CNE reúne especialistas para debater Plano Nacional de Educação
Avaliar os cinco primeiros anos do Plano Nacional de Educação (PNE) foi o objetivo do ciclo de debates que o Conselho Nacional de Educação (CNE) organizou nesta quinta-feira, 27, em Brasília. Participaram do evento técnicos do Ministério da Educação e de entidades educativas, além de integrantes da Comissão de Educação do Congresso Nacional.
Os conselheiros Antonio Carlos Ronca e Maria Beatriz Luce comentaram o impacto do PNE nos cursos de formação de professores e no magistério. Segundo Ronca, o PNE é respeitado no país, mas como a Lei de Diretrizes e Bases passou a exigir, de maneira progressiva, a formação superior dos professores, e as condições de trabalho não são as melhores do mercado, diminuiu o número de docentes, principalmente nas áreas de ciências da natureza (matemática, física, química e biologia).
Para atrair interessados no magistério, ele sugere que a jornada de trabalho seja de acordo com a jornada de alunos – incluindo um horário específico para atividades extracurriculares – e que o salário seja adequado à função. Ronca disse que diminuiu o número de escolas que oferecem o curso normal (nível médio) e que aumentou a procura por vaga nos cursos de licenciatura.
Para a professora, a desmobilização sindical e a aposentadoria precoce dos professores afastam os mais jovens da profissão. Ela ressaltou que muitos começam a lecionar na adolescência, mas não aparecem nas estatísticas porque estão em processo de formação (terminando o ensino médio ou o curso superior). Maria Beatriz comentou que o PNE não avançou mais porque não foi colocada em prática a criação dos planos estaduais e municipais de educação, que vão ajudar no cumprimento das metas.
Mapeamento – Ela ponderou que devem ser levados mais em consideração os processos e resultados do que o número total de professores formados e sugeriu que o CNE colete dados sobre os professores, de modo a mapear quais ainda não têm a formação adequada à série em que lecionam.
Também foi discutido, no ciclo de debates, a inclusão de questões de gênero no PNE, proposta por Maria Laura Sales Pinheiro, secretária adjunta da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. O evento foi encerrado pelo conselheiro Roberto Cláudio Frota Bezerra às 13h30.
Repórter: Raquel Maranhão Sá