UnB lança cartilha sobre o sistema de cotas
Universidade de Brasília (UnB) está lançando uma cartilha com informações sobre a história da luta do movimento negro por espaço no ensino superior e, também, sobre o funcionamento do sistema de cotas na universidade. A cartilha também é chamada de Manual do Candidato ao Sistema de Cotas da UnB, já que tem a intenção de responder às principais dúvidas dos vestibulandos. Desde 2004, a UnB reserva 20% de suas vagas oferecidas a cada semestre a estudantes afrodescendentes, que se declaram negros ou pardos.
Elaborada pelo Coletivo Negro no Distrito Federal e entorno (grupo EnegreSer), a cartilha é simples, objetiva e sucinta, e busca responder às principais dúvidas dos estudantes que não dominam a cultura dos vestibulares. Ela informa quem tem direito a concorrer às vagas reservadas, que critérios definem ou não a negritude de um cidadão, o porquê do sistema de cotas e como fazer para participar dele, entre outras questões.
Jaques Jesus, assessor de Diversidade e Apoio aos Cotistas da UnB, afirma que a universidade percebeu a falta de informações sobre esse tipo de sistema, principalmente entre os alunos de baixa renda. “A cultura de fazer vestibular é da classe média. As informações sobre as seleções dificilmente chegam aos mais carentes”, explica. A UnB também pretende espalhar painéis sobre o assunto em algumas cidades do Distrito Federal, como Samambaia, Planaltina, Gama, Brazlândia e Ceilândia.
Apoio - Além disso, a instituição também conta com o apoio de entidades do movimento negro da região, escolas da rede pública, cursinhos populares e organizações não-governamentais para distribuir os panfletos e incentivar os estudantes a apostar no sistema de cotas. A expectativa de Jaques Jesus é de que os jovens afrodescendentes se sintam estimulados a participar do processo seletivo da instituição.
Em 2004, por meio do sistema de cotas, cerca de 300 negros entraram na UnB, para cursos principalmente na área de humanas e ciências sociais. Os cursos de direito e medicina receberam, no máximo, quatro alunos, cada. O mesmo resultado foi verificado no vestibular de 2005. Antes da aplicação do sistema de cotas, em 2003, ingressaram na UnB cerca de 4% de estudantes negros.
Repórter: Sonia Jacinto