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  • Um dos projetos vencedores no Prêmio Professores do Brasil foi o “Robótica com Sucata, promovendo a sustentabilidade”, da professora Débora Garofalo. Ela foi premiada em 2018 por ensinar alunos a utilizar o lixo coletado nas ruas para transformar em soluções para problemas da comunidade.

    “Quando eles (alunos) começaram a entender a importância de reutilizar, reciclar, dar novo destino aos lixos, colocando em prática diversas áreas do conhecimento, começaram a valorizar os estudos na vida deles”, afirma a professora da Escola Municipal de Educação Fundamental Almirante Ary Parreiras, em São Paulo.

    A docente venceu o Prêmio Professores do Brasil em 2018, na categoria Ensino Fundamental: Anos Finais, que abrange do sexto ao nono ano dessa fase. Garofalo ensina matérias de tecnologia em uma área cercada por quatro favelas conhecidas pela violência. É a primeira mulher sul-americana entre os 10 melhores professores do mundo. Ficou entre os finalistas ao prêmio Global Teacher Prize, considerado o Nobel da educação.

    A escola Ary Parreiras fica na Cidade Leonor, comunidade carente da Grande São Paulo. Sofre pela ausência de saneamento básico e alagamentos constantes causados pelo descarte de lixo em locais impróprios.

    “Durante aulas públicas, percebemos o lixo como grande problema da localidade. A partir dessa questão, resolvemos trazer alguns desses materiais para a sala de aula e desenvolvemos nosso primeiro protótipo, que foi um carrinho movido a balão de ar”, conta a professora.

    A intenção do projeto é dar a oportunidade ao aluno de intervir no lugar onde vive, por meio da reflexão para o descarte, reciclagem e reutilização, ao transformar o lixo em robótica com sucata.

    Inscrições – Os professores de escolas públicas da educação básica têm prazo até 31 de maio para se inscrever no prêmio, que está na 12ª edição. É necessário enviar um relatório de alguma prática pedagógica desenvolvida com os alunos.

    Registrar um processo vivido entre alunos e professores é uma forma de sistematizar o conhecimento do docente, o que garante o aprimoramento dos processos de ensino e aprendizagem.

    Acesse a página de inscrições do prêmio 

    Veja o relato de Débora Garofalo na íntegra  

    Assista à série Professor Presente, com relatos semanais de professores vencedores do prêmio em 2018. Toda as quartas-feiras às 20h50 

     

    Assessoria de Comunicação Social

     


  • Na escola Cândida Santos de Souza, os estudantes preparam campanhas educativas e participam de oficinas de reciclagem para o manejo adequado dos detritos (foto: arquivo da escola)O projeto Consumo Consciente: Agir e Viver por um Mundo Melhor foi criado para mostrar como deve ser feito o manejo do lixo, não apenas na Escola Municipal de Ensino Fundamental Cândida Santos de Souza, mas também no bairro Distrito Industrial, onde a instituição está situada, em Ananindeua, Pará, na região metropolitana de Belém. Desenvolvido pela pedagoga Alcilene Costa de Magalhães, professora de informática educativa, o projeto busca soluções para diminuir o acúmulo de lixo na cidade.

    O trabalho é feito por meio de campanhas educativas e oficinas de reciclagem para o manejo adequado dos detritos. “As campanhas e oficinas têm o objetivo de sensibilizar a comunidade para a importância de cuidar do lixo e dar a ele um local apropriado, além de praticar ações de consumo consciente, dizendo não ao desperdício”, explica Alcilene. Há 15 anos no magistério, a professora já trabalhou com alunos da educação infantil e do ensino fundamental em instituições de ensino particulares de Belém. Também foi coordenadora pedagógica da educação de jovens e adultos durante dez anos em escola da rede estadual.

    A fim de mostrar à comunidade as boas iniciativas de combate à degradação do meio ambiente, os envolvidos no projeto executaram diferentes atividades. Uma delas, o manejo do lixo no bairro, sob o lema Diga Não ao Desperdício. Outra, a proposta Vamos Cuidar do Nosso Lixo, de prevenção contra os resíduos jogados no chão. Foi feito ainda um apelo por mudanças de comportamento entre as pessoas.

    De acordo com Alcilene, nas ações de combate ao acúmulo do lixo na comunidade os estudantes chamaram a atenção do público para a preservação do meio ambiente. Eles destacaram a importância de conservar a escola como patrimônio público e o lugar no qual vivem. “Com esse trabalho de informação e sensibilização na comunidade, executamos as propostas de cuidar do meio ambiente”, afirma. “E cuidando do meio ambiente estamos cuidando de nós mesmos.”

    Cidadania
    — O projeto abrangeu iniciativas de cidadania voltadas para a informação e a sensibilização da comunidade escolar, executadas no decorrer do ano letivo. No primeiro semestre, foram realizadas ações interdisciplinares para discutir o tema lixo no bairro. Entre elas, reuniões, sessões de vídeo e passeios para visualização dos problemas ocasionados pelo acúmulo de lixo. Professores e alunos executaram tarefas de diversas disciplinas — português, história, geografia, inglês, ciências e educação física. Os alunos da quinta à oitava série do ensino fundamental visitaram a comunidade em torno da escola e conversaram com os moradores para explicar o problema e indicar formas de melhorar o manejo do lixo no bairro.

    No segundo semestre, foram realizadas ações de combate ao acúmulo de detritos. “Os alunos da sexta e da sétima séries informaram à comunidade sobre os prejuízos causados pelo lixo em nossa vida e como podemos colaborar para que todos vivam em paz com o manejo e a coleta seletiva”, ressalta Alcilene.

    O projeto é executado desde 2009. A cada ano, ganha novas ações. Segundo Alcilene, ele se fortaleceu em 2011. “Na ação Plante uma Árvore, realizada no fim deste ano, conseguimos 250 mudas de plantas ornamentais e frutíferas”, destaca. Na gincana ambiental, promovida em setembro, foram recolhidas cinco mil garrafas plásticas. “A coleta ultrapassou nossa expectativa.”

    Na visão da professora, trabalhar com projetos ajuda na evolução do aluno e a alcançar as metas. “Educamos para a cidadania e para a prática do consumo consciente”, diz. “Os resultados estão sendo gratificantes.”

    Fátima Schenini


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  • Na escola José Elias da Rocha, de Ponta Grossa, professores constatam que a autoestima dos estudantes aumenta quando percebem que são capazes de fazer coisas bonitas e úteis a partir de material reciclado (foto: arquivo da escola)Duas escolas do interior paranaense desenvolvem projetos destinados a despertar nos estudantes a consciência ambiental. Em ambas, o lixo é reciclado, reutilizado e reduzido com a participação dos alunos.

    Mauricéia Aparecida de Castro, professora do Colégio Estadual José Elias da Rocha, de Ponta Grossa, destaca a importância de os professores, como formadores de opinião, incentivarem os alunos a formular ações de cidadania. Ítalo Ariel Zanelato, do Colégio Estadual Leonilda Papen, do município de Mercedes, salienta que cabe à escola incutir nos estudantes a cultura de preservação do meio ambiente.

     

    Formada em ciências biológicas, com 20 anos de magistério, Mauricéia desenvolve, desde 2000, o projeto A Reciclagem como Cultura Ambiental na Escola, destinado a viabilizar a reciclagem de resíduos sólidos durante atividades curriculares. Outra meta é promover a integração com a comunidade local e transmitir valores éticos, atitudes e comportamentos ecologicamente corretos.

     

    Segundo Mauricéia, os alunos gostam das atividades de reaproveitamento de materiais recicláveis. Com jornais velhos, confeccionam vasos de flores e bijuterias; com garrafas plásticas, montam brinquedos e pufes. Potes de vidro são reaproveitados para guardar condimentos e balas e embalagens de leite dão origem a sacolas. Bolsas podem ser feitas com lacres de latinhas de alumínio. Óleo de fritura é destinado à produção de sabão. De acordo com a professora, a autoestima dos estudantes aumenta quando percebem que são capazes de fazer coisas bonitas e úteis.

     

    Mauricéia, que leciona ciências a estudantes do ensino fundamental e biologia aos do ensino médio, cadastrou o colégio em campanha de reciclagem promovida por um fabricante de produtos verdes. Os alunos coletam embalagens diversas e as enviam à empresa via Correios, com porte pago. A atividade recebe uma pontuação e, ao atingir um índice predeterminado, o valor é revertido em dinheiro para a escola.

     

    Formação — No Colégio Leonilda Papen, o grêmio estudantil mobiliza os alunos para a coleta de lixo reciclável na escola, em casa e nas casas de parentes. Esse lixo, segundo o professor Zanelato, coordenador do grêmio, é encaminhado a cooperativas de reciclagem. O dinheiro arrecadado é usado na manutenção da horta escolar.

     

    “A iniciativa é de fundamental importância, pois coloca os alunos em ação, rompe com a inércia e desenvolve a consciência correta em relação ao uso racional dos resíduos naturais”, avalia o diretor da escola, Carlos Seibert, graduado em educação física e em ciências sociais, professor desde 1988. “Além de contribuir para a formação do aluno, a ação torna-se instrumento de formação de toda a família, multiplicando assim sua abrangência.”

     

    Os professores também incentivam os alunos a doar o papel de todas as provas e trabalhos feitos para a reciclagem. Segundo Zanelato, estão envolvidos nas atividades estudantes de turmas do sexto ano do ensino fundamental até a terceira série do ensino médio. “É de essencial importância educar nossos alunos para serem cidadãos conscientes, éticos, morais, pensadores e responsáveis por tudo o que produzem, inclusive lixo”, diz Zanelato, formado em filosofia. Para o professor Seibert, o aluno, além de olhar para a sociedade consumista de forma crítica, deve se colocar como sujeito da história e entender que  também é responsável pelo meio ambiente em que vive e pela sua preservação.

     

    Ana Júlia Silva de Souza

     

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  • Salvador, 12/3/2019 – Passado o carnaval, é hora de recolher o lixo deixado pelos foliões. O exemplo é local, mas o alerta é global e válido em qualquer tempo e lugar, principalmente onde os resíduos costumam se acumular despercebidos: no fundo do mar. Por isso, detritos encontrados em áreas profundas do litoral de Salvador e região metropolitana são preocupação e objeto de estudos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IF Baiano).

    O grupo de pesquisa Paranoá/IF Baiano/CNPq, em desenvolvimento desde 2012, realiza coletas e análises de amostras de lixo marinho para avaliar o impacto do fenômeno no ecossistema. O grupo – formado por pesquisadores, professores e estudantes do ensino médio, técnico, graduação e pós-graduação – também apoia ações de formação, discussão e difusão de conceitos e instrumentos para o gerenciamento costeiro e marinho. Estima-se que, por ano, entre 8 e 25 milhões de toneladas de resíduos sólidos entrem nos oceanos do planeta. No Brasil, o número se aproxima de 2 milhões de toneladas no mesmo período.

    Fruto dessas ações é a parceria com o projeto Fundo da Folia, um grupo voluntário que atua há quase uma década realizando limpeza subaquática nas praias da capital baiana. A iniciativa nasceu em 2010, com a observação de que o lixo gerado no carnaval era recolhido das ruas e das praias do circuito da folia, mas não do fundo do mar. A partir de então, as ações se intensificaram e o grupo foi crescendo. Hoje, as limpezas são realizadas semanalmente, com a ajuda voluntária de surfistas, mergulhadores, pesquisadores, estudantes e interessados em contribuir com a causa.

    Exposição – Com a participação nas ações de limpeza do projeto Fundo da Folia, pesquisadores do grupo Paranoá vêm coletando e analisando os diversos tipos de lixo e catalogando esses materiais para criação de uma coleção didática do lixo marinho. Parte da coleção está sendo exposta no Museu Náutico da Bahia, em uma parceria com o curso de oceanografia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), desde o ano passado, onde permanece pelos próximos meses.

    Hoje, o trabalho é um projeto de iniciação científica, desenvolvido no campus do IF Baiano em Catu. “A intenção é identificar cada polímero (lixo plástico) para uma coleção de referência que, daqui a cem anos, caso haja algum problema de contaminação, por exemplo, na Baía de Todos os Santos e alguém falar: ‘Ah, mas ninguém produz mais isso hoje.’, então, temos na coleção uma identificação científica de um produto que foi descartado na baía há cinquenta, cem anos atrás”, explica o orientador do projeto, professor e pesquisador do IF Baiano, José Rodrigues, que também coordena a implantação da Rede Brasileira de Coleções Didáticas e Científicas do Lixo Marinho (Re-COLIXO).

    Os materiais coletados do fundo do mar evidenciam o impacto ambiental do excesso de lixo nos oceanos. “Não é um problema novo. A academia estuda isso há mais de 30 anos e só agora a sociedade está tomando ciência da catástrofe”, afirma o pesquisador José Rodrigues.

    Impactos – Hoje, são frequentes no noticiário os mais diversos casos de animais marinhos vítimas de acidentes causados pelos resíduos perdidos nos oceanos. Este é apenas um dos impactos decorrentes do problema. O pesquisador aponta também o efeito na cadeia alimentar das espécies. “Temos estudos mostrando a presença de lixo no trato intestinal até dos zooplânctons, pequenos organismos que vivem dispersos na coluna d’água.”

    Esses zooplânctons, junto com os fitoplânctons, são a base da cadeia trófica dos oceanos, explica Rodrigues. “Todos os outros animais estão acima deles e então, esses pequenos organismos vão ser comidos, com o plástico, pelo peixe um pouco maior”. Em seguida, a espécie pode servir de alimento aos predadores de topo, os grandes mamíferos, tubarões, aves, etc, e no meio do caminho, passa pelas espécies mais comerciais como, por exemplo, os atuns e salmões.

    O próximo destino do plástico é de fácil dedução. Lembra daquele peixe assado que você comeu outro dia na praia? Nós, seres humanos, somos consumidores das espécies comerciais marinhas. “Nós estamos ingerindo plástico”, destaca Rodrigues. “O que não sabemos ainda é o que esse plástico vai fazer no nosso corpo. Estudos recentes já confirmaram a presença de plástico nas fezes humanas. Isso quer dizer que o plástico está chegando. Mas, chega só por causa do peixe? Não. Na água mineral da garrafinha plástica também vêm resíduos daquilo que, hoje, começamos a estudar – mas precisa-se de equipamentos mais sofisticados – que é o nanoplástico. O animal come o plástico porque ele confunde o saco (plástico) com seu alimento. O ser humano não confunde o saco com o alimento dele, mas o alimento do ser humano pode ser um peixe que confundiu”, complementa.

    Parque – Outra ação em desenvolvimento é a participação na implantação do Parque Natural Municipal Marinho da Barra na capital baiana. O projeto, que está em tramitação no âmbito municipal, contou com a consultoria do pesquisador José Rodrigues. A intenção é implantar uma unidade de proteção integral que promova atividades de turismo sustentável e onde são vedadas práticas que gerem poluição ambiental ou retirada de recursos naturais.

    Em audiência pública, realizada em novembro de 2018 e promovida pela Secretaria de Cidade Sustentável e Inovação (Secis), a criação do Parque Natural Municipal Marinho da Barra obteve o aval da sociedade. Pioneiro em Salvador, a unidade vai conservar, além do ecossistema marinho, o patrimônio cultural subaquático formado por três naufrágios entre o Farol da Barra e o Forte de Santa Maria: o Bretagne (1903), o Germânia (1876) e o Maraldi (1875) e promover lazer contemplativo e um espaço para realização de pesquisas científicas.

    Assessoria de Comunicação Social, com informações do IF Baiano

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