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  • Utilizar de forma sustentável a água da chuva para abastecer uma escola do Distrito Federal, regar a horta e ainda estimular o aprendizado em diversas disciplinas, motivando os estudantes. Essa é a iniciativa que ganha destaque na edição desta sexta, 22, do programa Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC.

    O projeto foi desenvolvido pelo professor de ciências Werner Bessa Vieira, do Centro Educacional nº 7 de Ceilândia. Inspirado pela ideia de um ex-aluno, ele mobilizou várias turmas em torno da criação de reservatórios para a água da chuva levando em conta períodos de seca e de crises hídricas enfrentadas em Brasília. 

    Ao mesmo tempo em que o idealizador do projeto desenvolvia os fundamentos do projeto com seus colegas na faculdade, o professor e os alunos colocaram as mãos na massa. “A gente começou a trabalhar rapidamente”, conta. “Fizemos todo o dimensionamento de calhas. Eles ensinaram os alunos como se fazia esse cálculo de área de telhado, de precipitação, e colocamos isso num projeto escrito. Conseguimos um pouco de financiamento para a compra de materiais com a própria direção da escola, que sempre nos ajudou muito.”

    Os estudantes gostaram tanto da ideia que passaram a aproveitar o tempo de folga para acelerar o processo de construção das estruturas. “A gente foi desenvolvendo o projeto durante os finais de semana. Conseguimos fazer aqui três reservatórios, cada um com 20 mil litros de capacidade, o que nos coloca à disposição 60 mil litros de água”, destaca Vieira.

    Segundo o professor, a captação da água da chuva pode ser utilizada em diversas atividades corriqueiras da escola, com resultados que têm despertado interesse na região. “No período de seca, a gente vai usando na nossa horta e na limpeza das áreas comuns da escola, economizando bastante água. Outras escolas viram e gostaram também. Alguns colegas, professores que têm chácaras ou sítios, já copiaram o projeto.”

    Conscientização – Com os reservatórios em funcionamento, professores passaram a trabalhar o tema também em sala de aula, aprofundando questões como economia e preservação de água. Os próprios alunos tiveram a ideia de colocar telas para evitar a procriação de mosquitos e os professores de química puderam desenvolver aulas práticas.

    “Nossos professores de química têm buscado cada vez mais as aulas práticas usando como referência nossos reservatórios. Uma delas serviu para mostrar o ph [índice que especifica a acidez] da água, por exemplo, mas são várias as temáticas relacionadas à água que captamos”, conta Vieira.

    Com o avanço do trabalho, novas ideias surgiram para incrementar ainda mais o projeto. “Nós temos agora uma ideia de fazer aqui um criatório de tilápias”, adianta o professor. ”E a água virá desse reservatório. Vamos aproveitar as fezes dos peixes, o nitrogênio que está ali para colocar nas plantas da horta. Uma coisa toda integrada. O mais interessante é que ele [o projeto] está aqui, fixo, mas dele há centenas de possibilidades.”

     

    Assessoria de Comunicação Social 

  • O ministro da Educação, Fernando Haddad, informou aos chefes de estado e de governo reunidos na 6ª Conferência da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Guiné-Bissau, que no Brasil estão praticamente alcançadas as metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). “O país está próximo de atingir a redução, à metade, da pobreza e da fome, garantir educação básica a todas as crianças e eliminar as disparidades entre sexos no acesso a todos os níveis de ensino”, disse.

    Haddad, que representou o presidente da República na conferência, disse que o Brasil faz um esforço para alcançar, até 2015, os seguintes objetivos: redução, em dois terços, da mortalidade infantil; redução, em três quartos, da taxa de mortalidade materna; e aumento, em 50%, do acesso permanente da população a água potável. O tema principal da reunião de chefes de estado e de governo da CPLP foi a avaliação do alcance das metas dos Objetivos do Milênio, que constituem compromissos assumidos por 191 estados membros das Nações Unidas, em 1990, para serem alcançados até 2015.

    Na Declaração de Bissau, os governantes da CPLP decidiram direcionar as futuras cooperações a serem firmadas entre os países para as áreas de educação, saúde e meio ambiente que integram os compromissos com os Objetivos do Milênio. No setor de educação, o Brasil já desenvolve uma série de projetos de cooperação com países da CPLP, entre os quais destacam-se: a educação de jovens e adultos, em São Tomé e Príncipe, Moçambique e Timor Leste; formação de professores, em Timor Leste, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau; consultoria para a criação de uma universidade pública em Cabo Verde; e desenvolvimento da Escola Inclusiva em Cabo Verde e Angola.

    A 6ª conferência de Bissau entregou ao Brasil a presidência do recém-criado Conselho Científico, que será exercida pelo presidente da Comissão Nacional de Língua Portuguesa do MEC e diretor de políticas da Secretaria de Educação Superior (SESu), Godofredo de Oliveira Neto, no período de 2006/2008.

    Repórter: Ionice Lorenzoni

     

  • O projeto de documentação linguística é desenvolvido com os icpengues, em Mato Grosso, desde 2009 (foto: arquivo Prodoclin)Estudantes e professores da Escola Indígena Central Ikpeng, na comunidade Moygu, em Feliz Natal, a 500 quilômetros de Cuiabá, estão envolvidos no projeto de documentação da língua icpengue, desenvolvido pelo Museu do Índio da Fundação Nacional do Índio (Funai). O trabalho faz parte do Projeto de Documentação de Línguas Indígenas Brasileiras (Prodoclin), que integra o Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas Brasileiras (Progdoc) do Museu do Índio, em parceria com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

    “O principal objetivo do Prodoclin é a documentação linguística, visando a fortalecer as línguas dos povos indígenas brasileiros, que estão ameaçadas, e também documentar as que estão se extinguindo”, explica Ingrid Lemos, pesquisadora do projeto. Segundo ela, dessa maneira os povos podem ter acesso a informações sobre sua língua, mesmo que ela não seja falada no dia a dia. “Temos povos com apenas três ou quatro falantes”, revela Ingrid. Artista e designer, ela trabalha na documentação audiovisual e em oficinas de ilustração e de ensino de softwares.

    O trabalho com os icpengues é realizado desde 2009, na modalidade a distância, sob a coordenação da linguista Ângela Chagas. A equipe do projeto visita a aldeia uma vez por ano e lá permanece por um mês para ministrar as oficinas. De acordo com Ingrid, o trabalho na aldeia é conduzido por dois bolsistas, com a colaboração de integrantes da comunidade. “Entre eles, os anciãos, que trazem seu conhecimento ancestral, fundamental para o trabalho com a língua.”

    Ingrid considera muito boa a receptividade ao trabalho, principalmente com a consolidação das visitas à aldeia e realização de minicurso de fonética e fonologia e de oficinas sobre a produção de obras e para discutir a ortografia da língua icpengue. “Ainda não temos nada impresso porque estamos no momento de revisão e planejamento gráfico do material”, diz. “De qualquer forma, essas produções não serão comercializadas; destinam-se principalmente ao povo icpengue.”

    Tradição — A primeira obra do projeto, sobre histórias tradicionais, tem o nome ainda provisório de Wonkinom Mïran (mitos de origem). Ainda em fase de revisão, foi elaborada a partir da documentação em áudio e vídeo de histórias escolhidas pela comunidade. O material foi transcrito e traduzido pelos pesquisadores em softwares específicos. Além dessa primeira obra, estão em andamento uma de gramática e um dicionário bilíngue, ilustrado.

    Os icpengues já têm sete livros publicados. Além desse projeto desenvolvido pelo Museu do Índio, eles trabalham em parceria com a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e com o Projeto de Formação de Professores do Instituto Socioambiental. “Agora, estamos trabalhando com a Unemat para produzir livros de alfabetização na língua icpengue”, diz o diretor da Escola Indígena Central Ikpeng, Pomerquenpo Klemer Txicão.

    A escola atende 340 alunos das séries finais do ensino fundamental (sexto ao nono ano). Os estudantes moram em uma aldeia a quatro quilômetros do prédio principal da escola, localizado no Posto Pavuru da Funai. A escola também tem salas anexas nas aldeias Caiabi e Trumai. Eles trabalham com projeto político-pedagógico específico, que contempla as ciências indígenas, além de conteúdo básico de matemática, português e geografia. As aulas são ministradas de manhã e à tarde.

    Todos os professores da escola são indígenas, formados em cursos específicos da Faculdade Indígena Intercultural (FII) da Unemat e pelo projeto Haiyô, da Secretaria de Educação de Mato Grosso.

    Fátima Schenini



    Saiba mais sobre o Prodoclin

    Confira a página da Funai na internet

    Saiba mais no Jornal do Professor

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