Mulheres serão maioria também entre professores universitários
Além de terem presença significativa na docência do ensino primário e posição majoritária em quase todos os níveis de escolaridade, agora é a vez das mulheres tomarem a dianteira no ensino superior. Elas ainda são minoria na docência das universidades, mas a participação cresce a cada ano num ritmo de 5%, acima do índice masculino. Se a média for mantida, em cinco anos as mulheres serão maioria.
Segundo análise do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), este crescimento 5% acima dos homens é identificado desde 1996. Dados do Censo da Educação Superior comprovam que do total de professores universitários nas instituições de ensino superior, 56,1% são homens e 43,9% mulheres. Em 2004, havia 128.695 mulheres lecionando no ensino superior e 164.547 homens. Entre 1996 e 2004, houve crescimento de 223,9% no número de mulheres e de 181,1% entre os homens. Em 1996, a participação das mulheres na docência representava 38,7%.
A estimativa é de que em 2011 as universidades tenham 610.232 professoras e 589.597 professores. O diretor de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior, Dilvo Ristoff, revela que as mulheres já são maioria no corpo técnico-administrativo das instituições privadas e municipais e se aproximam quando o foco são as federais. Ele diz que o aumento do sexo feminino no corpo docente ocorre porque mais mulheres fazem cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado.
O número de mulheres docentes na educação superior com mestrado aumentou de 119,4% entre 1998 e 2003, superando os homens em 13,3%. No doutorado, a diferença é de 34,8%. Também entre estes anos, as doutoras mostraram crescimento de 104%, enquanto os doutores só 69,2%.
Preferência – Segundo o diretor do Inep, as mulheres “têm preferência pelas áreas que trabalham com pessoas e os homens com coisas e máquinas”. Enquanto as mulheres cursam nas áreas de saúde, artes, serviços e humanidade, os homens ficam com as áreas de engenharias. Os cursos mais escolhidos pelos homens são os de construção e manutenção de veículos a motor com 92%, de ocupação e mecânica, com 91,5%. Já as universitárias são maioria nos cursos de serviço social e orientação (93,6%) e nutrição (92,5%).
“A participação das mulheres na educação superior surpreende não só pela maior presença no número de matrículas de graduação, maior número de bolsas de mestrado e doutorado, de matrículas e de concluintes nos mestrados e doutorados; surpreende também pela sua crescente presença no corpo docente, nos níveis mais elevados de titulação”, afirma Ristoff. Na educação, embora não com a mesma velocidade que na sociedade, a barreira entre os sexos vem sendo rompida, com igualdade de oportunidades para todos. As preferências por certas áreas precisam ser analisadas com mais profundidade para ver o que exatamente explica este fenômeno e quais são as suas implicações.
Repórter: Sandro Santos