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  • O mestrado profissional ajuda o professor da educação básica a abandonar as aulas tradicionais de física, baseadas em fórmulas que desagradam os estudantes, e a adotar métodos inovadores (foto: produto.mercadolivre.com.br)Os 360 professores de física selecionados para o primeiro programa de Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física (Mnpef) terão a oportunidade de conhecer, aprender e praticar novas formas de ensinar e de motivar os estudantes a gostar da disciplina. É isso que diz a professora Eliane Veit, do Departamento de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ela integra a equipe que coordena o programa.

     

    Para Eliane, os professores que trabalham na educação básica precisam abandonar as aulas tradicionais de física, assentadas em fórmulas detestadas pelos estudantes. Ela diz ser necessário inovar e mostrar aos estudantes o que fazer com os conhecimentos, como essas informações podem ajudá-los a refletir, a selecionar, a pesquisar.

     

    A capacitação dos professores abrange o domínio de conteúdos de física e de técnicas atuais de ensino para aplicação em sala de aula. Entre essas técnicas estão recursos de mídia eletrônica e meios tecnológicos para motivação, informação, experimentação e demonstração de diferentes fenômenos físicos. É a isso que se propõe o mestrado, sob a coordenação da Sociedade Brasileira de Física (SBF). As aulas começaram na segunda metade de agosto, em 21 polos de instituições federais e estaduais públicas de educação superior vinculadas à Universidade Aberta do Brasil (UAB). Participaram da seleção 933 educadores.

     

    Entre as instituições que receberam maior número de inscrições estão o câmpus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UnB), com 89 candidatos para 30 vagas; o câmpus de Mossoró da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), no Rio Grande do Norte, com 77 inscritos para 15 vagas, e o câmpus de Ji-Paraná da Universidade Federal de Rondônia (Unir), com 76 inscritos para 15 vagas.

     

    De acordo com Eliane, além do interesse dos professores de física pelo mestrado, 74 instituições públicas de educação superior apresentaram candidatura para a oferta do curso. A Sociedade Brasileira de Física selecionou 21 polos universitários com reconhecidos programas de pós-graduação na área. Das 360 professores selecionados, 280 estão distribuídos em cidades do interior e 80 em quatro capitais — Brasília, Manaus, Natal e Vitória. As cinco regiões do país foram contempladas. O Sudeste ficou com 125 vagas; Nordeste, 105; Centro-Oeste, 55; Sul, 40, e Norte, 35.

     

    O mestrado profissional em física é um curso semipresencial, gratuito, com duração de dois anos. Os educadores em efetivo exercício profissional em rede pública da educação básica podem pedir bolsa de estudos à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação. O valor da bolsa é de R$ 1,5 mil mensais.


    Letras — Os 854 educadores selecionados para a primeira edição do Programa de Mestrado Profissional em Letras (Profletras) começaram as aulas em 19 de agosto. Eles estudam em 39 polos de 34 instituições públicas de educação superior. De acordo com a coordenadora do programa, professora Maria das Graças Soares Rodrigues, os estados da região Nordeste concentram 20 dos 39 polos. Os demais estão no Sudeste, com oito polos; Sul (quatro), Centro-Oeste (quatro) e Norte (três).

     

    Na avaliação de Maria das Graças, os cursos estão democratizados nas regiões Sul e Sudeste. No Nordeste, porém, a pós-graduação ainda não é uma realidade. Para a professora, a situação começa mudar com a criação de cursos de mestrado profissional, como é o caso do Profletras. A Capes já assegurou bolsas de estudos para os cursistas.

     

    Em 2014, no primeiro semestre, serão lançados editais para seleção de professores para a segunda edição, com início das aulas em agosto. No semestre seguinte, para as aulas a serem iniciadas em fevereiro de 2015. O programa pretende que os cursos passem a ter início sempre no primeiro semestre letivo, o que facilitaria as redes de ensino a programar a liberação dos professores para os períodos presenciais.

     

    Para incentivar os professores de letras a fazer o mestrado e ter bom aproveitamento, a Capes, segundo Maria das Graças, vai premiar os 26 cursistas que obtiverem melhor classificação no fim do curso. O prêmio é uma viagem de 30 dias a Coimbra, Portugal.

     

    O curso de física integra a série de mestrados profissionais criados pelo Ministério da Educação para qualificar os professores das redes públicas de ensino. O primeiro foi de matemática, o Profmat, em 2011. Para 2014, na quarta edição, o Profmat selecionou 1,5 mil professores, que começarão as aulas em 22 de fevereiro. Este ano, foi lançado o Profletras. O terceiro mestrado profissional criado pelo MEC é o Mnpef.


    Ionice Lorenzoni

  • Elementos da cultura nordestina são usados na escola de Ipanguaçu como formas alternativas de ensino e mostram aos alunos diferentes maneiras de estudar e analisar a língua portuguesa (foto: arquivo da Escola Municipal Adalberto Nobre de Siqueira) Os projetos criados por um professor de apenas 20 anos contribuíram para a premiação de sua escola em diferentes ocasiões. Estudante de letras, André Magri Ribeiro de Melo dá aulas de língua portuguesa e literatura na Escola Municipal Adalberto Nobre de Siqueira, em Ipanguaçu, município potiguar a 200 quilômetros de Natal. Na mesma instituição, localizada no assentamento Tabuleiro Alto, área rural do município, ele iniciou a carreira de professor, há quatro anos.

    A primeira iniciativa premiada de André foi o projeto Literatura de Terror: uma Visita à Elegante Essência do Medo. A experiência conquistou o primeiro lugar do prêmio Construindo a Nação, edição 2010, no ensino fundamental. Em 2011, o projeto Identidade e Voz do Povo Nordestino na Literatura Regionalista proporcionou à escola o primeiro lugar na mesma premiação. Com esse projeto, a instituição também foi vencedora do Selo Escola Solidária (2011) e conquistou o segundo lugar no Prêmio Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita (2011).

    Na visão desse jovem educador, o uso de meios alternativos de ensino, como músicas, filmes e desenhos animados, mostra ao estudante diferentes formas de estudar e analisar a língua materna que não sejam apenas o livro didático e o quadro com giz. “Se o aluno sentir prazer em estar na sala de aula e na escola, renderá bem mais, e seu aprendizado sofrerá evolução significativa”, afirma André. Em todo os projetos que desenvolve, ele conta sempre com a parceria dos professores de língua inglesa e ensino da arte.

    Seus planos para 2012 incluem uma grande viagem pela história da literatura brasileira com o projeto De Caminha a Lobato: A Evolução da Literatura Brasileira. “Os alunos serão apresentados aos diferentes momentos de construção da nossa literatura e conhecerão as influências recebidas, bem como as relações das obras escritas com os momentos históricos que nosso país vivia a cada surgimento de um novo olhar sobre a palavra”, revela.

    A viagem pelas letras terá início com a leitura de uma versão infantil da Carta de Pero Vaz de Caminha (sexto e sétimo anos) e trechos do texto original (oitavo e nono). Terá continuidade com a passagem pelas escolas da literatura brasileira, como o Romantismo e o Modernismo, até chegar às obras de Monteiro Lobato. “Um batalhão de personagens, histórias e emoções pretende bater à porta da escola e das famílias de Tabuleiro Alto”, adianta André.

    Ele assegura que os alunos lerão todas as obras indicadas, integralmente. Embora o acervo da biblioteca da escola seja pequeno, os estudantes contam com a ajuda da família para a aquisição de obras, com doações e visitas a bibliotecas municipais. “Entendemos que a leitura dos textos integrais garante maior compreensão do aluno e o insere mais ainda no mundo letrado e literário”, diz o professor.

    Fátima Schenini

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    Projetos literários contribuem para ampliar conhecimentos

  • Projetos desenvolvidos pelo professor de língua portuguesa André Magri Ribeiro de Melo, da Escola Municipal Adalberto Nobre de Siqueira, em Ipanguaçu (RN), ajudaram a ampliar os conhecimentos dos estudantes matriculados em turmas do sexto ao nono ano do ensino fundamental.

    No projeto Literatura de Terror: uma Visita à Elegante Essência do Medo, desenvolvido no segundo semestre de 2010, cada turma trabalhou com diferentes gêneros de obras literárias, desde histórias em quadrinhos até contos de mistério. Após leitura e discussão em sala de aula, os alunos estudaram os autores e seus estilos. As conclusões foram apresentadas no 1º Letras em Conferência, debate realizado na escola entre os representantes de cada sala. Oficinas e sessões de cinema com apresentação de filmes de mistério fizeram parte das atividades.

    O projeto Identidade e Voz do Povo Nordestino na Literatura Regionalista trata de questões típicas do Nordeste. O professor procurou desenvolver diferentes atividades, que incluíram análise de letras de canções; exibição de filmes, documentários e vídeos; organização de saraus de poesia e encenação de trechos de grandes clássicos da literatura regional. O projeto foi concluído com a Semana de Línguas, destinada a apresentar as atividades realizadas na escola às famílias, a outras escolas e a instituições.

    “Os alunos passaram a ver a língua portuguesa como organismo vivo, quebrando a ideia de que estudar português é estudar regras gramaticais e só”, revela André. “Eles puderam compreender a língua em sua plenitude, estudando as mais belas manifestações que ela pode assumir: canções, livros, filmes, desenhos animados, obras de arte tipicamente lingüísticas.”

    De acordo com o professor, os alunos com dificuldades relacionadas à escrita e à interpretação de textos passaram a ter mais habilidade para escrever e superaram problemas comuns, anteriormente, como argumentação pouco fundamentada e uso de clichês ou obviedades.

    Segundo André, outro resultado do projeto foi a criação do jornal comunitário Folha de Tabuleiro. Alunos e outros interessados escrevem, semanalmente, sobre literatura, música e filmes e sobre a relação de tudo isso com a vida de cada um. Na visão do professor, o projeto valorizou o conceito de solidariedade no espaço escolar e na comunidade, que passou a ser uma máxima a ser seguida, independentemente de qualquer outra. “Sem a solidariedade e o espírito voluntário de todos os envolvidos no projeto não teríamos atingido nenhum resultado profícuo”, ressalta.

    Fátima Schenini

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  • A Universidade Federal do Amapá (Unifap) realiza processo seletivo especial para candidatos surdos e ouvintes ao curso de licenciatura plena em letras/libras/português, para ingresso no primeiro semestre deste ano. São 30 vagas para estudantes com ensino médio, sendo 18 vagas para surdos e 12 para ouvintes. As inscrições devem ser feitas até o dia 27 deste mês.

    De acordo com o edital da Unifap, a licenciatura tem a finalidade de formar professores na língua brasileira de sinais (libras), surdos e ouvintes, para lecionar na educação básica e superior. A graduação será ministrada no campus Marco Zero do Equador, em Macapá, no turno da manhã. Para se candidatar à vaga, o aluno precisa ter concluído o ensino médio ou formação equivalente até o prazo final de habilitação para a matrícula.

    A seleção consta de uma prova objetiva com 30 questões de múltipla escolha sobre conhecimentos gerais – linguagem, história e geografia -, e redação de dez a 25 linhas, ambas com caráter eliminatório e classificatório. A prova objetiva e a redação serão aplicadas em 15 de fevereiro, um domingo, das 13h às 17h. O Edital nº 14/2014 está disponível no portal da Unifap.

    Goiás – Já a Universidade Federal de Goiás (UFG) está com inscrições abertas para licenciatura em letras/libras exclusiva para candidatos surdos que tenham concluído o ensino médio. O programa UFGInclui oferece 15 vagas no turno da noite, no campus Goiânia, para ingresso neste semestre. As inscrições podem ser feitas até 22 de janeiro.

    Entre as exigências para concorrer à vaga, o candidato precisa apresentar laudo preenchido por médico da área da deficiência do aluno e, antes das provas, passar por perícia de uma junta médica. O teste objetivo e a redação serão realizados em 8 de fevereiro. A prova objetiva terá 30 questões de múltipla escolha sobre conteúdos de língua portuguesa e literatura brasileira valendo 30 pontos; e a redação valerá 40 pontos.

    No portal da UFG, o candidato encontra o Edital nº 1/2015, e o roteiro da seleção, exigências e datas.

    Ionice Lorenzoni

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