu, a escola tinha 650 alunos da educação infantil e ensino fundamental. Atualmente são 725 matriculados. “Só de escolas particulares vieram 25 estudantes, em 2010. Foi uma demanda muito grande”, salienta Denize, para quem “o que se faz, é preciso fazer bem feito e com amor”.

    De acordo com a professora Márcia Sueli Figueiredo, do quarto ano do ensino fundamental, pós-graduada em psicopedagogia, as melhorias ocorridas na escola, tanto físicas quanto pedagógicas, provocaram um aumento no rendimento escolar. “Hoje temos alunos interessados, participativos, comprometidos com os estudos e assíduos. As estatística confirmam esse crescimento”, salienta Márcia, que trabalha há 23 anos no magistério e há 21 anos nessa escola.

    Em 2008, a taxa de aprovação entre alunos do primeiro ao quinto ano foi de 70%, e entre os do sexto ao nono ano, de 52,5%. Em 2009, o percentual de aprovados entre o alunado do primeiro ao quinto ano chegou a 77,83%; entre os estudantes do sexto ao nono ano atingiu o total de 82,51%.

    “Observou–se também um grande entusiasmo dos alunos em participar das atividades propostas pela escola, na conservação dos bens físicos, na disciplina e, principalmente, na demonstração de orgulho de serem apontados como alunos da Escola Aurora”, destaca Marcia. Em sua opinião, entre as principais mudanças pedagógicas ocorridas na Escola Aurora estão: os projetos de leitura e música; implantação da horta, que complementa a merenda escolar; cursos de capacitação para os professores; reforma da biblioteca existente, com espaço físico para a educação infantil, e parcerias com universidades.

    Todos pela Escola – Quanto ao aspecto físico, Márcia cita, como principais aprimoramentos, a reforma da escola, com pintura e construção de calçadas; a criação de duas novas salas de aulas, reaproveitando espaços ociosos; a construção de um bicicletário com área específica e protegida; a revitalização da parte visual, com ajardinamento, cascata com peixes; além de estacionamento privativo para professores e funcionários.

    “Os Amigos da Escola trabalharam muito durante as reformas e ainda continuam trabalhando. A Escola Aurora hoje trabalha em equipe: todos pela escola”, salienta.
    Para a professora Reassilva Stein Quast, que dá aulas do sexto ao nono ano do fundamental, os alunos estão mais participativos, receptivos e calmos. “Por ter diminuído a indisciplina, o aproveitamento dos alunos durante as aulas é maior, o que repercute em melhor aprendizado e pode ser observado por meio das notas”, diz Reassilva, que é formada em história, com especialização em história do Brasil e está no magistério há 12 anos, cinco dos quais nessa instituição.

    Na opinião da professora Rosana Sandri Frantz, de educação artística, que leciona do segundo ao nono ano, as mudanças realizadas nas dependências físicas da escola foram muito significativas e proporcionaram aos alunos maior motivação. “Ser aluno do Aurora, hoje, implica também ter direitos e obrigações e querer não parar de crescer”, acredita Rosana, que tem especialização em história da arte e está há 20 anos no magistério, sete deles no Aurora.

    Fátima Schenini

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  • Professor de geografia no ensino básico do Colégio Objetivo, em São Paulo, José Rigoni Júnior, 27 anos, acredita que a didática, a compreensão, a capacidade de se expressar oralmente e explicar o conteúdo para o aluno são pontos muito mais importantes para o professor do que a capacidade de escrever na lousa.


    Disléxico, Rigoni tem dificuldade com a fonética – “a escrita na lousa ainda é um desafio” –, mas diz que isso não lhe traz problemas para lidar com as turmas. “Quando um erro ortográfico aparece e vira até motivo de risadas, explico minha dificuldade. Os alunos entendem. Eles são muito abertos à mudança e têm capacidade de absorver esses conceitos e lidar com essas pseudo-dificuldades muito bem”, acredita.


    Professor há seis anos, Rigoni conta que já sofreu preconceito e chegou até a ser demitido de uma escola, por causa da dislexia. Quando estudante, também sentiu reações preconceituosas: “Nunca de colegas, sempre de professores, que não sabiam que meu problema não era falta de empenho e sim uma patologia que dificulta a fixação do aprendizado da leitura e da escrita.”


    Segundo Rigoni, a sociedade acadêmica deve ensinar os alunos disléxicos com uma postura diferente, com mecanismos que possam ajudá-lo, ao invés de recriminá-lo pelo mau desempenho na leitura e na escrita. Em sua opinião, é preciso propor ao aluno novas maneiras de mostrar suas aptidões, que não o deixem circunscrito à forma de linguagem em que tem mais dificuldade. “Não adianta pedir para o estudante escrever um texto ou ler e explicar um livro se ele tem exatamente essa dificuldade. Isso é avaliar pela dificuldade”, argumenta.


    Rigoni diz que foi difícil concluir o curso superior, em função da própria instituição acadêmica, ainda muito fechada à mudança. “Estou com problemas até hoje para comprovar algumas coisas de avaliações, que foram oralizadas”, conta o professor, que atua ainda como pesquisador na Universidade de São Paulo (USP), na área de clima. Ele conta que já teve vários alunos com dislexia e diz que a experiência foi muito boa. “A figura espelhada do professor e o fato de o aluno saber que o professor apresenta os mesmos distúrbios que ele dá um ânimo muito legal aos alunos. Mostra que a condição de vitória acadêmica pode acontecer para qualquer um”, observa.


    “Minha dica para alunos disléxicos é: estudem ao máximo e saibam que existem outras maneiras de aprender: não é só a apostila, não é só o livro. A TV, a internet, a discussão com o professor também são importantes e prestar atenção na oralidade do professor é fundamental”, destaca. Mas para ele, a principal sugestão deve ser dada aos professores, porque os alunos disléxicos, mesmo que não tenham sido diagnosticados, sabem que têm dificuldades e vão tentar se ajudar, mas os professores não sabem disso e acabam repassando o mau desempenho dos alunos para os próprios alunos.


    Avaliação – “Quem tem que ajudar o aluno no processo escolar são os professores. Devem observar o aluno, suas dificuldades e deficiências e propor a ele uma avaliação, que possa indicar se apresenta tal distúrbio ou não,” enfatiza. Ele próprio só descobriu que tinha dislexia por volta dos 18 anos, por meio de um professor. “Eu fazia letras e tinha um desempenho oralizado muito bom na sala de aula. Como fiquei com nota um na primeira prova, o professor veio saber o que estava acontecendo, surpreso com os erros encontrados na escrita”, relembra. Foi então que o professor sugeriu a Rigoni que fizesse uma avaliação para saber o diagnóstico do problema.

    Fátima Schenini


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