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  • Aulas sobre meio ambiente fizeram parte do projeto desenvolvido na escola mineira (foto: divulgação)Ao observar que os alunos matriculados na educação de jovens e adultos (EJA) mostravam desânimo e insegurança quanto à possibilidade de concluir o curso, a professora Márcia Moreira Lourenço Vidal, que leciona inglês e português na Escola Estadual Professora Francisca Pereira Rodrigues, em Piraúba, Minas Gerais, percebeu que era hora de mudar a maneira de agir e ir ao encontro dos estudantes. “Procuramos entrar em suas vidas e saber quais as necessidades”, diz a professora.

    Assim, na busca de um ensino mais humano, surgiu o projeto Solidariedade e Cidadania em EJA, desenvolvido ao longo dos anos letivos de 2014 e 2015. De acordo com Márcia, a motivação era a de formar alunos cidadãos, participativos, capazes de se movimentar em busca de sonhos e objetivos. “Queremos incentivá-los a ser pessoas atuantes, que façam a diferença na sociedade em que vivemos”, explica.

    No primeiro contato, em uma roda de conversa, os estudantes, com idades de 15 a 70 anos, receberam explicações sobre o trabalho que seria feito. Depois, em uma segunda etapa, foram apresentadas sugestões de atividades. “Foram levadas em conta ideias trazidas pelos alunos, selecionadas de comum acordo”, diz Márcia. Posteriormente, a escola fez parcerias com a prefeitura e outros órgãos e entidades para a realização de oficinas, palestras e minicursos. Paz, meio ambiente, sustentabilidade, motivação, comportamento em sociedade, valores éticos, drogas, família e resgate de nossa cultura foram alguns dos temas abordados.

    Método — A professora explica que saber lidar com as diferenças é um fator importante do Método Paulo Freire, exercitado a cada passo do projeto. “Valorizamos a experiência de cada um.” Segundo Márcia, cada aluno deu sua contribuição e todos puderam aprender uns com os outros nas rodas de conversa, nas oficinas, nos seminários e nas palestras.

    Os encontros, pelo menos uma vez por mês, no auditório da escola, eram realizados nos dois últimos períodos (quarto e quinto horários) das aulas noturnas. Os dias da semana eram alternados para evitar interferência no horário de apenas uma disciplina.

    A experiência mostrou, de acordo com a professora, que os alunos da educação de jovens e adultos estão aprendendo a ser praticantes da solidariedade e da cidadania, a aproveitar as oportunidades e a melhorar seu modo de viver e de suas famílias. “Pudemos enxergar novas possibilidades em suas vidas”, destaca. Na visão de Márcia, a maioria dos estudantes quer mudar, crescer e expandir os conhecimentos. “Bastou oferecermos a eles uma dose de coragem, de dedicação e amor e olhar para eles de forma diferente”, diz. “A EJA tem hoje um novo olhar, os alunos participam, dão sugestões; houve um amadurecimento gradativo em suas personalidades. Resgatamos os sonhos e a autoestima dos estudantes.”

    Premiação — O projeto Solidariedade e Cidadania em EJA recebeu menção honrosa em premiação da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação, a Medalha Paulo Freire de 2016. Para Márcia, isso tem um significado especial. “Mostra o reconhecimento de uma educação de qualidade em nossa escola e em nossa cidade”. Em 2013, a professora recebeu a medalha pelo projeto Economia Solidária em EJA.

    Com graduação em letras e pós-graduação em docência superior, Márcia está no magistério há 24 anos. Ela leciona nos três turnos e, além de alunos da educação de jovens e adultos, atende turmas de ensino fundamental e médio.

    Motivação — O diretor da escola, Marzolini dos Santos Borges, entende que trabalhar com projetos na educação de jovens e adultos é um caminho interessante. “Cria uma motivação a mais para a frequência e permanência do aluno na escola e possibilita o conhecimento de vários aspectos culturais e sociais”, afirma.

    Marzolini revela que os planos para 2016 incluem a manutenção dos projetos específicos para as turmas da educação de jovens e adultos, além da criação de um projeto de leitura que envolva toda a escola. “Estamos estudando a possibilidade de fazer um projeto sobre desenvolvimento sustentável devido à vasta zona rural que temos”, diz. Nesse projeto, segundo Márcia, será possível explorar o cultivo de frutas e oferecer um destino lucrativo e sustentável, com respeito ao próximo e ao meio ambiente.

    Fátima Schenini

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  • O Ministério da Educação divulgou a seguinte nota oficial, referente ao desaparecimento do jovem Matheus Amorim Lopes, estudante da Universidade de Brasília (UnB):

    “Nós, do Ministério da Educação, externamos nossa solidariedade pessoal e em nome de nossa equipe com os familiares, os amigos e, em especial, com a mãe do jovem Matheus Amorim Lopes, a jornalista e servidora do MEC Rovênia Amorim. Matheus é brasileiro, está desaparecido na Argentina e a família busca notícias.”

    Nas redes sociais, Rovênia Amorim compartilhou sua apreensão com o desaparecimento do filho. Segundo a postagem, Matheus está sem dar notícias à família desde 10 de fevereiro, quando o jovem disse estar em San Luis, na Argentina, a caminho das montanhas. Matheus saiu de Brasília em 1º de fevereiro, rumo a Florianópolis. De ônibus e sozinho, levando uma mochila e R$ 2 mil, o estudante da UnB foi para o Uruguai e fazia planos para ir até o Chile. “A família toda está muito preocupada”, desabafou a servidora.

    Junto ao Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Educação reforçou o pedido feito pela família ao Itamaraty, para que consiga apoio junto ao Governo Argentino para esclarecer o caso. O MEC salientou também o pedido a todos que tenham amigos e familiares na Argentina que divulguem a informação, para que o jovem seja encontrado. “Estamos numa grande corrente positiva para que Matheus esteja bem e retorne ao convívio da família em paz”, completa a nota divulgada pelo ministério.

    Assessoria de Comunicação Social


  • Para este ano letivo, já foram reunidos mais de dois mil kits de material escolar para distribuição entre alunos carentes de escolas da periferia de Porto Alegre (arte: ACS/MEC)Gaúcho, pintor e preocupado com o futuro das crianças. Cláudio Roberto da Costa, 53 anos, morador da comunidade Vila Safira, na periferia de Porto Alegre, dedica-se a um objetivo: melhorar o presente e garantir um futuro de qualidade para as crianças da região. Após observar que muitas delas passavam manhãs e tardes sem nenhuma ocupação pelas ruas da comunidade em que vive, Cláudio foi buscar respostas. “Começava o ano letivo e eu via crianças o dia inteiro na rua”, conta. Descobriu, então, uma triste realidade: muitos meninos e meninas não tinham sequer lápis e cadernos para poder frequentar a escola.

    “Quando eu perguntava a elas por que não estavam na escola, ouvia como resposta que o pai ou a mãe não tinham dinheiro, que fim de mês era complicado”, revela. “Aí, eu vi que precisava fazer alguma coisa.”

    Cláudio teve então a ideia: “Precisava fazer uma campanha de material escolar”.

    A ação começou no ano passado, e o resultado foi animador. Foi arrecadado material suficiente para montar 1,6 mil kits. Para 2017, já são mais de dois mil. Cada um deles é composto por um caderno grande e um pequeno, uma caixa de lápis de cor ou giz de cera, um tubo de cola, dois lápis, uma caneta, uma borracha e um apontador. É um material básico, mas é um incentivo para a criança entrar no primeiro dia de aula na escola”, diz. Ele minimiza os méritos de sua iniciativa: “Eu sou apenas uma ponte; são as pessoas que oferecem o material”.

    A campanha de arrecadação de material escolar é elogiada na comunidade. Professora da rede pública estadual de ensino, Vanessa Nascimento é uma das patrocinadoras. Ela faz as doações por ver, em sala de aula, as dificuldades por que passam as crianças sem o material escolar. “É por isso que eu colaboro; a gente vê que essa questão da autoestima atinge muitas crianças. Às vezes, elas chegam na escola sem calçado, sem lápis”, lamenta. “Na escola pública, há essas disparidades. Qual é o estímulo que a criança tem para chegar à escola e começar a ler e aprender quando está distraída, olhando o que o coleguinha do lado tem? Dar um lápis para uma criança, às vezes, é um carinho.”

    Lição — Cláudio espera, além de ajudar as crianças da comunidade, estar ensinado uma lição sobre cidadania. “Estamos de passagem nesse planeta”. diz. “Então, eu uso como exemplo o esporte olímpico de revezamento, que tem a passagem de um bastão; estou preocupado com a qualidade do bastão que vamos passar para as crianças.”

    As inclinações altruístas de Cláudio não são de hoje. Quando jovem, o pintor quis fazer parte do Projeto Rondon, uma ação do governo federal que envolve universitários no desenvolvimento sustentável de comunidades e promoção da cidadania. Mas a vida o levou a outros caminhos.

    Cláudio morou na periferia de cidades brasileiras de Minas Gerais, São Paulo, Maranhão e Distrito Federal. Descobriu que em todas elas, em qualquer parte do país, há os mesmos problemas e que somente com atitudes é possível mudar as coisas. Assim, ele voltou a Porto Alegre e criou o Projeto Vó Chica, que leva o nome de uma antiga moradora da comunidade, conhecida por suas ações beneficentes.

    A sede do projeto funciona em sua própria casa. “Temos um espaço cultural nos fundos da minha casa”, destaca. “A estrutura conta com quatros computadores para informática, iniciação de balé para 30 meninas, uma pequena biblioteca e um espaço de meditação.”

    Assessoria de Comunicação Social


  • Vai além do apelo comercial o que uma temporada natalina pode oferecer. Essa é a percepção que a professora Danielle Ferreira da Silva vem desenvolvendo, cotidianamente, entre os alunos de educação infantil da Escola Classe 68 de Ceilândia. No período em que todos se preparam para as festividades de fim de ano, ela aproveita e trabalha com as crianças os valores da solidariedade. Sua ação, que tem tido sucesso, é o tema de
    Trilhas da Educação, programa da Rádio MEC que vai ao ar nesta sexta, 16.

    Desse trabalho faz parte uma campanha que ela e os demais professores estão fazendo para arrecadar brinquedos. “Esta é uma época de amor, e está todo mundo envolvido”, resume a professora. Ansiosas pela chegada dos presentes, as crianças se empenham nas tarefas demandadas pela ação – escrever cartinhas e fazer desenhos com os pedidos. “Para os meus alunos, eu expliquei: olha, você pode pedir o que você quiser, mas você vai ficar feliz se ganhar qualquer outra coisa? ”, relata. “Eles sempre dizem: ‘sim, qualquer coisa que eu ganhar, eu vou ficar feliz’. Eles estão na expectativa. ”

    Trata-se de uma campanha aberta, que envolve não só a comunidade local, como quem mais quiser participar. As doações podem contemplar os pedidos das crianças. E diversidade é o que não falta nos desejos, conta a professora. “Um aluno pediu uma bolinha de sabão. Um pediu um drone; outro, um o helicóptero; uma, a Barbie e a sorveteria da Barbie; e outra só pediu uma bonequinha. Teve uma que pediu vestido com brilho. Uns sonharam bem alto, outros não: ‘quero só uma bolinha de sabão e pronto’.”

    Atividades – Nesta etapa, explica Danielle, tudo é estímulo e aprendizado – passando pelos temas propostos pelo currículo escolar e alcançando noções de autocuidado e convivência com os outros. “A gente trabalha muito com a questão lúdica, aspectos corporais, coordenação motora, linguagem oral e escrita”, resume. “Eles aprendem também o nome, conhecem todas as letras do alfabeto associando a gravuras, os numerais até dez, formas geométricas, cores... Trabalhamos também o cuidado que precisam ter consigo mesmos e com o outro; a aceitação de diferenças. Isso, assim, resumindo porque é muita coisa.”

    Nas atividades em sala de aula, o assunto das cartinhas de fim de ano é tema frequente. Certo dia, um dos alunos questionou a existência de Papai Noel. A resposta, dada por um dos meninos da turma, deixou a professora orgulhosa.  Ela conta a história: “Rapidinho, um coleguinha se levantou e falou: ‘olha, o Papai Noel existe e é quem vai te dar o presente. Tipo assim: a mamãe é o Papai Noel; se for o titio, o titio é o seu Papai Noel, igual às pessoas a quem a tia Dani pediu os presentes. Elas são os nossos papais noéis’. Eu achei tão fofo porque entendeu direitinho o recado.”

    Acolhimento – Todo o empenho de Danielle é para que as crianças se divirtam e sintam-se também acolhidas, já que várias, em situação de vulnerabilidade, nem sempre podem contar com a alegria de serem presentadas. “São muitas crianças em situação de carência”, relata a professora. “[No caso da] maioria dos alunos, os pais trabalham no comércio, são catadores, vendedores de balinhas, às vezes não trabalham... E o que a gente pode fazer é tornar [a realidade deles] um pouco mais agradável.”

    Para o início de dezembro, já está sendo preparada uma festinha, que assinalará o dia da entrega das doações. “Inicialmente, estamos pedindo só o brinquedo, mas tudo que for doado é bem-vindo”, lembra Danielle. “Se alguém tiver disponibilidade e quiser doar salgadinhos, um bolo, com certeza nós vamos aceitar e ficar supergratos.”

    As doações podem ser feitas diretamente na escola, na QNR 02, Conjunto 02, em Ceilândia. Também é possível entrar em contato pelos telefones (61) 99344-9980 e (61) 99183-4635. “É muito legal porque as pessoas ajudam, então, a gente fica [feliz]: puxa, acontece, é real”, comemora a professora. O prazo para a entrega dos presentes se encerra no dia 30 de novembro.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • A Rede Ebserh, que atua na gestão de hospitais universitários federais brasileiros, apresentou nesta segunda-feira, 3, o balanço preliminar da ação Ebserh Solidária. Aproximadamente 40 profissionais de saúde dos hospitais universitários vinculados à empresa pública atenderam voluntariamente milhares de imigrantes venezuelanos que estão nos abrigos em Boavista (RR) e Pacaraima (RR). A semana de atividades, com início em 27 de agosto e término em 1º de setembro, contou com mais de 4.600 atendimentos de clínica médica, pediatria, ginecologia, enfermagem, oftalmologia, odontologia, infectologia e exames rápidos de HIV, sífilis e Hepatite B.

    Segundo o presidente da Rede Ebserh, Kleber Morais, a ação promoveu benefícios aos voluntários, aos imigrantes e, principalmente, ao povo brasileiro. “Essa semana de trabalho voluntário foi um diferencial para aquelas pessoas que estavam no abrigo, sem atenção médica. O balanço da ação é bem positivo. Fizemos mais de 4.600 procedimentos em um abrigo com pouco mais de cinco mil pessoas”, ressaltou Kleber Morais, salientando a importância do ato humanitário que favoreceu os dois países. “Esses imigrantes estão em nosso país e, se nós não cuidarmos deles, a população brasileira será afetada em demasia. Ou seja, estamos cuidando dos imigrantes e também do pessoal do nosso país”, completou.

    Ação Ebserh Solidária realizou mais de 4.600 atendimentos voluntários a imigrantes venezuelanos que estão nos abrigos em Boavista (RR) e Pacaraima (RR) (Foto: Divulgação/Ebserh)

    A semana de atendimento também foi providencial para levantar quais as principais patologias apresentadas por populações nesta situação. Os dados serão compartilhados com instituições públicas que têm envolvimento direto com o acolhimento de refugiados. Os casos mais comuns no abrigo de Roraima foram de escabiose – popularmente conhecida como sarna –, diarreia, pneumonia, varicela e a necessidade de orientações sobre a importância do uso de contraceptivos.

    Realidade – Lídia Mayrink, médica pediatra e professora da Universidade Federal de Uberlândia, foi uma das voluntárias, e considerou a experiência interessante e gratificante. “Na nossa cabeça, já imaginávamos o que íamos encontrar, mas a realidade foi um pouco mais difícil. Há muitas crianças nos abrigos”, disse ela. A médica ainda destacou problemas básicos encontrados nas crianças atendidas. “Cáries, problemas de pele, algumas infecções respiratórias, coisas simples de serem trabalhadas, principalmente porque estão relacionados à questão da aglomeração”, aponta. “Agora, além da questão do abrigo, da segurança, da alimentação e do atendimento médico, é preciso atentar para a falta da parte mais humanitária. As ONGs poderiam estar mais perto e providenciar a essas crianças atividades, escola e recreação”, concluiu.

    A iniciativa – A ação Ebserh Solidária foi criada para oferecer atendimentos de saúde voltados à população com dificuldade de acesso a esses serviços. Essa edição da iniciativa foi idealizada diante do número crescente da entrada de imigrantes venezuelanos no país, a fim de apoiar as atividades que visam minimizar o impacto gerado nos serviços públicos do estado de Roraima.

    Assessoria de Comunicação Social

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