Alfabetização para pescadores na Bahia começa em outubro
O Ministério da Educação e a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap) definem até esta quinta-feira, 25, as diretrizes, o projeto pedagógico e os materiais didáticos para o projeto-piloto de alfabetização de pescadores em cinco municípios da Bahia. O projeto terá início no mês de outubro em Xique-Xique, Ibotirama, Barra, Remanso e Pilão Arcado com 1.700 pescadores.
Para preparar o projeto-piloto, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC) e a Seap realizam hoje, 24, e amanhã uma oficina, em Brasília, para ouvir as experiências de nove organizações não-governamentais que trabalham com comunidades de pescadores. De acordo com a assessora técnica da Coordenação de Pesca Artesanal da Seap, Maria Luiza Moretzohn, além da alfabetização, os pescadores serão motivados a ingressar na alfabetização de jovens e adultos (EJA) e receberão qualificação profissional e informação sobre a legislação pesqueira. Para o diretor do Departamento de Educação de Jovens e Adultos da Secad, Timothy Ireland, o projeto-piloto na Bahia atende a uma das prioridades de 2005 do programa Brasil Alfabetizado, que é dar atenção especial aos pescadores, pessoas em conflito com a lei, quilombolas, portadores de necessidades especiais e trabalhadores do campo.
Parceria – Executado pelo MEC e a Seap, em parceria com a Agência Espanhola de Cooperação Internacional (Aeci), a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) e a Universidade Estadual da Bahia, o projeto vai testar os recursos pedagógicos e também o modelo de alfabetização que será mais concentrado na época do defeso (período de dois a quatro meses em que a pesca é suspensa para a procriação). Dados do Ministério do Trabalho mostram que dos 70 mil pescadores cadastrados e que recebem o seguro-emprego no período do defeso, 48% não são alfabetizados e 79% são analfabetos funcionais.
Repórter: Ionice Lorenzoni