Uniafro edita obras de cunho étnico-racial
O Programa de Ações Afirmativas para a População Negra nas Instituições Públicas de Educação Superior (Uniafro) está preparando a produção de um conjunto de 18 obras voltadas para a temática étnico-racial. Elas estarão concluídas até setembro de 2006 e se dividem em publicações dirigidas à implementação da Lei nº 10.639/03 – que determina o ensino da história e da cultura afro-brasileira –, formação de professores e acesso e permanência de estudantes negros no ensino superior.
Com a elaboração de uma coletânea, volumes de periódicos e livros, o Uniafro vai proporcionar a formação continuada de 3,6 mil professores, beneficiar 216 bolsistas do ensino superior e desenvolver 20 pesquisas com recorte racial.
O programa – O Uniafro é desenvolvido em conjunto pelas secretarias de Educação Superior (SeSu) e de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), do Ministério da Educação, com os Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros (Neabs) das universidades públicas. O programa já investiu R$ 1,7 milhão em projetos ou programas das instituições, como o mapeamento étnico-racial e implementação de um programa de ações afirmativas para afrodescendentes, apresentado pelo Neab da Federal do Maranhão (UFMA) e o curso de Especialização em História da África, da Cultura Negra e do Negro no Brasil, desenvolvido pelo Neab da Federal de Tocantins (UFTO).
O diretor de Desenvolvimento e Articulação Institucional da Secad, André Lázaro, destaca que o Uniafro não significa um movimento segmentado para a comunidade acadêmica negra. “Ele é um movimento para toda a educação brasileira e não uma política para os negros. Ainda que eles mereçam. O objetivo desta e de outras ações similares é o enriquecimento da cultura brasileira, da universidade, do sistema de ensino.”
Para o diretor, o fato inovador do programa é o fortalecimento da cultura afro-brasileira no interior das universidades. Na opinião da coordenadora-geral de Políticas Estratégicas para a Educação Superior da SeSu, Fernanda Alves dos Anjos, o desenvolvimento dos programas ou projetos beneficiados pelo Uniafro contribui e aprofunda ações de combate ao racismo e à discriminação racial.
“A produção de conhecimento acerca das relações raciais e a referência à Lei 10.639 e às diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais, história e cultura da África e afro-brasileira, bases do Uniafro, otimizam e contribuem decisivamente para a promoção dos direitos humanos e otimizam as políticas de ação afirmativa”, destaca Fernanda.
Confira as instituições selecionadas e seus temas acessando a página eletrônica da SeSu.
Repórter: Sonia Jacinto