Aumenta o número de adultos no ensino médio
No período de 1995 a 2004, cresceu 1.490% o número de matrículas de adultos em cursos supletivos de ensino médio no estado de São Paulo — de 29.944 para 466 mil alunos. Só na rede estadual, são 127 mil estudantes acima de 30 anos. Os demais estados seguem a tendência. Há no país cerca de seis milhões de pessoas que aproveitam o tempo livre à noite ou nos fins de semana para recuperar o tempo perdido.
De acordo com dados de 2003, 74% dos jovens paulistas entre 18 e 24 anos têm ou tiveram acesso ao ensino médio. Entre os 20% mais pobres, a taxa é de 47%. Dez anos antes, era de apenas 16%, o que representa um aumento de 200%. Dados unificados de matrículas escolares e populacionais mostram que esse patamar sobe para 85% na cidade de São Paulo. No Brasil, no período de 1993 a 2003, houve aumento de 55% no número de matrículas de jovens naquela faixa etária. Dentre os 20% mais pobres, de 27%. A mesma pesquisa mostra que, no ensino fundamental, os índices são ainda melhores. No estado de São Paulo, o acesso dos adolescentes de 15 a 17 anos ao estudo é de 93%. Em todo o país, de 85,2%.
“O aumento do número de alunos adultos é uma realidade em todo o país. É uma questão de conscientização das pessoas”, afirmou Cláudia Veloso Guimarães, coordenadora-geral da educação de jovens e adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC). “Quem não cursa o ensino fundamental e o médio na idade certa, tem o direito de fazer isso na idade adulta. Não é um favor dos estados e municípios. É essa política que tentamos desenvolver.”
Segundo Cláudia, o Ministério da Educação considera o programa Brasil Alfabetizado um momento fundamental de mobilização e sensibilização para a continuidade do estudo. “Não é um programa de campanha. É uma porta de entrada de um processo contínuo para toda a vida”, disse.
O Ministério da Educação investe na educação de jovens e adultos (EJA) por meio do Brasil Alfabetizado, que ensina pessoas acima de 15 anos a ler e a escrever, e do Fazendo Escola, que dá apoio técnico e financeiro aos estados e municípios para melhorar a qualidade do ensino fundamental de jovens e adultos. O primeiro já alfabetizou 3,3 milhões nos últimos dois anos e pretende atender 2,2 milhões de pessoas este ano. O segundo vai beneficiar, ainda em 2005, todos os alunos cadastrados no Censo Escolar de 2004 (3,3 mil estudantes) de mais de quatro mil municípios do país.
Repórter: Raquel Maranhão Sá