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  • O projeto UbatubaSat envolveu cerca de 300 estudantes, que estudaram eletrônica básica e surpreenderam especialistas no Brasil e no mundo (Foto: Divulgação) Ao saber que uma empresa norte-americana estava comercializando kits de satélites espaciais, junto com o serviço de lançamento, o professor de matemática Cândido Oswaldo Moura, da Escola Presidente Tancredo de Almeida Neves, de Ubatuba (SP), propôs a seus alunos do sexto ano do ensino fundamental construir o equipamento. Foi assim que teve início, em 2010, o Projeto UbatubaSat, que resultará no lançamento do satélite em janeiro de 2017, no Japão.

    A trajetória do professor e de seus alunos é contada no filme Projeto UbatubaSat – Uma Jornada do Conhecimento, que será exibido pela primeira vez na televisão, no dia 6 de outubro, na TV Escola, às 11h, com reprise às 17h. A experiência foi registrada pela jornalista Daniela Gross. “A história é muito bacana, ver um professor tão entusiasmado, com vontade de fazer diferente, me entusiasmou também”, disse ela.

    Após conseguir patrocínios, Cândido criou um grupo de professores e, com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Agência Espacial Brasileira (AEB), deu início aos trabalhos, em 2010. Cerca de 300 alunos participaram. Um grupo de seis estudantes mais experientes trabalhou na construção. O projeto é inédito, pela idade dos estudantes envolvidos, e atraiu a atenção de instituições da Inglaterra, Estados Unidos e Japão. 

    Experimento – Para aprender a montar o satélite, os alunos que compõem o grupo passaram por cursos de solda com qualificação espacial e de eletrônica básica. Desde então, o projeto científico não parou de surpreender a todos. Chicago, nos Estados Unidos, e Nagoya, no Japão, foram lugares visitados pela equipe da escola.

    A equipe promoveu um concurso para a rede pública de Ubatuba e uma jovem gravou uma mensagem que vai ser transmitida de órbita para a escola, em inglês e português. Mas o satélite também tem uma importante função – ou carga útil, como se diz tecnicamente: servir de ferramenta para um experimento do Inpe, que pretende estudar as chamadas bolhas de plasma da atmosfera, fenômeno ionosférico que compromete a captação de sinais de satélite e antenas parabólicas em países localizados na linha do Equador. São causadas pelas variações dos ciclos solares.

    Expectativa – “Eles são considerados os jovens mais novos do mundo a ingressar na área espacial”, observa a jornalista Daniela Gross. Com isso a produtora do documentário garante que o projeto traz uma expectativa diferente para os estudantes de Ubatuba. O município do litoral de São Paulo é considerado uma cidade turística e de atividades de pesca.

    O professor Cândido destaca que educar é formar pessoas para mudar o mundo. “Não consigo ver a escola de outro jeito, gosto de pegar na mão e ensinar a andar no mundo”, comenta o professor, ao defender que o convívio com a ciência e a tecnologia ajuda a enfrentar desafios. “Quando você constrói um satélite aos 11 anos, você consegue qualquer coisa, ninguém te segura”, garante.

    Visite a página da Escola Tancredo Neves, de Ubatuba

    Assessoria de Comunicação Social 

  • O satélite russo Konus-Wind, administrado pela Nasa, detectou no dia 15 de março uma explosão de raios gama (GRB), que são raios provenientes de supernovas – estrelas gigantes que explodem no fim da vida. Esses fenômenos são os mais luminosos que acontecem no universo.


    Um dia após, os professores Carlos Navia e Carlos Roberto Alves Augusto, do Instituto de Física da Universidade Federal Fluminense (UFF), analisando os dados registrados pelo Telescópio Tupi do Laboratório da UFF, encontraram um excesso de muons (partículas subatômicas produzidas pelos raios gama) exatamente no mesmo horário registrado pelo satélite russo. Os professores calcularam as coordenadas registradas pelo Tupi que mostram o local do céu onde ocorreu o fenômeno.


    O professor Navia entrou em contato com os líderes do projeto Konus-Wind da Nasa, Kevin Hurley e Valentin Palshin, e passou as coordenadas deste evento. Após cálculos realizados por Hurley por meio do Interplanetary Network (IPN), elas foram confirmadas. Pela primeira vez, esse cálculo foi feito baseado em dados obtidos no solo e confirmados. Dessa forma, os professores da UFF foram precursores no mundo desta descoberta. No dia 19 de março, Hurley convidou a equipe do Telescópio Tupi para assinar um documento anunciando a descoberta.


    O professor Navia esclarece que o fenômeno já ocorreu há milhões de anos, mas só agora esses raios estão sendo detectados, como a luz das estrelas que vemos no céu e que chegam até nós depois de milhões de anos.

    Núcleo de Comunicação Social da UFF

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