Mais três universidades aderem ao sistema de cotas
Mais três universidades aderiram, em 2005, ao sistema de reserva de vagas étnico-raciais e sociais, para ingresso em 2006: a Federal do Pará (UFPA), a Fundação Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec) e o Centro Universitário da Zona Oeste (Cuezo/RJ). O número de instituições cotistas no país já chega a 18. A reserva de vagas é distribuída entre negros, indígenas e alunos de escolas públicas.
As instituições precursoras no sistema de reserva de vagas foram as estaduais do Rio de Janeiro (Uerj), do Norte Fluminense (Uenf), da Bahia (Uneb) e de Mato Grosso do Sul (Uems), que começaram o projeto em 2003. No fim de 2006, estas universidades devem apresentar a primeira turma de formandos cotistas em cursos de graduação. A Uneb foi além e estendeu o sistema de cotas para a pós-graduação. Apesar das dificuldades na implantação do sistema, as universidades afirmam que quase não há evasão.
“O sistema tem se mostrado satisfatório. Temos obtido resultados bastante positivos”, diz o historiador Wilson Roberto de Mattos, coordenador do curso de mestrado em cultura, memória e desenvolvimento regional da Uneb. Segundo o professor, em 2005 mais de uma dezena de estudantes negros concluíram o mestrado na instituição pelo sistema de cotas.
A Uerj detém o maior número de cotistas negros do Brasil e oferece, em 2006, cerca de 2,2 mil vagas distribuídas em três modalidades: 20% para afrodescendentes, 20% para estudantes de escolas públicas e 5% para outras minorias étnicas e portadores de necessidades especiais. Segundo a diretora de Projetos Especiais e Inovação Tecnológica da Uerj, Márcia Souto Maior Mourão Sá, a universidade tem sete mil estudantes que ingressaram pelo sistema de reserva de vagas.
Uenf – A Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) oferecerá, no ano que vem, 225 vagas para cotistas - 100 para alunos de escolas públicas, 100 para afrodescendentes e 25 para estudantes com necessidades especiais e outras minorias.
O pró-reitor de graduação, Almy Júnior Cordeiro de Carvalho, ressalta que o fato de muitos negros ainda ficarem fora do ensino superior está ligado à questão socioeconômica. “Em muitos cursos o aluno tem de abandonar o emprego que lhe dá uma pequena renda. Tanto o cotista como o carente devem ter condições de ficar na universidade. Na Uenf, todos os cotistas e não-cotistas carentes têm uma bolsa de R$ 200,00 mensais. As cotas são necessárias hoje no Brasil, mas precisamos aprimorar a lei em benefício dos estudantes”, diz o professor.
Conheça as universidades com reserva de vagas.
Repórter: Sonia Jacinto