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  • A partir de 2011, o Programa Nacional para Certificação de Proficiência em Tradução e Interpretação da Língua Brasileira de Sinais (Prolibras) será realizado pelo Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), órgão vinculado ao Ministério da Educação, com sede no Rio de Janeiro.

    Desde 2006, quando o Prolibras fez o primeiro exame, as provas são realizadas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Até 2009, a universidade certificou 5.128 profissionais, sendo 1.349 em 2006, e em seguida 1.511 (2007), 1.283 (2008) e 985 (2009).

    Pela Portaria Normativa nº 20, publicada no Diário Oficial da União nesta sexta-feira, 8, o Ines realizará exames anuais nas 27 unidades da Federação até 2015, em parceria com a Secretaria de Educação Especial (Seesp) do MEC e com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

    A portaria do ministro da Educação, Fernando Haddad, determina ao Instituto Nacional de Educação de Surdos, à Seep e ao Inep uma série de atribuições na execução do Prolibras, entre elas, a publicação de edital dos exames com regras para cada edição, a elaboração e correção das provas e a manutenção de um banco de dados dos profissionais certificados.

    Inclusão – A certificação na Língua Brasileira de Sinais integra a política de inclusão do governo federal. Os profissionais aprovados nos exames podem trabalhar no ensino da língua e como intérpretes de Libras para o português e vice-versa. Os que receberem certificado de nível médio estão aptos a lecionar na educação básica e os instrutores e intérpretes de nível superior podem trabalhar em todos os níveis.

    Ionice Lorenzoni
  • O Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), órgão do Ministério da Educação, celebra 160 anos de fundação em 2017. Para comemorar a data, a TV Ines lançou o aplicativo doJornal Primeira Mão, um programa semanal exibido na única emissora brasileira a produzir e transmitir conteúdo em libras e português. O lançamento foi no 16º Congresso Internacional da instituição, que acontece entre esta segunda-feira, 6, e quarta-feira, 8, no Rio de Janeiro.

    O aplicativo foi lançado um dia após a realização da primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017, que trouxe a reflexão sobre a educação para os surdos no Brasil como o tema da redação. A população de surdos é de mais de 9 milhões de pessoas em todo o país.

    Com o aplicativo, a comunidade surda poderá se informar semanalmente, em libras por meio do celular, sobre as principais notícias do país e do mundo. É uma inovação que traz para o universo dos equipamentos móveis uma ferramenta de comunicação visual, factual e informativa.

    No ar desde 2013, a TV Ines conta com parceria da Fundação Roquette Pinto Comunicação Educativa, responsável pela TV Escola. É o primeiro canal brasileiro com a proposta de integrar os públicos surdo e ouvinte numa única grade de programação.

    São 24 horas de programação disponíveis na web e via satélite e parabólica em todo o território nacional. A produção bilíngue em libras e português é feita por uma equipe de profissionais de televisão surdos, ouvintes, tradutores intérpretes e profissionais do Ines.

    O aplicativo do Jornal Primeira Mão já está disponível nas lojas virtuais para Androide iOS.

     

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Atuar na inclusão social de alunos surdos que chegam ao campus Rio Verde e ministrar cursos rápidos de Língua Brasileira de Sinais (Libras) aos familiares deles é a missão de 27 técnicos formados recentemente no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano.

    Os técnicos também interpretarão músicas em Libras num coral que será criado para este fim. Durante a formatura, eles apresentaram duas músicas religiosas e já estão ensaiando a música Imagine de John Lennon.

    Durante um ano, uma vez por semana, os técnicos frequentaram as aulas do curso básico de Libras, com duração de quatro horas. Ao todo foram 160 horas de aula.

    O projeto do curso básico de Libras foi apresentado pela assistente social do campus Rio Verde, Lucimeiry Rodrigues de Carvalho. “Quando comecei o trabalho de sensibilização da comunidade escolar para a necessidade da inclusão social, encontrei uma certa resistência. Somente quando consegui superá-la, é que apresentei o projeto. A intenção era capacitar e incluir”, explica.

    A ação integra o programa Tecnep, que visa a inserção das pessoas com necessidades educacionais específicas nos cursos de formação inicial e continuada nas instituições federais de educação tecnológica.

    Ana Júlia Silva de Souza
  • As mídias onde estão gravadas as videoprovas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), traduzidas para a língua brasileira de sinais (Libras), foram enviadas nesta sexta-feira, 21, para a gráfica que fará a reprodução do material. O transporte contou com escolta da Polícia Federal para garantir a segurança e o sigilo das informações. As videoprovas serão aplicadas pela primeira vez no Enem 2017 aos candidatos surdos ou com deficiência auditiva que solicitaram o recurso.

    De acordo com a diretora de Gestão e Planejamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Eunice Santos, o transporte das videoprovas é feito com o mesmo aparato de segurança realizado na prova regular.

    “As questões da prova do Enem, trabalhadas pelos técnicos do Inep com apoio da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foram traduzidas para a linguagem de libras, arquivadas em dispositivo próprio e transportadas em total segurança para a gráfica responsável pela reprodução dos DVDs que serão distribuídos nos dias do exame”, detalha a diretora.

    A videoprova é uma das novidades do Enem 2017. O recurso foi escolhido por 1.897 participantes surdos ou com deficiência auditiva com inscrições já confirmadas. Outras opções eram o tradutor-intérprete de libras, que teve 1.489 solicitações, e o recurso de leitura labial, escolhido por mil pessoas. Cerca de 52 mil participantes solicitaram atendimento especializado para o Enem. Desses, 4.957 são deficientes auditivos e 2.184 são surdos.

    O novo recurso de acessibilidade do Enem foi desenvolvido pelo Inep em parceria com professores, pesquisadores e especialistas da UFSC e do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), entre outros. Algumas instituições de educação superior têm usado o recurso em seus vestibulares, entre elas a própria UFSC e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

    Funcionamento – Cada participante receberá um notebook para fazer as provas. As orientações, os enunciados das questões e as alternativas de respostas serão apresentadas em libras, por meio de vídeos gravados em DVDs. O menu do vídeo é simples, fácil e autoexplicativo. Junto com o notebook e os DVDs, o participante também receberá o caderno de questões, a folha de redação e cartão-resposta, onde deverá marcar as respostas. O participante poderá escolher qual área do conhecimento fazer primeiro e poderá assistir aos vídeos na ordem que preferir.

    A prova será aplicada em ambientes especialmente preparados para garantir sigilo, autonomia e segurança. A sala poderá ter até 20 participantes usando o recurso, e nela atuarão dois intérpretes, três fiscais e um técnico de informática. Os intérpretes farão a mediação entre ouvintes e usuários de libras. Esses profissionais não vão auxiliar os participantes na tradução das questões da prova.

    A videoprova terá o mesmo número, ordem e valor de questões da prova regular, além da garantia de qualidade e normas de segurança máxima de todas as provas do Enem. Só não serão integralmente traduzidas as questões de língua estrangeira moderna. Nesses casos, somente os trechos originalmente em português serão traduzidos para libras.

    Treino – Para que os participantes possam se familiarizar com o novo recurso antes da aplicação das provas do Enem, podem praticar em 60 questões de edições anteriores do exame, disponíveis na página da UFSC na internet. A única diferença entre o simulado e a prova é que as respostas às questões do estudo podem ser marcadas no próprio computador, e no Enem elas deverão ser marcadas no cartão-resposta.

    Acesse as questões das edições anteriores, em libras

    Assessoria de Comunicação Social 


  • Pela primeira vez, candidatos ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) surdos ou com alguma deficiência auditiva poderão contar com vídeos e tradutores especializados na língua brasileira de sinais (libras) para orientações durante a prova. É necessário que o participante informe a necessidade de atendimento especial ainda no ato da inscrição.

    De acordo com a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini, a inciativa tem caráter experimental e visa atender uma demanda antiga dessa população. “É a primeira vez que o fazemos, para atender também prerrogativas legais e o anseio dessa população”, disse.

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    As provas dos participantes surdos ou deficientes auditivos serão realizadas em salas adaptadas e separadas dos demais candidatos. Cada uma terá até seis participantes e dois intérpretes. Maria Inês Fini explica que os intérpretes terão por função esclarecer dúvidas que não interfiram nas respostas às questões, assim como traduzir informações gerais sobre a aplicação transmitidas pelos chefes de sala, que também atuam nessas salas. O Inep esclarece, ainda, que no caso dos participantes com surdo-cegueira são oferecidos guia-intérprete, prova ampliada, prova superampliada, prova em braille, tradutor-intérprete de libras, leitura labial, ledor, transcritor e sala de fácil acesso.

    Vale observar que os candidatos com deficiências como surdez, cegueira, déficit de atenção, dislexia e discalculia ou outra condição especial também poderão solicitar tempo adicional. Da mesma maneira, este requerimento deve ser feito no ato da inscrição com apresentação de laudo comprobatório. “Até o ano passado, ele podia fazê-lo ao fiscal do local de aplicação. Este ano, terá de fazê-lo no ato da inscrição. A inserção de laudo comprobatório da deficiência ou de outra condição especial também deverá ser feita no ato de inscrição. E o resultado da análise desses laudos deverá ser consultado na página do participante”, acrescentou Maria Inês Fini. Gestantes e idosos poderão, igualmente, solicitar atendimento especializado.

    O Enem 2017 será realizado nos dias 5 e 12 de novembro, que correspondem a dois domingos consecutivos. As inscrições estarão abertas de 8 a 19 de maio.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • Ipojuca (PE), 9/11/2017 – As notas musicais assimiladas, mesmo que não sejam ouvidas, e as particularidades das vibrações de cada tipo de som são a essência do projeto idealizado por professores e gestores do município de Ipojuca (PE), para a inclusão de surdos no ambiente escolar. A proposta, para o ano letivo de 2018, prevê o uso da língua brasileira de sinais (Libras) e a música clássica.

    A iniciativa está entre os finalistas do Desafio Município Inovador promovido pela Escola de Inovação e Políticas Públicas (EIPP) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), vinculada ao Ministério da Educação. A Orquestra Criança Cidadã Meninos do Ipojuca, parceira no projeto, desenvolverá a metodologia em aulas e seminários voltados para alunos surdos e não surdos.

    “Todo mundo tem essa dúvida: se o surdo não escuta, como é que ele vai se desenvolver com a música? Mas ele consegue, ele sente a vibração do som”, explicou Charlene de Lima, pedagoga especialista em Libras e integrante da equipe finalista. Completam o grupo as também pedagogas Kelly Souza e Ana Célia Guimarães, o professor de língua portuguesa José Edson dos Santos e a analista de Libras Gislaine Sobral Nunes.

    A inclusão educacional de surdos no Brasil foi levada aos holofotes ao se tornar tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado no último domingo, 5. De acordo com dados do Governo Federal, há 9,7 milhões de pessoas no país com algum tipo de deficiência auditiva e que podem, por meio de iniciativas como a realizada em Ipojuca, ter acesso a maneiras de assimilar o que é aprendido na escola.

    Somente na cidade de Ipojuca, segundo números do Censo Escolar de 2017, quase 40 alunos com surdez estão matriculados na rede municipal. No entanto, poucos dominam a língua brasileira de sinais. “A partir do momento que trabalharmos a Libras, os alunos surdos vão ter atividades para fazer na língua deles. Isso já é um diferencial e eles vão se sentir mais inclusos. Então o que estamos tentando é resgatar uma coisa que já é do século 19, que é a língua de sinais. Nós queremos dar todo o suporte para que esses participantes trabalhem na língua deles e possam se identificar”, destacou Charlene.

    Para auxiliar a inclusão e diminuir a evasão escolar, o projeto vai desenvolver atividades que reúnam alunos, família e educadores. Todos eles vão participar de cursos de Libras e palestras sobre surdez e inserção social. Ao longo do ano, os professores terão formação continuada voltada para o ensino dos alunos com deficiência.

    Para o diretor da EIPP, Felipe Oriá, é possível fazer a diferença por meio de iniciativas como essa. “O Desafio Município Inovador foi pensado justamente para encontrar e apoiar ideias que façam a diferença. Nós temos muito orgulho de ter um projeto tão inclusivo entre os finalistas do prêmio.”

    Desafio – O Desafio Município Inovador selecionou ideias para a educação pública propostas por professores e gestores das redes municipais de Pernambuco. Os 15 finalistas foram anunciados no fim de setembro e, nesta sexta-feira, 10, apresentam seus projetos a uma banca de avaliação. Em dezembro, será conhecida a equipe vencedora, que ganhará o equivalente a R$ 100 mil reais em cursos e consultorias para a implementação do projeto.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Bruna [C] , 6 anos, está plenamente adaptada às aulas e às colegas e participa de todas as atividades normais da escola (foto: arquivo da escola)Ao receber na sala de aula uma criança surda, a professora Alessandra Franzen Klein, da Escola Municipal de Educação Infantil Paraíso da Criança, em Horizontina (RS), não se intimidou. Com formação específica na língua brasileira de sinais (libras), ela estava preparada para se comunicar e ensinar o conteúdo curricular da pré-escola à estudante novata. No entanto, foi além. Preparou projeto de educação bilíngue português-libras e ensinou as crianças de 4 e 5 anos da classe a usar as mãozinhas para reproduzir o alfabeto gestual e, assim, interagir com a coleguinha.

    “Elas já têm coordenação motora suficiente e mais facilidade do que os adultos. Aprendem rapidamente”, constata a professora. “Hoje, já têm certa fluência e são capazes de formar frases complexas e até contar historinhas em libras.”

    A menina surda aprende o português escrito como uma segunda língua; os colegas, a libras. “A turma aprendeu a língua de sinais para interagir com ela”, ressalta. “Todas as atividades são realizadas nas duas línguas.”

    Com o projeto, uma das tarefas da professora foi a elaboração do material didático. “Um trabalho desafiador, que exigiu muita pesquisa e produção de material porque todo o conteúdo teve de ser dado nas duas línguas”, afirma. Segundo ela, há poucas histórias infantis em libras. Além dos clássicos, como a Cinderela Surda, a professora criou textos alternativos, como a Porquinha Surda, As Luvas Mágicas do Papai Noel e As Estrelinhas Surdas. “Fui criando histórias e vídeos com as crianças de acordo com a necessidade de trabalho em sala de aula e até participamos do Festival Brasileiro de Cultura Surda, em Porto Alegre”, salienta.

    Apoio— O município de Horizontina, com 18,3 mil habitantes, a 496 quilômetros de Porto Alegre, não tem escola específica para surdos. Assim, toda comunidade escolar foi informada sobre a importância do projeto. “Os pais viram que as crianças estavam aprendendo uma língua a mais e apoiaram a ideia”, ressalta Alessandra. A proposta da educação bilíngue foi estendida a professores, direção e funcionários para que todos se comunicassem com a aluna. No fim do ano letivo de 2010, as crianças emocionaram pais e professores ao apresentar o clássico natalino Noite Feliz, num coral, com a linguagem de sinais.

    “Quando minha filha foi matriculada, eu estava preparada para as dificuldades de inclusão, mas foi tudo ao contrário”, lembra Dione Nascimento, mãe de Bruna, 6 anos. “A professora preparou a turma para receber a nova colega, e ela de maneira alguma ficou isolada. Hoje, quer participar de tudo na escola.”

    Em 2012, a menina vai cursar o primeiro ano do ensino fundamental em outra escola pública. “O projeto terá continuidade. Como muitos pais fizeram questão de matricular os filhos na mesma escola da Bruna, ela não ficará isolada e fará também novos amigos” afirma Dione. “Ela é uma criança feliz, que aprende rápido.” Bruna conhece todas as letras do alfabeto e já lê algumas palavras.

    Rovênia Amorim


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  • Janaína Batista se comunica na Língua Brasileira de Sinais, mas observa que deficientes auditivos ainda enfrentam limitações (Foto: Divulgação)Uma lembrança triste que Janaína Batista, 21 anos, guarda da infância é não ter se comunicado como queria com a mãe, enquanto ela era viva. A jovem brasiliense tem deficiência auditiva e, assim como seus pais, desconhecia a língua brasileira de sinais (libras) – universo que descobriu ao conviver com pessoas na mesma situação. “Fui procurar novos sinais em livros e apostilas”, conta. “Durante muito tempo, precisei me comunicar escrevendo, porque não tinha intérprete.  Com libras, minha vida ficou muito mais fácil. Hoje, eu sou compreendida.”

    Janaína está entre os 9,7 milhões de pessoas em todo o Brasil a serem lembradas no Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras), data celebrada na segunda-feira, 24. Dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, desse total, cerca de 2,2 milhões têm deficiência auditiva em situação severa; e, entre estes, 344,2 mil são surdos.

    Dificuldades – O sistema de libras é considerado pelas comunidades surdas como sua língua materna - a primeira, antes mesmo do idioma nativo. Diferentemente do que muita gente pensa, não se trata de uma linguagem composta apenas por gestos e mímicas: apresenta uma série de palavras, sinais e expressões que formam uma estrutura própria gramatical e semântica. É um meio de comunicação e interação social, que abre as portas para oportunidades pessoais e profissionais.

    O Dia Nacional da Libras foi instituído principalmente como alerta para as grandes dificuldades em acessibilidade que esses cidadãos enfrentam, da socialização ao mercado de trabalho. “O mundo ainda é feito para os ouvintes”, enfatizou Janaína. “Para conseguir um emprego, enfrentamos a primeira barreira no currículo em Português, que não é a nossa língua número um. Depois vem a entrevista. Se não houver um intérprete, não conquistamos a vaga. E depois? Como falar com o chefe e colegas?”

    Somente em 2002, por meio da Lei nº 10.436, o método passou a ser reconhecido como meio legal de comunicação e expressão. A regulamentação ocorreu em 2005, quando um decreto presidencial incluiu, entre suas determinações, a inserção da Língua Brasileira de Sinais como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior. O decreto prevê, ainda, que as Libras sejam ensinadas na educação básica e em universidades por docentes com graduação específica de licenciatura plena em letras.

    Pioneirismo – Para a formulação da política de ensino às pessoas com deficiência auditiva, o MEC tem como grande aliado o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), que promove fóruns, publicações, seminários, pesquisas e assessorias em todos os estados e no Distrito Federal. Em sua sede, no Rio de Janeiro, além das aulas para o níveis fundamental e médio, o Ines forma profissionais surdos e ouvintes no curso bilíngue de pedagogia, experiência pioneira na América Latina. Segundo a diretora de políticas de educação especial do MEC, Patrícia Raposo, a modalidade, em breve, vai funcionar também pelo sistema de Ensino a Distância (EAD). “Já vem sendo estudada a criação de 14 polos no país, em localidades que ainda estamos definindo”, afirmou.

    Patrícia lembrou que outro grande avanço na área educacional para jovens com dificuldades em ouvir estará em vigor na edição deste ano do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Nas escolas onde houver demanda, vamos instalar equipamentos de vídeo para que as questões sejam transmitidas em libras.” De acordo com a diretora, já foi feito um teste piloto pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia federal vinculada ao MEC responsável pela aplicação do Enem. A previsão é de que tudo estará pronto até novembro, mês de realização das provas.

    Assessoria de Comunicação Social


  • A Língua Brasileira de Sinais é um instrumento fundamental para solidificar o respeito e o convívio com a diversidade (Arte: ACS/MEC)

    Quando a escola se adapta para receber seus estudantes, provoca mudanças não apenas na vida de quem precisa de atenção especial, mas em todos da comunidade escolar. Foi o que aconteceu na Escola Classe 115 Norte, em Brasília, com a chegada da pequena Thalita Natália Dias da Silva, de seis anos. A única estudante surda da instituição tem mostrado o quão enriquecedor é o convívio com pessoas diferentes. Agora, ela está aprendendo a Língua Brasileira de Sinais (libras), que tem sua data nacional comemorada nesta terça-feira, 24.

    Thalita entrou na escola no ano passado. Sua mãe, Renata Natália da Silva, lembra que ela era muito tímida e tinha dificuldade de interagir com os colegas e com a professora, porque não conhecia a linguagem especial. Mas, desde a chegada do professor intérprete, este ano, a situação tem mudado bastante para a estudante e toda a sua família.

    “Ela conhece o alfabeto, os números e outras coisas, como banheiro, pai, mãe”, comemora Renata. “Ela sabe, entende. Tem vezes que ela quer conversar comigo e já chega da escola fazendo os sinais com a mãozinha.  Ela faz o alfabeto e mistura com os números. Não consegue ainda me mostrar o que quer me falar, mas algumas coisas ela entende. ”

    Thalita nasceu surda e logo foi encaminhada para acompanhamento no Centro Educacional de Audição e Linguagem Luduvico Pavoni (Cealp) e no Hospital Universitário de Brasília (HUB). Mas a família não tinha tempo nem recursos para seguir o acompanhamento semanal necessário.

    A situação se complicou quando, forçada a interromper o tratamento e o desenvolvimento cognitivo de Thalita, Renata teve de enfrentar também a rejeição da filha ao aparelho auditivo. “Ela não queria usar e, muitas vezes, tirava o aparelho e o destruía. Acabou que ela passou um tempo sem usá-lo, e isso atrasou bastante. ”  Agora, que a família mora em Brasília – antes eles viviam em Planaltina de Goiás (GO), distante 60 quilômetros do Plano Piloto –, tudo ficou mais fácil.

    Adaptação – A diretora da Escola Classe 115 Norte, Marta Caldas, conta que, antes da chegada de Thalita, nenhuma professora sabia se comunicar em libras. Atualmente, tanto a menina quanto sua mãe estudam a linguagem de sinais, assistindo juntas a duas aulas por semana no Centro de Apoio ao Surdo (CAS).

    A escola também solicitou à Secretaria de Educação do Distrito Federal o apoio de um professor intérprete, que atua em conjunto com a professora da turma em que a menina estuda. No momento da escrita ou dos comandos passados pela professora, quando são repassadas as tarefas, ele trabalha diretamente com a menina. Quando são realizadas atividades coletivas, ela interage com a turminha.

    “Em menos de dois meses, Thalita já conhece o alfabeto, se comunica com os coleguinhas e está surpreendendo todo mundo”, relata a diretora. “O que a gente tem percebido é que, quando há condições favoráveis como essa – a de poder contar com um professor especialista –, as crianças dificilmente demonstram alguma reação de exclusão. Pelo contrário: a tendência é que incluam e cuidem dessas crianças”.

    Marta destaca, ainda, o aspecto positivo da integração entre a família e a escola. “É importante que haja esclarecimento para essa comunidade sobre os direitos dessas crianças e que a família esteja junto com a escola, pois é mais uma cidadã se formando”, valoriza. “E na escola, mesmo achando que não vamos dar conta, é preciso estarmos dispostos a receber todos os alunos.”

    Política pública – A secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC, Ivana de Siqueira, ressalta que libras é a primeira língua de um aluno surdo. “É importante que o mais cedo possível a criança possa utilizar a língua para ter um vocabulário maior”, afirma. “A inclusão é importante para todos – não só para os surdos, mas para todas as pessoas. Desde pequena, [a aluna] vai conviver numa sociedade que tem diferentes pessoas e vai se comunicar com elas, tanto com quem conhece essa língua quanto com quem não está familiarizado. ”

    No Ministério da Educação, a principal política voltada para esse público especial está na formação de professores e intérpretes. “O MEC tem feito grande esforço para que esses profissionais estejam nas salas de aula e também a formação de professor bilíngue”, frisa Ivana.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Tendo o português como primeira língua oficial, o Brasil também reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como língua das comunidades surdas brasileiras desde 2002. Mesmo antes da oficialização, a Libras já era falada no Brasil, desde o século 19. Este ano, ao ter como tema Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil, a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) levou a sociedade a refletir sobre a realidade das pessoas com surdez.

    Detentora de características próprias e reconhecida em todos os aspectos linguísticos, como morfologia, sintaxe e pragmática, a Libras se diferencia do português na medida em que se apresenta na modalidade visuoespacial, ou seja, composta por um conjunto de movimentos e expressões captados pela visão.

    “Os surdos falam a língua de sinais, que é uma língua espaço-visual ou visuoespacial e, paralelamente, aprendem a escrita do português”, explica a coordenadora-geral de Articulação da Política de Inclusão dos Sistemas de Ensino do MEC, Linair Moura Barros Martins. Ela cita Sueli Fernandes, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) especializada em educação bilíngue para surdos e autora de vários artigos sobre o tema: “Para os surdos, o português é aquilo que eles podem ver, uma vez que não têm acesso às propriedades sonoras.”

    A língua de sinais não é universal, já que cada comunidade tem seu idioma. No caso do Brasil, a Libras deriva da Língua de Sinais Francesa (LSF), trazida ao país por um professor francês que, em 1857, participou da fundação da primeira escola brasileira para surdos do país. Com o tempo, houve a adaptação e fusão da língua francesa com sinais já utilizados informalmente pelos brasileiros.

    “É importante que a sociedade discuta esse tema, para que seja cada vez mais inclusiva e possa compreender e construir espaços sociais para os surdos ocuparem”, pontua Linair Martins. “As pessoas com deficiência têm um canal diferente de ver o mundo, mas tão importante e singular que só contribui para a valorização da diversidade humana.”

    Linair defende que os surdos tenham mais espaço: “O fato de a maioria da população brasileira não falar a língua de sinais é um desafio, mas é um desafio permanente que irá ocorrer com todas as minorias. Essa é uma língua que tem uma comunidade de falantes minoritária, mas é nessa língua que os surdos se comunicam com o mundo e constroem conhecimento sobre ele. Então, deve ser muito respeitada e priorizada na educação”.

    Atualidade – Números do Censo Escolar de 2016 registram que o Brasil possui, na educação básica, 21.987 estudantes surdos, 32.121 com deficiência auditiva e 328 alunos com surdocegueira. Dentro do princípio da inclusão como preceito do sistema educacional brasileiro, o MEC trabalha para garantir uma série de recursos que contemplem essa parcela da população.

    “O aluno tem seu direito garantido à matrícula e o apoio vem com o intérprete educacional, a sala de recursos, o ensino de Libras e o ensino de português como segunda língua para os surdos”, explica a coordenadora. “Todo esse conjunto de apoio é fornecido pela educação especial.”

    Uma das mudanças implementadas na edição deste ano do Enem foi a aplicação de videoprovas, ou seja, a prova em Libras, um recurso de acessibilidade para realização do exame por surdos e pessoas com deficiência auditiva. A novidade contempla os falantes de língua de sinais, contemplando o direito de fazer a prova em sua primeira língua. A videoprova foi solicitada por 1.897 candidatos, tendo sido a ferramenta mais selecionada entre os participantes deste grupo.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Esta publicação tem como objetivo apoiar e incentivar a formação de professores de língua portuguesa da Educação Básica que com alunos surdos, contendo subsídios para o ensino da língua portuguesa escrita aos alunos usuários da Libras. É composto de dois volumes.

    A versão eletrônica desse documento está disponível para download em formato TXT e PDF

    • Ensino de Língua Portuguesa para surdos – Caminhos para a prática pedagógica (vol. 1) - txt | pdf
    • Ensino de Língua Portuguesa para surdos – Caminhos para a prática pedagógica (vol. 2) - txt | pdf

  • Na edição desta semana, o programa Educação no Ar, da TV MEC, apresenta uma entrevista com a professora Maristela Oliveira, diretora da Escola Bilíngue Libras e Português Escrito, a primeira do DF voltada especificamente para pessoas com deficiência auditiva. A unidade, criada em 2013 por meio de uma lei distrital, fica em Taguatinga e atende estudantes em todas as etapas do ensino básico e da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

    “Não somos apenas a primeira [escola especializada] em Brasília, mas também uma das poucas existentes no país”, diz a professora, que calcula existirem não mais de dez instituições semelhantes em algumas capitais. “Parte delas surgiu a partir do nosso projeto, que só foi possível graças a um esforço conjunto de profissionais da Secretaria de Educação envolvidos há pelo menos 20 anos na aprendizagem de surdos.”

    As salas foram totalmente adaptadas ao novo público e o número máximo por turma é de dez alunos, um terço do permitido em instituições públicas regulares. As aulas contam com recursos tecnológicos que ressaltam as imagens e suas cores, como projetores coloridos multimídia (data show). Já as carteiras são dispostas em forma de “U”, para que todos tenham o campo visual livre de interferências.

    Maristela Oliveira é diretora da Escola Bilíngue Libras e Português Escrito, a primeira do DF voltada especificamente para pessoas com deficiência auditiva (Frame: TV MEC)Libras – Mas não se trata de um modelo restritivo. A escola tem características inclusivas, só que em um formato diferente: os “ouvintes” são minoria e a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a prioridade. Ou seja, o português escrito é considerado a segunda língua, como ocorre na vida real das pessoas com deficiência auditiva. “Com essa abertura, permitimos, por exemplo, que irmãos, amigos e até filhos de surdos possam aprender em libras, o que acaba sendo bom para todos”, explica a diretora. “Os pais, inclusive, gostam de participar, e muitos até acompanham o atendimento [aula], satisfeitos com a evolução da criança. A ansiedade dela diminui bastante.”

    Segundo Maristela, não há processo de seleção para a matrícula de estudantes com deficiência auditiva. O objetivo é acolher toda a demanda, desde a educação infantil, entre seis meses e três anos de idade. “A gente está em um período de sensibilização, procurando hospitais e órgãos de saúde, para incentivar a estimulação linguística precoce”, explica. “Com o apoio deles e o esclarecimento junto às famílias, os bebês já podem começar a aprender a se comunicar por sinais. Quanto mais cedo, melhor.” 

    Assessoria de Comunicação Social

  • A escola do Distrito Federal é a única unidade de ensino pública do país a criar metodologia adequada para crianças e adolescentes surdos que têm como língua materna a libras (foto: João Neto /MEC)A inovação e a criatividade estão em toda a escola. Por salas de aula e corredores silenciosos flui o conhecimento que poucos ouvintes conseguem entender e apreender. Com gestos rápidos e uma infinidade de sinais, que traduzem palavras, frases e conceitos, professores e alunos interagem e avançam nos conteúdos obrigatórios da educação básica. A Escola Bilíngue Libras e Português Escrito, em Taguatinga, uma das regiões administrativas mais populosas do Distrito Federal, é a única da rede pública do Brasil a criar metodologia adequada para crianças e adolescentes surdos que têm como língua materna a libras (língua brasileira de sinais).

    Criada em 2013, por lei local, a escola nasce, portanto, sob um projeto político inovador e se revela inclusiva também no sentido reverso. “O que é bom para o aluno surdo é bom para o aluno ouvinte”, explica a diretora, Maristela Batista de Oliveira Bento, pedagoga com 20 anos de experiência na educação de alunos surdos. Por isso, por escolha das famílias, nas salas de aulas há alunos ouvintes, que aprendem a língua de sinais para se comunicar com parentes e amigos surdos. O bilinguismo na língua de sinais e no português escrito configura-se, portanto, numa espécie de chave para aproximar pessoas de dois mundos que não se integram por não dominarem os códigos da comunicação.

    “As pessoas ouvintes geralmente não sabem, mas para os alunos surdos, o português é a segunda língua, e isso implica uma metodologia apropriada para que possam ter maior fluência no entendimento da escrita”, explica Gisele Morisson Feltrini, supervisora pedagógica da escola. Thalya da Silva, 18 anos, aluna do segundo ano do ensino médio, conta que a escola tem permitido a ela se aprofundar nos conhecimentos cobrados nas provas de seleção para ingresso nas universidades. Com talento para desenhar, Thalya pensa em seguir uma profissão nessa área. Porém, entender o conteúdo das provas é ainda um problema e, por isso, os alunos surdos precisam de intérprete na realização dos exames.

    “O português é muito pesado e seria importante ter uma prova adequada, com tradução na íntegra para libras por meio de vídeos”, sugere a aluna, que ficou surda antes dos dois anos em decorrência de uma meningite. A dificuldade com a língua portuguesa ocorre também no contexto social e familiar, uma vez que são poucas as pessoas que dominam a língua de sinais. Em casa, por exemplo, Thalya não consegue se comunicar com o irmão, apenas com a mãe. Ela não é exceção. Outros alunos da escola relataram a mesma dificuldade.

    Acesso — Luana de Jesus, 17 anos, aluna do primeiro ano do ensino médio, diz que pretende estudar direito para lutar pelos direitos dos surdos. “Existe uma pressão da sociedade ouvinte sobre os surdos porque não sabem das suas habilidades e potencial. É preciso dar acesso aos ouvintes à cultura surda”, observa.

    Em razão de todas essas dificuldades, Hudson Gonçalves, 20 anos, aluno do segundo ano do ensino médio, fala da importância da escola bilíngue de Taguatinga. “Eu consigo não apenas aprender, como tirar dúvidas e me aprofundar no conhecimento de biologia, química, física, português e matemática para ingressar num curso superior”, explica. “As traduções feitas pelos intérpretes em libras nas escolas onde estudei são rápidas demais. Não dá para absorver tudo.”

    Nas escolas regulares em que há inclusão, de acordo com a diretora, o aluno surdo muitas vezes sente-se isolado por estar numa turma de ouvintes. “Ele se sente intimidado em expressar dúvidas e acaba acumulando defasagem de aprendizagem.”

    A professora de biologia Thatiane do Prado, que prepara os alunos surdos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília (UnB), salienta que a metodologia adotada pela escola possibilita um aprendizado mais ativo. “Os alunos são sujeitos ativos no processo do conhecimento, opinam o tempo todo e não ficam apáticos”, afirma.

    A escola bilíngue atende alunos da educação infantil ao ensino médio, com limite de dez alunos por turma, em razão da especificidade do ensino. O sistema bilíngue adotado pela escola atrai estudantes de outras regiões do Distrito Federal e Entorno. “A primeira língua da escola é a libras, mas o português escrito não é ensinado da mesma forma que os alunos ouvintes aprendem”, diz a diretora. “Usamos muito o visual para que eles possam adquirir vocabulário. Os surdos precisam muito do visual para interiorizar o conteúdo.”

    Chamada — A Escola Bilíngue Libras e Português Escrito foi uma das 178 instituições de ensino selecionadas pela chamada pública aberta pelo Ministério da Educação, em 2015, para divulgar experiências de inovação e criatividade nas escolas de educação básica no Brasil.

    Para participar da chamada, a direção decidiu enviar o projeto político-pedagógico da própria escola, que já nasceu dentro de uma proposta de inovação na gestão e na metodologia de ensino. O objetivo é divulgar e mostrar os resultados positivos e emocionantes que os 53 professores surdos e ouvintes, com proficiência em libras, têm alcançado. “Se não fosse essa escola, muitos alunos surdos já teriam se evadido e desistido de avançar nos estudos, simplesmente porque não conseguem ser entendidos”, ressalta Maristela.

    Com a metodologia empregada pela escola, as crianças matriculadas adquirem fluência em libras e português escrito e, assim, podem ser entendidas dentro e fora dos limites do contexto escolar.

    Filha de pais surdos, a professora da educação infantil Andréa Beatriz Messias Belém Moreira conta que conviveu em meio a ouvintes e surdos, habitantes de dois mundos que têm dificuldades em se comunicar e se compreender. “Numa sociedade em que a maioria das pessoas é de ouvintes, os surdos têm muito a nos ensinar”, afirma. “Eles são sempre considerados inferiores, mas não têm dificuldade para aprender, só não encontram facilidades para desenvolver suas habilidades.”

    A professora relata que desde cedo teve de aprender a superar o sofrimento pessoal por sentir a rejeição e o preconceito de professores que não chamavam seus pais na escola para saber do seu desempenho em sala de aula. “Ouvia-os dizer que meus pais eram aqueles mudinhos, mas eu não aceitava isso, e dizia que eles falavam, sim, e que eu os entendia muito bem porque sabia a língua deles.”

    Libras — A língua brasileira de sinais foi instituída pela Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, e reconhecida como sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, para a transmissão de ideias e fatos. É a língua natural usada pelas comunidades surdas brasileiras. Estudos sobre a libras foram iniciados no Brasil em 1981.

    Libras e português carregam estruturas diferenciadas. Documento publicado pelo Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos do Ministério da Educação, em 2004, sobre a língua brasileira de sinais e a língua portuguesa, evidencia que, como em qualquer língua falada, “a fonologia é organizada baseada em um número restringido de sons que podem ser combinados em sucessões para formar uma unidade maior, ou seja, a palavra. Nas línguas de sinais, as configurações de mãos, juntamente com as localizações em que os sinais são produzidos, os movimentos e as direções, são as unidades menores que formam as palavras”.

    Exemplos — O Ministério da Educação selecionou 178 instituições entre as 683 que participaram, de setembro a novembro de 2015, de chamada pública destinada a identificar, reconhecer e mapear iniciativas educacionais inovadoras na educação básica desenvolvidas em escolas públicas e particulares e em organizações não governamentais de todo o país. A seleção abrangeu instituições escolares e não escolares, escolas indígenas, quilombolas, do campo e urbanas, da educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e da educação de jovens e adultos.

    As informações relacionadas ao trabalho desenvolvido pelas 178 instituições selecionadas estão disponíveis no Mapa da Inovação e Criatividade na Educação Básica. Mais informações na página do Programa de Estímulo à Criatividade na Educação Básica na internet.

    Rovênia Amorim

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  • Mesmo sem ter alunos surdos matriculados, a Escola Estadual Itagiba Laureano Dornelles, de Aparecida de Goiânia (GO), desenvolve processo de ensino da língua brasileira de sinais (libras) que resulta em melhor rendimento no processo de ensino-aprendizagem. O projeto Língua em Libras: um Novo Jeito de Aprender a Ler e Escrever foi posto em prática em 2008, com alunos do ensino fundamental e médio e da educação de jovens e adultos (EJA).

    A responsável pelo projeto é a professora Sandra de Miranda Nunes, pedagoga licenciada em filosofia. Na época, ela lecionava no quarto ano do ensino fundamental. Como estava concluindo curso de libras, aproveitava os intervalos das aulas para treinar. Acabou por despertar a curiosidade de alguns alunos, que mostraram interesse em aprender uma nova forma de comunicação.

    “Os resultados foram os melhores possíveis”, diz a atual diretora da escola, Suely Gonçalves Santos. Ela ajudou Sandra a estender as aulas de libras a todas as turmas e turnos da instituição. “Notamos que alguns estudantes com outras deficiências tiveram mais facilidade de aprendizagem por meio da libras”, salienta. Segundo a diretora, alunos com deficiência mental obtiveram melhoria na sala de aula depois de aprender a língua de sinais. “Resolvemos ampliar o projeto para toda a escola”, explica Suely, formada em história, com especialização em educação especial.

    De acordo com Sandra, os resultados obtidos foram excelentes, tanto com as turmas em geral quanto especificamente com alunos que apresentavam déficit de atenção ou eram portadores de síndrome de Down e vinham de resultados pouco satisfatórios na aprendizagem. A professora destaca, ainda, a repercussão do projeto nas famílias. Alguns pais relatavam mudanças favoráveis de comportamento dos filhos com relação à motivação e avanços na aprendizagem.

    Sandra trabalha como professora-regente de berçário no Centro Municipal de Educação Infantil Colemar Natal e Silva e mantém o blog Arte que Ensina. Também ministra aulas de artes na Escola Interação. “No planejamento anual está incluída a libras”, salienta.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor

  • Experiências e relatos de boas práticas de ensino que propiciam as condições necessárias para a inclusão de todos os alunos, valorizando as diversas formas de aprender, compreender o mundo e dar significado a ele são contadas nesse livro, que reflete o trabalho dos gestores e educadores de municípios-polo que integram o Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade.

    A versão eletrônica desse documento está disponível para download em formato PDF.

    • Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade - txt | pdf

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  • O campus Palhoça-Bilíngue do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina será a primeira unidade bilíngue (libras-português) da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. O término das obras está previsto para o segundo semestre de 2012. Quando estiver em pleno funcionamento, serão atendidos 1,2 mil alunos, presenciais e a distância.

    Atualmente são atendidos cerca de 130 alunos, em sede provisória na Faculdade Municipal de Palhoça, em Santa Catarina. Esses estudantes, entre surdos e não surdos, fazem o curso técnico de materiais didáticos bilíngue libras-português, inédito no país. Alguns fazem cursos de qualificação.

     

    O diretor-geral da unidade, Vilmar Silva, explica que o campus terá dois focos: “Ofertar ensino para o público surdo e capacitar as pessoas para trabalhar com o público surdo.”

     

    A unidade provisória existe desde 2010, quando foi montada a estrutura administrativa, e a primeira turma começou a ter aulas em 2011. Com duração de um ano, o curso visa formar profissionais capacitados em produção de materiais didáticos destinados a pessoas usuárias da língua brasileira de sinais (libras).

     

    “Estes recursos podem apoiar o processo de ensino-aprendizagem em vários níveis escolares, especialmente na educação infantil, onde a aquisição da língua de sinais é primordial”, afirma Vilmar Silva.

     

    Outras unidades da rede federal promovem o atendimento a alunos surdos por meio de professores intérpretes, como é o caso da campus Jataí do Instituto Federal de Goiás, mas não havia uma unidade de ensino profissional e tecnológico totalmente bilíngue português-libras.

     

    Fórum - Durante o 2° Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica, o ensino profissional voltado para surdos será tema da mesa Movimentos sociais surdos e formação profissional e tecnológica bilíngue, cujo objetivo será analisar a formação profissional e tecnológica bilíngue libras-português em andamento no Brasil e no mundo. Participarão representantes de movimentos sociais dos surdos e das instituições de ensino.

     

    Atualmente, é direito do aluno surdo ter acesso aos conteúdos curriculares por meio da utilização da língua brasileira de sinais ou por intermediação de professores intérpretes. Há dez anos, o Brasil reconheceu a libras como meio legal de comunicação e expressão. A data foi comemorada no último 24 de abril, quando foi sancionada a legislação que permitiu o reconhecimento.


    Assessoria de Comunicação Social, com informações do Instituto Federal de Santa Catarina

     

     

  • Novidade entre os auxílios de acessibilidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017, a videoprova traduzida em Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi escolhida por 1.635 participantes com surdez ou deficiência auditiva. Após a estreia do recurso no domingo, 5, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) quer saber o que os participantes acharam da videoprova.

    Um questionário de avaliação no mesmo formato – com perguntas e respostas apresentadas em Libras – está disponível na página do participante do Enem, no portal do Inep. Para acessar o questionário, é preciso informar CPF e senha. O Enem 2017 teve 1.925 solicitações de atendimento especializado para surdez e 4.390 para deficiência auditiva. Além da videoprova, era possível optar pelo tradutor-intérprete de Libras, escolhido por 1.357 candidatos.

    O novo recurso de acessibilidade do Enem foi desenvolvido pela comissão de assessoramento em Libras do Inep, composta por professores, pesquisadores e especialistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines) e outras entidades. Algumas instituições de educação superior têm usado o recurso com bons resultados nos vestibulares, entre elas, a UFSC e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), mas é a primeira vez que o recurso é usado por tantos candidatos.

    A partir da avaliação dos participantes, o Inep fará os ajustes necessários no recurso. A expectativa do instituto é que mais surdos e deficientes auditivos optem pela videoprova nos próximos anos. “Para nós, conhecer as impressões dos participantes que utilizaram o recurso da videoprova é fundamental. Com esses subsídios, para o Enem 2018, pretendemos aprimorar os instrumentos e a metodologia de aplicação do exame”, explica a Luana Bergmann, diretora de Avaliação da Educação Básica do Inep.

    Em 2017, o Inep adotou uma série de melhorias na acessibilidade de surdos e deficientes auditivos. Além da videoprova, que exigiu a montagem de um estúdio de gravações dentro do ambiente físico integrado seguro do Inep, esse público teve, pela primeira vez, conteúdos exclusivos em Libras, como campanha em redes sociais, versão da cartilha do participante – redação no Enem 2017, e materiais no canal do Inep no YouTube. Os vídeos em Libras abordavam instruções gerais para as provas, assim como é feito para os participantes ouvintes, além de instruções sobre a videoprova e sobre os horários de aplicação. O tema da redação do Enem 2017 foi Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil.

    Funcionamento – Na videoprova traduzida em Libras, as questões e as opções de respostas são apresentadas em Língua Brasileira de Sinais por meio de um vídeo. O recurso tem o mesmo número, ordem e valor de questões da prova regular, além da garantia de qualidade e normas de segurança máxima de todas as provas do Enem. Só não foram integralmente traduzidas para Libras as questões de língua estrangeira moderna – somente os trechos originalmente em português.

    Cada participante recebe um computador portátil para fazer as provas. As orientações, os enunciados das questões e as alternativas de respostas são apresentadas em Libras por meio de vídeos gravados em DVDs. O menu do vídeo é simples, fácil e autoexplicativo. Junto com o notebook e os DVDs, o participante também recebe o caderno de questões e a folha de redação e cartão-resposta. O participante pode escolher qual área do conhecimento quer fazer primeiro e pode assistir aos vídeos na ordem em que preferir. A redação deve ser escrita em português.

    A prova é aplicada em ambientes especialmente preparados para garantir sigilo, autonomia e segurança. A sala pode ter até 20 participantes usando o recurso, e nela atuam dois intérpretes, três fiscais e um técnico de informática. Os intérpretes fazem a mediação entre ouvintes e usuários de Libras. Esses profissionais não auxiliam os participantes na tradução das questões da prova.

    Assessoria de Comunicação Social, com informações do Inep

     



  • Pessoas surdas que quiserem fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2019 têm à disposição conteúdos exclusivos em Língua Brasileira de Sinais (Libras).

    O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou uma versão do edital em Libras em seu canal no YouTube. Na próxima semana, será publicado um passo a passo das inscrições, especialmente para a comunidade surda.

    O Inep veiculará uma campanha de comunicação em Libras em suas redes sociais. Os vídeos vão destacar as principais informações e datas do exame, que será aplicado nos dias 3 e 10 de novembro. Gravada pela Comissão de Libras do Enem, a campanha será veiculada durante todo o ano.

    As ações fazem parte do Enem em Libras, uma iniciativa da Política de Acessibilidade e Inclusão do Inep direcionada à comunidade surda que tem a Língua Brasileira de Sinais como primeira língua.

    Conquistas – O atendimento às diferentes necessidades dos participantes surdos, deficientes auditivos e surdocegos é uma preocupação do Inep ao longo da história do Enem. Recursos de acessibilidade, como tradutores e intérpretes de Libras, são oferecidos desde o ano 2000. Em 2015, o Inep começou a divulgar uma versão do edital e orientações aos participantes em Língua Brasileira de Sinais. A partir de 2017, passou a oferecer a videoprova em Libras e levou o tema Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil para a redação, promovendo o debate sobre o assunto. Pela primeira vez foi feita uma campanha para as redes sociais.

    No ano de 2018 o Inep lançou o selo Enem em Libras, que identifica todo o conteúdo disponível em Língua Brasileira de Sinais, e publicou a primeira versão da Cartilha do Participante – Redação no Enem. No mesmo ano, foi lançada a Plataforma Videoprova em Libras, na qual o instituto publica os vídeos com os enunciados e as opções de respostas da videoprova, permitindo que os participantes surdos estudem no mesmo formato acessível em que elas são aplicadas. A funcionalidade, disponível para as provas de 2017 e 2018, permite assistir ao vídeo das questões e conferir o gabarito, se o participante desejar.

    Na edição deste ano, pela primeira vez, participantes surdos, deficientes auditivos e surdocegos poderão indicar, durante a inscrição, o uso do aparelho auditivo ou de implante coclear.

    Enem em Libras – Iniciativa da Política de Acessibilidade e Inclusão do Inep, o Enem em Libras é direcionado à comunidade surda que tem a Língua Brasileira de Sinais como primeira língua, e garante editais, videoprovas, cartilhas do participante e campanhas de comunicação do exame em Libras, tornando o Enem mais acessível.

    Assista ao edital do Enem em Libras

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    Assessoria de Comunicação Social

  • O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina oferece o primeiro curso técnico de tradução e interpretação da língua brasileira de sinais (libras) do país. As inscrições devem ser feitas até 10 de junho. A taxa é de R$ 30.

     

    Com 32 vagas e início das turmas no segundo semestre, no câmpus de Palhoça, o curso, noturno e gratuito, terá duração de quatro semestres para alunos que ainda aprenderão a libras e de três semestres para aqueles que já a dominam de maneira atestada por validação de competência.

     

    O técnico formado no curso estará habilitado a traduzir e interpretar a libras e a língua portuguesa. O curso é o primeiro do tipo no Brasil. O Ministério da Educação o incluiu no Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos.

     

    De acordo com o diretor de ensino, pesquisa e extensão do instituto, Paulo César Machado, o curso surge de uma demanda das escolas catarinenses, que registraram aumento na matrícula de estudantes surdos. “Antes, a capacitação dos intérpretes era feita em cursos de orientação promovidos pelas associações de surdos, com pessoas que já tinham experiência em libras, muitas vezes parentes dos surdos”, afirmou. “Não certificávamos esses profissionais, que tinham formação mais empírica do que acadêmica.”

     

    O câmpus de Palhoça, município da região metropolitana de Florianópolis, abriu inscrições também para o curso técnico subsequente de produção de materiais didáticos bilíngues (libras–português), inédito no país. A oferta é de 32 vagas para o período noturno, sem taxa de inscrição. O câmpus oferece ainda 40 vagas para o curso Proeja–FIC. Nele, os alunos terminam o ensino fundamental bilíngue libras–português e ainda fazem outro curso, profissionalizante, em fotografia digital e edição de imagens.

     

    As inscrições devem ser feitas na página do instituto na internet.

     

    Assessoria de Comunicação Social

  • Instituído no Brasil em 2008, o Dia Nacional dos Surdos, celebrado em 26 de setembro, homenageia a criação da primeira escola brasileira voltada a esse segmento da população, o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines). A instituição, atualmente vinculada ao MEC, foi fundada no Rio de Janeiro em 26 de setembro de 1857 e é considerada um centro de referência nacional na área da surdez.

    A atuação do instituto se processa na perspectiva da efetivação do direito à educação de crianças, jovens e adultos surdos. Para tanto, produz conhecimento e apoia diretamente os sistemas de ensino, dando suporte às escolas brasileiras que devem oferecer educação de qualidade à pessoa surda, assegurando sua plena socialização e o respeito às diferenças.

    Fóruns, publicações, seminários, pesquisas e assessorias em todo o território nacional fazem parte das atividades do Ines, que distribui, entre os sistemas de ensino, uma vasta produção de material pedagógico, fonoaudiológico e de vídeos em língua brasileira de sinais (libras).

    O instituto contempla a educação precoce (de recém-nascidos a crianças de três anos), educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, atende a aproximadamente 500 alunos. Os professores participam de estudos e pesquisas sobre sua prática, elaboram materiais de apoio à educação de surdos e atuam na capacitação de recursos humanos. Para tanto, deslocam-se pelo país e também pelo o exterior para prestar assessoria técnica aos sistemas de ensino. A formação de profissionais surdos e ouvintes no curso bilíngue de pedagogia é uma experiência pioneira no Brasil e na América Latina.

    TV Ines – Outro destaque em pioneirismo do instituto foi o lançamento, em 24 de abril de 2013, da primeira webTV em libras, com legendas e locução em língua portuguesa. A inovação é resultado de uma parceria com a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp). A emissora tem sua equipe formada por profissionais de televisão surdos, ouvintes e tradutores intérpretes.

    Na web 24 horas por dia (em streaming e vídeo on demand) e em aplicativos para celulares, tablets e televisões conectadas à internet, a TV Ines oferece uma grade de programação eclética com foco na comunicação educativa. É um pacote de informação, cultura, entretenimento, esporte, documentários, desenhos animados, tecnologia, aulas de libras, revistas eletrônicas, filmes com legendas descritivas e um talk show em libras.

    Clique aqui para conferir a programação da TV Ines. Saiba mais sobre as atividades desenvolvidas pelo Ines na página do instituto. 

    Assessoria de Comunicação Social

     

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