Projetos premiados melhoram freqüência e aprendizado
Tornar o ambiente mais estimulante, com participação de alunos, pais e comunidade, influencia na freqüência e no aprendizado. A constatação foi feita pelos gestores das escolas premiadas nesta quinta-feira, 16, em Brasília, no concurso de incentivo à melhoria do ensino médio noturno, oferecido pela Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC). Dez escolas das cinco regiões do país receberam cada uma R$ 140 mil para o desenvolvimento das ações propostas.
Segundo a diretora de Políticas de Ensino Médio do Ministério da Educação, Lucia Helena Lodi, é a primeira vez que o governo federal incentiva financeiramente o ensino médio noturno, responsável por 49% das matrículas da rede pública neste nível de ensino. Os recursos serão usados para melhorar a condição das escolas, capacitar professores e dar aos jovens aulas adequadas à sua realidade.
Durante a entrega dos prêmios, o secretário de Educação Básica, Francisco das Chagas Fernandes, destacou a contribuição dos 900 projetos inscritos e, particularmente, dos dez premiados. “Os projetos devem ser levados em conta não só pelo prêmio que receberam, mas pela contribuição para a melhoria da educação”, disse. Com base nas experiências apresentadas ao longo do dia, os coordenadores de projetos, diretores e coordenadores estaduais de ensino médio discutiram uma proposta de organização curricular específica para esse turno.
Os prêmios foram entregues pelo secretário de Educação Básica do MEC, pela diretora de Ensino Médio e pelos representantes do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), do Fórum de Diretores das Faculdades de Educação (Forundir) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Confira as escolas.
Resgate – A Escola Bosque, de Belém (PA), registrou melhora de 70% na freqüência e aproveitamento em outubro, novembro e dezembro, período de planejamento do projeto encaminhado ao MEC. “Os alunos passaram a ter mais interesse pelas atividades porque o projeto foi construído com eles, a partir dos problemas que enfrentam no dia-a-dia”, explicou a coordenadora do Projeto Curupira, Luiza Pereira da Silva.
A qualificação para o trabalho é uma das ações planejadas pela escola para incentivar a freqüência, além de conteúdos de acordo com a prática, a experiência e a necessidade da turma. O objetivo é atrair o estudante, uma vez que o maior índice de abandono, 15,3%, se dá no ensino médio. Inclusão digital, trabalhos com bijuterias, materiais reciclados e até curso básico de eletrohidráulica fazem parte do programa. E vale tudo para tê-lo de volta: “Ir até a casa dele ou mandar bilhetes falando do projeto, por exemplo”, admite a professora.
Repórter: Heloisa d'Arcanchy