Inep comemora 70 anos
Neste sábado, 13, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC) completa 70 anos de existência. As comemorações começam a partir de quarta-feira, 17, e se estendem ao longo de um ano e meio.
A amplitude da comemoração se deve a dois marcos na história do Inep: sua criação em 13 de janeiro de 1937, por decreto do então ministro da Educação, Gustavo Capanema, e seu efetivo funcionamento, a partir de 30 de junho de 1938.
Na abertura, que começa às 14h do dia 17, no sagüão do Inep (Ministério da Educação, Anexo 1, 4º andar), haverá o descerramento de uma placa comemorativa, um recital com duas professoras da Universidade de Brasília (UnB), uma homenagem aos 77 servidores com mais tempo de casa, a repartição de um bolo comprado pelos funcionários e o lançamento de uma exposição sobre a história do Inep, com fotos, documentos históricos e obras raras, elaborada pelo Centro de Informação e Biblioteca em Educação (Cibec/Inep). Além disso, será apresentado o vídeo História Oral do Inep, documentário com depoimentos de servidores e ex-servidores.
Para os próximos meses está prevista uma série de eventos, conferências, lançamento de publicações, reedições de obras de Anísio Teixeira e de outras personalidades que também tiveram trajetória no instituto, além de uma exposição itinerante da história do Inep, que poderá passar por alguns estados do país. Para finalizar, está em estudo uma conferência internacional para discutir questões fundamentais ligadas às atividades do Inep.
“Por causa de sua importância e de sua história, achamos que o instituto merece uma comemoração dessas”, afirma Oroslinda Taranto Goulart, diretora de Tratamento e Disseminação de Informações Educacionais. “Parafraseando Lourenço Filho, primeiro diretor-geral do órgão, digo que a educação brasileira não seria a mesma se o Inep não tivesse sido criado”, completa.
História – De fato, o Inep desempenha papel fundamental em seu vínculo com o MEC, sendo responsável por organizar e manter o sistema de informações e estatísticas educacionais, entre outras atribuições.
Na época de sua criação, foi chamado inicialmente de Instituto Nacional de Pedagogia. Com a publicação do Decreto-Lei nº 580, regulamentando a organização e a estrutura da instituição, sua denominação mudou para Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos.
Nos anos seguintes, o Inep tornou-se uma referência para a questão educacional no país. Em 1944, foi lançada a Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (RBEP), em que todas as informações educacionais produzidas pela autarquia passaram a ser publicadas. Até hoje, a RBEP atende aos gestores, pesquisadores e estudiosos da educação.
Em 1952, assumiu a direção do instituto o professor Anísio Teixeira, que passou a dar maior ênfase ao trabalho de pesquisa. Já em 1972, o Inep foi transformado em órgão autônomo, passando a denominar-se Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, que objetivava realizar levantamentos da situação educacional do país. Com o governo da Nova República, em 1985, o Inep passou por um novo desenho institucional. Retirou-se do fomento à pesquisa, para retomar sua função básica de suporte e assessoramento aos centros decisórios do MEC.
Após o período de dificuldades pelas quais passou no início do governo Collor, quando quase foi extinto, o instituto iniciou um outro processo de reestruturação. No início dos anos 90, o Inep atuou como um financiador de trabalhos acadêmicos voltados para a educação. Em 1997, foi transformado em autarquia federal. Nos últimos anos, o instituto reorganizou o sistema de levantamentos estatísticos e teve como eixo central de atividades as avaliações em praticamente todos os níveis educacionais.
Letícia Tancredi