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  • Estudantes de escolas públicas de Nova Petrópolis podem aprender a língua alemã em cursos oferecidos pela prefeitura, com aulas na Biblioteca Pública (foto: arquivo da Emef Luiz Loeser – 1º/3/12)No município de Nova Petrópolis, com pouco mais de 19 mil habitantes, o ensino de língua alemã é oferecido nas escolas da rede municipal a partir da educação infantil e também está disponível em aulas pagas pela prefeitura. Localizada na Serra Gaúcha, a cerca de 90 quilômetros de Porto Alegre, Nova Petrópolis foi colonizada por imigrantes alemães. A preservação da língua e dos costumes dos primeiros habitantes contribui para atrair grande número de turistas.

    “Oferecer aulas de língua alemã desde os primeiros anos é fundamental para criar o gosto pelo idioma e, acima de tudo, cultivar as origens”, destaca a professora Leani Freitag Cornelius, diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Luiz Loeser.

    As aulas de alemão também são uma oportunidade de enriquecer o aprendizado. “Falar uma língua a mais e conhecer outras culturas são diferenciais para os tempos atuais, diante da diversidade e da globalização”, diz Leani. Com 24 anos de magistério, seis dos quais como diretora, ela tem licenciatura plena em geografia e pós-graduação em psicopedagogia escolar e em história e geografia do Brasil.

    A escola Luiz Loeser participa regularmente de concursos de leitura, teatro e redação em língua alemã. “Já tivemos alunos premiados com viagens à Alemanha”, revela a diretora. Nessas atividades de intercâmbio com escolas germânicas há trocas de experiências entre as professoras e de cartas entre os estudantes.

    A professora Suleika Regina Wedig passou uma temporada na Alemanha. Desde então, mantém contato constante com aquele país. “Novas portas se abrem e já se abriram para nossos alunos por conhecerem a língua alemã”, salienta.

    Suleika leciona há 27 anos na escola. Além de ensinar alemão, ministra aulas de língua portuguesa, matemática, ciências, geografia, história, ensino religioso e música. Também coordena o coro infanto-juvenil, o grupo instrumental, o grupo de liras e a banda marcial. Em 2012, lecionou a turmas do quinto ano. “O ensino de alemão foi a maneira encontrada para manter a cultura germânica em Nova Petrópolis, tão importante para o turismo local”, ressalta. Segundo a professora, o aprendizado também possibilita a convivência dos moradores jovens com os mais idosos, principalmente aqueles do interior do município, que usam o idioma alemão no cotidiano.

    Infância— As aulas de alemão têm início na educação infantil. “A aprendizagem de outro idioma ajuda no desenvolvimento do cérebro”, diz a professora. “Cantar, recitar pequenos versos ou poemas, cumprimentar e brincar com um vocabulário totalmente diferente do que se usa no dia a dia da escola, em si, já favorece a criança”, enfatiza. Segundo ela, dessa forma, dicção e atenção são desenvolvidos com prazer e de forma lúdica.

    Os professores que lecionam língua alemã, com ou sem formação apropriada, reúnem-se todos os meses para elaborar as aulas. Eles recebem orientações da Associação Rio-Grandense de Professores de Alemão (Arpa), da Associação Brasileira de Professores de Língua Alemã (Abrapa), do Instituto Cultural da República Federal da Alemanha (Instituto Goethe) e do Instituto de Formação de Professores de Língua Alemã (Ifpla).

    Outra possibilidade de aprender a língua alemã em Nova Petrópolis é optar por cursos oferecidos desde 2007 pela prefeitura. As aulas são ministradas na Biblioteca Pública, de segunda a sexta-feira. “O custo do curso é o valor do livro usado durante o ano todo”, diz a pedagoga Sandra Haugg Fernandes. Ela exerceu o cargo de diretora do Núcleo da Biblioteca Pública e do Arquivo Histórico até dezembro de 2012. As aulas são abertas à participação de maiores de 14 anos.

    Fátima Schenini


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  • O professor com uma de suas turmas: inovação no ensino de espanhol em escolas públicas (foto: blogue Hablar Espanõl es Exquisito)Os alunos do ensino fundamental e médio de duas escolas públicas no Cariri paraibano descobriram, em 2012, que é exquisito aprender espanhol. Como na grade curricular havia apenas uma aula semanal da língua estrangeira, o professor Arysttotenes da Silva Prata, 35 anos, decidiu ampliar esse tempo, ao criar o blogue Hablar Espanõl es Exquisito — falar espanhol é muito bom.

    “Eu não poderia desperdiçar aquele entusiasmo dos alunos”, diz o professor. “Uma aula de apenas de 45 minutos por semana é muito pouco para introduzir temas, debater e falar; então, criei o blogue.”

     

    Além de exercícios para a fixação de conteúdo, foram postados textos, vídeos e temas para estimular o debate e a conversação em sala de aula. Não só alunos das duas escolas usam o blogue, como estudantes de outros países, o que amplia a interatividade.

     

    Graduado em letras (espanhol) pela Universidade Estadual da Paraíba (UFPB), Arysttotenes dá aulas de língua espanhola na Escola Estadual de Ensino Fundamental Francisco de Assis Gonzaga, em Prata, e na Escola Estadual de Ensino Fundamental Nossa Senhora das Graças, em Ouro Velho. As duas cidades, com menos de cinco mil habitantes cada uma, estão distantes 13 quilômetros, mas o blogue permite aos alunos trocar informações diariamente.

     

    O projeto do blogue foi premiado em 2012 pelo Ministério da Educação, na sexta edição do prêmio Professores do Brasil. Também no ano passado, o trabalho foi distinguido pelo programa Missão Pedagógica no Parlamento, da Câmara dos Deputados. “De cada estado, foram selecionados dois professores que revelaram propostas pedagógicas de ensino inovadoras, de compromisso com a cidadania e a democracia”, explica Arysttotenes.

     

    Cidadania — O trabalho do professor também foi selecionado para participar, em janeiro último, do Memorial de La Shoah – Desafios Educativos, em Israel. O encontro reunirá educadores de todo o mundo para relatar práticas relacionadas à cidadania. Durante a seleção, o projeto de Arysttotenes concorreu com outros 132, de 11 países latino-americanos. No Brasil, seis foram selecionados.

     

    O evento em Israel é organizado pela Yad Vashem, entidade que promove encontros em Jerusalém, anualmente, com professores de diversos países para debates sobre o Holocausto. O blogue Hablar Espanõl es Exquisito contém textos que tratam de temas como bullying, exploração infantil, trabalho escravo e outros destinados a estimular o debate e a consciência de cidadania.

     

    “Reconheci na internet uma moderna tecnologia que favorece o compartilhamento de conhecimento e que pode colaborar para uma reflexão crítica, permanente e autônoma quando bem utilizada”, argumenta o professor. Ele ressalta que o blogue permite o acesso dos estudantes a tecnologias digitais, os torna ativos, participativos, capazes de se posicionar e não apenas escutar o professor. “É uma forma de ensinar mais de acordo com as tendências de modernização da sociedade.”

     

    Lei — O ensino da língua espanhola é de oferta obrigatória nas escolas brasileiras nos currículos do ensino médio, de acordo com a Lei nº 11.161, de 5 de agosto de 2005. Embora seja facultativa a inclusão da língua espanhola nos currículos do ensino fundamental, as escolas públicas dos municípios de Prata e Ouro Velho a oferecem também na grade curricular dessa etapa do ensino.

     

    O professor defende a importância de trabalhar com projetos pedagógicos na escola. “É uma metodologia fundamental; não dá para trabalhar apenas a questão da disciplina, mas os temas transversais também”, comenta. “Após o uso do blogue, as notas subiram de 7 para uma média de 8,5 a 10, resultado que é formidável.”


    Rovênia Amorim

     

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  • Entre as universidades norte-americanas que recebem professores brasileiros está a de Oregon (foto: arquivo da OSU)A vida da professora de inglês Estela Knitter Barros mudou depois da participação em programa de aperfeiçoamento nos Estados Unidos, no início de 2011. Durante seis semanas, ela tomou parte em atividades de capacitação e de treinamento na Universidade de Oregon, na cidade norte-americana de Eugene, com outros professores brasileiros da rede pública, integrantes de um grupo de 20 selecionados.

    Para a professora, formada em letras (português e inglês), com especialização em literatura brasileira, foi uma oportunidade de aprimorar os estudos, praticar o idioma em ambiente real, melhorar a pronúncia e vivenciar a cultura local. Além disso, ela pôde avaliar comportamentos, atitudes, maneiras de pensar e estilo de vida que, embora não apareçam detalhados em livros, despertam a curiosidade dos alunos.

     

    “Foi uma experiência incrível, que me deixou mais confiante, segura, menos temerosa em relação àquilo que é novo ou que não conheço”, ressalta Estela. A professora destaca ainda as amizades feitas em outras regiões do Brasil. “Percebi que não é tão difícil conviver com pessoas tão diferentes em uma situação nova, mas é preciso ter paciência, compreensão, moderação, saber ceder em muitos momentos.”

     

    Estela recomenda a experiência a outros professores. “É uma oportunidade única de vivenciar o que ensinamos, já que minha experiência com o idioma era a proporcionada pelos livros, filmes”, diz. Com os alunos, ela procura aplicar o que aprendeu ao desenvolver atividades que enfatizam a pronúncia e estimulam a conversação. Há 14 anos no magistério, ela leciona no Centro Cultural de Línguas Padre Raimundo José (CCL), em Teresina. Também dá aulas na rede pública de ensino de Caxias, Maranhão, município vizinho à capital piauiense.

     

    A professora participou do Programa de Aperfeiçoamento para Professores de Língua Inglesa nos EUA, uma parceria da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação com a Comissão para Intercâmbio Educacional entre EUA e Brasil (Fulbright) e com a Embaixada dos EUA no Brasil. Na primeira edição, em 2011, o programa atendeu 20 professores. Na segunda, em 2012, outros 50.

     

    Dimensão — Em 2013, o programa ganha nova dimensão e novo nome: Programa de Desenvolvimento Profissional para Professores de Língua Inglesa nos Estados Unidos (PDPI). A oferta agora é de 540 bolsas em 19 universidades norte-americanas. Os professores selecionados para a primeira edição deste ano embarcaram em janeiro. A professora Diane Blank Bencke, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, câmpus de Farroupilha, está entre eles. Segundo ela, a experiência na Universidade do Missouri, em Kansas City, representará a oportunidade de aperfeiçoamento profissional, desenvolvimento do domínio da língua inglesa e da competência de ensino do idioma, além do contato com a cultura norte-americana.

     

    Com mestrado em letras, graduação em letras (português–inglês e respectivas literaturas) e experiência de nove anos no magistério, Diane espera apreender aspectos linguísticos e culturais do inglês falado nos EUA e fazer contatos profissionais. “Sabemos do avanço de várias pesquisas na área de letras nos EUA”, enfatiza a professora. “Poderei aprofundar conhecimentos sobre técnicas de ensino, especialmente sobre o ensino de uma língua estrangeira a partir de novas tecnologias”, destaca.

    Em junho e julho próximos, mais 540 professores de língua inglesa em exercício na rede pública terão oportunidade de participar das aulas nos EUA.


    Fátima Schenini

     

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