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Pesquisas e dados

Cresce interesse pelo Enem nas penitenciárias

  • Quinta-feira, 25 de maio de 2006, 14h02
  • Última atualização em Terça-feira, 22 de maio de 2007, 08h31

Cresce o interesse pelas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nas penitenciárias do país. O sistema penitenciário do Distrito Federal, por exemplo, que compreende seis presídios da região, já registra 198 inscrições para o Enem, contra 145 feitas em 2005. O Ministério da Educação enviou mais de duas mil fichas de inscrição para penitenciárias, presídios, casas de custódia, colônias penais e unidades da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) de todo o Brasil.

Para o coordenador nacional do Enem, Dorivan Ferreira Gomes, a solução para atender a população carcerária que demanda por educação é o ensino a distância. “O ideal seria que governantes construíssem laboratórios de ensino nos presídios. É difícil o preso ser liberado para estudar”, diz. Jovens e adultos que cumprem sentenças judiciais e que vão concluir o ensino médio em 2006, ou que já o concluíram, podem dar o primeiro passo para ingressar na universidade. Dados do Ministério da Justiça apontam que o país tem hoje 28.795 apenados em processo de educação.

Depoimentos – “O estudo me fez crescer. Hoje sou bem maior do que um dia fui.” O depoimento é de M., 41 anos, natural de São Luís de Montes Belos (GO), estudante do terceiro semestre de serviço social, na Universidade Católica de Brasília. M. estudou na cadeia e prestou o Enem enquanto cumpria pena de quatro anos por estelionato, no presídio feminino de Brasília. Hoje é bolsista (50%) do Programa Universidade para Todos (ProUni), mas só pôde cursar a faculdade depois de sair da cadeia.

“A educação é a luz do mundo. Me deu a chance de ler um livro inteiro e entender, além de me fazer conhecer o valor da liberdade de um homem”. A frase é de José Carlos, 31 anos, detento da Casa de Custódia de Palmas (TO), que cumpre pena de nove anos, por tráfico de drogas. Alfabetizado no sistema prisional, José Carlos sonha em alcançar a educação superior por meio do Enem. Ele escreveu um livro que será editado por convênio firmado entre o sistema prisional do estado e a Secretaria Estadual de Educação.

“Depois que a escola chegou, tudo mudou. Nem acredito que esse conhecimento está comigo, que ninguém vai tirá-lo”. A frase é de Marquesan, 24 anos, também alfabetizado no sistema prisional. Ele ainda cumpre pena na Casa de Custódia de Palmas. Pelo desempenho e dedicação no curso de alfabetização foi admitido como secretário administrativo da escola penitenciária, com direito a salário e benefícios.

O Colégio Estadual Lourdes Estivalete Teixeira, na Penitenciária Odenir Guimarães, em Goiânia (GO), atende 370 alunos. Para a diretora da instituição, Maristela Barcelos Costa, o sistema prisional do estado deve inscrever cerca de 40 apenados no Enem. A adesão dos sistemas penitenciários ao Enem pode ser feita até 2 de junho. O estabelecimento deve solicitar a aplicação do exame à coordenação-geral do Enem nos telefones (61) 2104-9044 ou 2104-9789.

Sonia Jacinto

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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