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  • O projeto de mestrado de um pesquisador de Santa Catarina tem ajudado professores a estimular hábitos saudáveis na rotina de crianças e adolescentes. Para falar sobre esse trabalho, o programa Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC, tem como convidado da edição desta sexta, 19, o criador do projeto, Salvador Sergi Agati, da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

    O ponto de partida foi o clássico João e Maria, conto infantil de tradição oral que, adaptado no século 19 pelos Irmãos Grimm – no original, em alemão, Hänsel und Gretel –, percorreu o mudo em várias versões, tanto na literatura quanto no cinema. Na história, dois irmãos, filhos de um pobre lenhador, se perdem na floresta e, de repente, encontram uma casinha especial, com telhado de chocolate, paredes de bolo e janelas de jujuba. Porém, não tardam a descobrir que algo de muito errado havia com tamanha maravilha encontrada “ao acaso” – eles acabam se tornando prisioneiros da dona da casinha, uma bruxa, que os enchia de guloseimas com a intenção de devorá-los quando estivessem bem gordinhos.

    Baseado nesse conto, Salvador criou o jogo para computador João e Maria contra a Bruxa Guloseima, indicado para crianças a partir oito anos. Tanto quanto na historinha, o desafio é frustrar os planos da bruxa – que simboliza a obesidade –, ajudando as crianças na escolha por alimentos saudáveis, a fim de que rejeitem aqueles recheados de gordura e açúcar.

     O jogo – A didática do jogo, com três níveis de dificuldade, favorece o trabalho do professor em sala de aula na hora de explicar aos alunos sobre a classificação e o processamento dos alimentos e composição dos grupos alimentares. “É apresentada à criança uma imagem de um alimento e ela tem que escolher entre duas alternativas”, explica Salvador. “Uma delas é a correta. No começo, a criança vai por tentativa, mas depois, habituando-se às imagens, já tem uma noção se o alimento é in natura, processado ou ultraprocessado”.

    A ideia do professor foi muito bem recebida pela Udesc. “Achamos que seria uma temática muito boa de ser explorada e muito útil para a sociedade, porque hoje em dia realmente nós temos uma pandemia de obesidade”, avalia o orientador do programa de pós-graduação no qual Salvador inscreveu seu projeto. “O jogo contempla todas as temáticas relevantes para discutir a problemática da obesidade e da promoção da vida saudável. ”

    Testes – Para desenvolver o game, Salvador consultou pesquisas sobre obesidade infantil, a partir de material disponível no Ministério da Educação e no Ministério da Saúde, além de ouvir nutricionistas e especialistas nessa área. A seguir, o jogo foi apresentado a três públicos distintos. Especialistas técnicos testaram a interface e a usabilidade da ferramenta. Profissionais da saúde, como nutricionistas e educadores físicos, avaliaram o conteúdo e as informações nutricionais. Por fim, professores e um grupo de 20 crianças do ensino fundamental da rede pública de Joinville (SC) testaram o conteúdo pedagógico.

    O objetivo dos testes foi garantir que todas as informações ficassem claras na tela, para que a criança, atenta às opções, entendesse também o resultado de suas escolhas. Caso o jogador ignorasse o consumo de alimentos que não são saudáveis, poderia prejudicar a vida dos personagens. “Conforme a criança vai coletando o alimento, vai vendo o que acontece com esses medidores e vai percebendo se esse alimento é bom para ela ou não”, revela Salvador.

    João e Maria contra a Bruxa Guloseima foi eleito, durante um simpósio internacional de jogos, o melhor artigo acadêmico da América Latina. O game é compatível com o sistema operacional Windows e pode ser baixado gratuitamente. Os dados gerados pela ferramenta podem ser usados pela comunidade científica para a criação de estudos.

    Clique aqui para acessar o jogo. 

    Assessoria de Comunicação Social

     


  • Agricultores e funcionários da escola paranaense juntam-se aos alunos para incentivar o cultivo de hortas orgânicas: qualidade de vida melhorou (Foto: Divulgação)O programa Trilhas da Educação, exibido pela Rádio MEC, traz nesta semana a história de Elaine Cristina Benteo, professora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Nelson Ângelo Rech, em Marilena, interior do Paraná. Junto aos estudantes e à comunidade local, ela desenvolveu um projeto que tem contribuído bastante para a redução da obesidade entre crianças e adultos.

    O projeto partiu de uma constatação da professora, durante a aula de matemática sobre grandezas e medidas, de que a maioria dos alunos estava muito acima do peso e mantinha um vida sedentária. “Para que compreendessem os cálculos de massa, fizemos a pesagem de todos eles e os resultados na balança me assustaram”, conta.

    Para tirar qualquer dúvida a respeito dessa descoberta, Elaine pediu a uma equipe de pesquisadores que fizesse uma análise detalhada da turma. O trabalho comprovou que que mais da metade se encontrava na faixa da obesidade. O passo seguinte foi marcar uma reunião com pais, funcionários da escola, agricultores familiares e agentes de saúde, a fim de buscar uma solução para o problema.

    Mudanças – Segundo Elaine, houve grande mobilização em torno da transformação de hábitos alimentares. Os agricultores ajudaram no plantio de hortas orgânicas e as crianças tiveram aulas sobre a origem dos alimentos e a importância dos nutrientes para a saúde. Paralelamente, passaram a contar com mais atividades esportivas no ambiente escolar. 

    Outra medida importante foi adotada em casa, com o compromisso dos pais de substituir os produtos industrializados por opções saudáveis. Boa parte das crianças estava acostumada a salgadinhos, biscoitos, sucos industrializados e refrigerantes. A essa rotina, somavam-se dois agravantes: o hábito de passar muito tempo na frente da televisão ou do computador e a pouca frequência de exercícios físicos.

    Uérida Scotta, mãe do aluno Rafael, de nove anos, mudou o cardápio de toda a família. O filho perdeu peso e deixou de ser sedentário. “Eu e meu marido também aprendemos muita coisa por causa desse trabalho da professora Elaine”, relata. “Antes, a gente comia muita massa e tomava refrigerantes. Agora, é só no final de semana e olhe lá. Nosso cardápio abriu lugar para mais verduras e legumes.”

    Graças ao projeto, Elaine Benteo foi premiada na 9ª edição do Prêmio Professores do Brasil. O Prêmio Professores do Brasil é uma iniciativa do MEC, que, em parceria com instituições parceiras, como entidades sem fins lucrativos e empresas de iniciativa privada, busca reconhecer, divulgar e premiar a atuação de profissionais do magistério na melhoria do ensino. Este ano, a 10ª edição do Prêmio está com as inscrições abertas até o dia 25 de agosto.

    Assessoria de Comunicação Social

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