Educação para Todos referenda cooperação multilateral
Os programas de alimentação escolar, de apoio à educação de jovens e adultos, de formação de professores e Bolsa Família são algumas das experiências brasileiras relatadas à comunidade internacional na sexta reunião dos signatários do compromisso Educação para Todos, promovidono Cairo, na semana passada, pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e pelo Banco Mundial.
“Esse é um processo gradual de construção de cooperação multilateral na área da educação do qual participamos oferecendo assistência técnica para a implementação, em larga escala e baixo custo, de programas que visem a reduzir desigualdades sociais”, explicou Ricardo Henriques, titular da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC). Ele representou o ministro da Educação, Fernando Haddad, no evento, que reuniu ministros de 20 países, representantes de organismos internacionais, organizações não-governamentais e autoridades egípcias.
Para o secretário, a cooperação triangular entre os países desenvolvidos, em desenvolvimento e pouco desenvolvidos foi referendada na resolução desta edição da Educação para Todos. Por meio desse tipo de cooperação foi implementado no Timor-Leste, no ano passado, o projeto Proformação (Programa de Formação de Professores em Exercício), direcionado à qualificação de professores de séries iniciais. Em 2005, cerca de cem professores daquele país do Sudeste da Ásia participaram de treinamentos.
Expectativa — Ricardo Henriques apresentou ainda as experiências de cooperação técnica entre Brasil e Cabo Verde para o desenvolvimento de políticas de inclusão social, particularmente de educação especial. “Essa cooperação bilateral contribui para o desenvolvimento educacional e a disseminação da experiência brasileira”, argumentou o secretário.
A Educação para Todos é um compromisso assumido na Conferência de Dacar, em 2000, para assegurar educação de qualidade a todas as crianças até 2015 e expandir oportunidades de aprendizado para jovens e adultos. Para isso, foram estabelecidas metas, como expansão e melhoria da educação e cuidados com a infância; educação gratuita, compulsória e de qualidade; atendimento a necessidades básicas de aprendizagem de jovens, de modo eqüitativo, por meio de acesso a programas apropriados; melhoria em até 50% nos níveis de alfabetização de adultos; igualdade de gênero, com foco no acesso de meninas à educação básica de qualidade, e ampliação da qualidade da educação.
Maria Pereira