Portal do Governo Brasileiro
Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página
  • Dirigentes de cinco entidades nacionais da educação subscreveram, esta semana, uma nota sobre o livro didático Por uma vida melhor, de Heloisa Ramos, distribuído pelo Ministério da Educação para uso em turmas de educação de jovens e adultos nas escolas públicas. No documento, as entidades consideram que as críticas são “infundadas, além de contribuírem para o preconceito e a discriminação social”.

    De acordo com a presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), Dalila Andrade, que assina a nota conjunta, o debate na mídia se ateve a um capítulo do livro, desprezando o restante da obra.

    No capítulo objeto do debate, explica Dalila, a autora parte da língua falada pelas camadas populares de jovens e adultos que vêm da periferia e da área rural, que é a realidade dos alunos da educação de jovens e adultos, para, depois, dar um salto para a língua culta. “O livro é sábio porque parte do conhecimento real do aluno e o conduz para patamares da norma culta”, explica Dalila.

    Para o diretor de assuntos educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno de Araújo Filho, situar o debate a um capítulo do livro tem mais a ver com disputa do mercado editorial do que para a verdadeira preocupação com o ensino correto da língua portuguesa. A obra Por uma vida melhor, diz ele, foi produzida por uma organização não governamental, analisada e aprovada por especialistas e adotada pelo MEC no Programa Nacional do Livro Didático. Não foi produzida por uma grande empresa do ramo, explica.

    O conteúdo da nota conjunta das entidades é o artigo A fala dos pobres: muito barulho por nada, de autoria da pesquisadora da Anped, Marlene Carvalho.

    Subscrevem a nota a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), a Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae), a Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (Anfope), o Centro de Estudos Educação e Sociedade (Cedes) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

    A União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) também se manifestou sobre a polêmica envolvendo o livro Por uma vida melhor. A obra, diz a entidade, foi escrita por professores com experiência em educação de jovens e adultos; a seleção para a o Programa Nacional do Livro Didático – educação de jovens e adultos, foi realizada por professores de universidades públicas; a escolha para uso nas escolas foi feita por professores.

    Assessoria de Comunicação Social

    Leia a íntegra da nota da Undime

    Leia a íntegra da nota das entidades

  • Ao responder à primeira sequência de perguntas de parlamentares sobre o livro Por Uma Vida Melhor, durante audiência pública na Comissão de Educação do Senado Federal, nesta terça-feira, 31, o ministro da Educação, Fernando Haddad, citou artigo do diretor-executivo do Instituto Fernando Henrique Cardoso, Sérgio Fausto, que defende a obra. Haddad também citou o apoio de cerca de 20 entidades ligadas à educação, entre elas, a Associação Brasileira de Linguística (Abralin) e a Associação Brasileira de Linguística Aplicada do Brasil (Alab).

    O ministro também destacou o apoio à obra por professores universitários de teoria literária e linguística e citou a escritora Ana Maria Machado. No registro dos anais da Academia Brasileira de Letras (ABL), ela diz “ter sido usada” no debate e que não teria se manifestado da forma que fez caso tivesse lido o capítulo inteiro do livro.

    No artigo Educação em Debate, publicado no jornal O Estado de S. Paulo, na segunda-feira, 30, Sérgio Fausto afirma: “O procedimento consiste na desqualificação de ideias sem o mínimo esforço prévio de compreendê-las. Funciona assim: diante de mero indício de convicções contrárias às minhas, detectados em leitura de viés ou simples ouvir dizer, passo ao ataque para desmoralizar o argumento em questão e os seus autores. É a técnica de atirar primeiro e perguntar depois. A vítima é a qualidade do debate”.

    Mais adiante, o mesmo Sérgio Fausto destaca: “Noves fora um certo ranço ideológico, aqui e ali, o livro é de bom nível. Trabalho de gente séria, que merece crédito. E um pouco mais de respeito. Fica o testemunho: a ONG responsável pela obra tem entre seus dirigentes, se a memória não me trai, profissionais responsáveis, no passado, por um dos melhores cursos de educação de jovens e adultos da cidade de São Paulo, o supletivo do Colégio Santa Cruz”.

    O autor do artigo também observa: “O desempenho dos alunos em português vem melhorando, em especial no primeiro ciclo do ensino fundamental, conforme indicam avaliações nacionais e internacionais, ainda que mais lentamente do que seria desejável e necessário (...)”.

    Avaliação— Haddad informou os senadores sobre o desempenho dos alunos brasileiros no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Em 2010 o Brasil foi o terceiro país que mais cresceu, superando 12 nações. Hoje, ocupa o 53º lugar, mas está próximo do Chile e de Israel, nações reconhecidas no mundo por seus esforços na área educacional.

    Sobre o livro Por uma Vida Melhor, Haddad explicou aos parlamentares que não há educador que não defenda o ensino da norma culta em qualquer etapa do ensino, mas que a abordagem para alcançar esse objetivo pode ser diversa.

    História— O ministro disse ainda ser inviável retirar a história contemporânea dos livros didáticos, como sugeriram alguns senadores. “Estaríamos na contramão do que vêm fazendo as universidades do país, ao cada vez mais cobrar conteúdos de história contemporânea. É adequado que façam isso”, disse Haddad.

    De acordo com o ministro, o programa do livro didático do Ministério da Educação foi estruturado para suportar a situação-limite na qual se encontra, entre a censura e a qualidade das obras. “Há modelos alternativos, como o totalmente estatal e aquele no qual o mercado simplesmente oferece os livros”, explicou, ao indicar que o modelo brasileiro é híbrido, mas sem o viés da censura.

    Sobre eventuais mudanças no decreto que regulamenta o livro didático, Haddad disse estar aberto a sugestões, se forem pontuais. “Se for algo mais estrutural, o Congresso Nacional pode fazer isso por meio de projeto de lei.”

    Assessoria de Comunicação Social

    Leia mais...
    Obra do MEC não preconiza erro gramatical, afirma ministro
Fim do conteúdo da página